Fora do Irã desde 2005, Makhmalbaf fala da repressão do regime dos aiatolás e sentencia: 'Lula poderia ter a língua cortada se fosse oposição a Ahmadinejad'
Rodrigo Levino
O cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf (Chung Sung-Jun/Getty Images)
"Nos últimos dois anos, eu parei de filmar para cuidar de assuntos que dizem respeito a amigos, familiares, conhecidos, gente que era do meu convívio e agora está sendo torturada nas cadeias do Irã"
Cineasta, escritor e produtor, Mohsen Makhmalbaf deixou o Irã em 2005, em protesto contra a eleição de Mahmud Ahmadinejad, que a partir daquele ano cumpriria o seu primeiro mandato no país. O autoexílio parecia um prenúncio. Desde então, Ahmadinejad, apoiado por forças clericais, empreende uma forte repressão no Irã, que já matou e prendeu milhares de pessoas, dentre as quais centenas de artistas.
Alternando-se entre direção e produção de cinema, Makhmalbaf assinou quase uma centena de trabalhos, como os longas Um Instante de Inocência e A Caminho de Kandahar, incluído pela revista americana Time em um ranking dos 100 melhores filmes de todos os tempos. Não só isso: foi membro do júri do Festival de Cinema de Veneza, em 2006, e conta mais de 1.000 exibições de longas e curtas-metragens de sua autoria em festivais internacionais, circulação que dá a ele a possibilidade de se expressar em diferentes tempos e lugares contra o regime autoritário de Teerã, do qual se tornou uma notável voz de oposição. Aqui
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