Viva a Marcha! Os verdadeiros fascistas são os “skinheads de mãos peludas da Internet”, financiados por dinheiro público.
Dia desses, enviaram-me o link de uma “reportagem” delinqüente — na verdade, um panfleto que tentava associar estudantes conservadores, que se diziam de direita, a skinheads e movimentos neonazistas. Era só uma tentativa tosca, canhestra, de satanizar a divergência e de identificar os adversários do PT com pessoas de má índole. O jornalismo brasileiro, mesmo aquele que pode ser considerado sério, já é assediado por dois males, que formam o par do capeta: militância e ignorância. Imaginem, então, o que não se dá no subjornalismo a soldo, que foi comprado pelo partido ou com publicidade oficial ou com empregos diretos mesmo.
Seriam mesmo os skinheads os fascistas relevantes do Brasil? Aqueles cretinos que saem por aí espancando pessoas, que tatuam em seus corpos símbolos do nazismo, são, no geral, vítimas da própria estupidez. Quase sempre se trata de pessoas esmagados pela ignorância e pela pobreza. Identificados, a maioria mora na periferia, vive no subemprego, é parcamente alfabetizada.
Isso não quer dizer, evidentemente, que esses idiotas violentos não devam pagar por seus atos com uma cana severa. A ignorância e a pobreza não tiram de ninguém o senso básico de moral e de justiça. Eles só saem por aí socando aqueles de quem não gostam porque sabem que isso é proibido. Fazem-no para desafiar a lei. Logo, que sejam alcançados por ela!
Mas esses são criminosos comuns. Os fascistas da política, que realmente representam perigo para a democracia porque não correm risco de ir para a cadeia, são outros. São os vagabundos que hoje estão na esgotosfera, financiados com dinheiro público, dispostos a atacar e a tentar matar o menor sinal de reação dos brasileiros à rotina de desmandos do Poder Público. Sempre imaginei que eles pudessem chegar a isso, o que não quer dizer que a gente não fique um tanto estupefato diante da ocorrência.
Vou insistir num aspecto, já abordado naquele post em que indago por que os petistas odeiam tanto as marchas contra a corrupção: o movimento praticamente não tem inimigos a não ser os corruptos. É até tachado por “especialistas” de ingênuo. Estudiosos de “movimentos sociais” (logo teremos os “movimento-sociólogos”…) tentam medir o que vêem segundo a régua do passado, do tempo do petismo de oposição. Estranham a ausência, creio, de bandeiras vermelhas, punhos cerrados e rimas em “ido” (unido/vencido…). Por que então tanta agressividade?
Esses vagabundos que atacam as marcha pretendem ser a expressão militante “da maioria”. Essa é uma condição essencial do fascismo. Mais: embora se digam vitoriosos, embora gritem aos quatro ventos que os adversários apenas choram a sua derrota, atribuem-lhes intenções perversas, acusando-os de elitistas e antipovo, conjugando com a arrogância de quem está no poder o ressentimento do tempo em que se sentiam perseguidos por ele — o que é mentira: era só gente que não conseguia mamar nas tetas oficiais, nas quais agora se regalam. Essa é a alma profunda de um fascistóide.
Uma simples marcha, como vimos, faz disparar um impressionante arsenal de impropérios, de violência verbal e de desqualificação. Não, senhores! Aqueles tontos que raspam a cabeça, metem coturnos no pés e saem por aí socando pessoas merecem rigorosa punição, mas não ameaçam a democracia. Os fascistas de verdade são aqueles que pretendem cassar dos adversários o direito de protestar e dizer “não” - ainda que seja à corrupção. Os “Carecas da Internet”, de mão peluda e bolso cheio de dinheiro oficial, estes, sim, são os fascistas que contam. E mobilizam em sua luta contra o povo até o deputado BBB, como viram, que de tonto só tem o andado…
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