Pseudo-interesse comercial. Quer dizer: Brasília continuará derramando o dinheiro do contribuinte barsileiro em Havana sem impor nenhuma condicionante democrática. Lula fechou os olhos. Dilma mimetiza-o, fingindo-se de cega.
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Por Josias de Souza - Uol Notícias
A uma semana de sua viagem a Cuba, Dilma Rousseff autorizou o Itamaraty a conceder um visto de turista à bloqueira Yoani Sanchez. A presidente atende a um pedido da própria Yoani, que lhe enviara uma carta por meio da embaixada brasileira em Havana.
Crítica da ditadura dos irmãos Fidel e Raúl Castro, Yoani ganhou fama mundial por denunciar os abusos do regime cubano na web. Deseja visitar o Brasil para participar do lançamento do documentário a ‘Conexión Cuba-Honduras’, do cineasta Dado Galvão.
Obtido o visto, Yoani depende agora de uma autorização de Havana para deixar Cuba. No twitter, Yoane dividiu-se entre a comemoração e o lamento: “Eu tenho visto para o Brasil. Agora falta o mais difícil, a permissão de saída.” Na carta a Dilma, a blogueira pediu à presidente brasileira que a receba durante sua passagem por Cuba. Por ora, não obteve resposta.
Defensora do respeito aos direitos humanos, a ex-prisioneira Dilma voa para Cuba nas pegadas da morte de mais um dissidente: Wilman Villar Mendoza. Sucumbiu num cárcere de Havana, na semana passada, após 56 dias de greve de fome.
Na vã tentativa de explicar a inexplicável viagem de Dilma, a assessoria do Planalto atribui à iniciativa um pseudo-interesse comercial. Sob Lula, o Brasil despejou verbas do BNDES numa obra portuária de Cuba.
Sob Dilma, planeja-se conceder US$ 200 milhões em créditos a pequenos agricultores cubanos. Coisa destinada à compra de tratores e implementos agrícolas. De resto, deseja-se celebrar acordos de cooperação tecnológica no setor canavieiro.
E quanto à defesa do restabelecimento da democracia em Cuba? Diz-se que Dilma torce para que isso ocorra. Afirma-se a presidente acompanha com vivo interesse as tímidas reformas econômicas implementadas por Raúl Castro.
Porém, Dilma não tem a intenção de meter a colher nos assuntos internos de Cuba. “Não iremos dizer a eles o que fazer”, diz o grão-petê Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência desde a gestão Lula.
Quer dizer: Brasília continuará derramando o dinheiro do contribuinte brasileiro em Havana sem impor nenhuma condicionante democrática. Lula fechou os olhos. Dilma mimetiza-o, fingindo-se de cega.
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