Com a imagem da "mãe dos pobres" em andamento, Dilma disfarça a corrupção de seu governo com programas sociais. Colada à imagem de Evita Peron, mulher oportunista que degradou, demoliu a Argentina junto com seu marido Peron que usou e abusou do populismo rasteiro. Movcc
Pós-faxina. Com o 1º ano de governo marcado pela queda de 7 ministros, presidente quer agora turbinar programas sociais e vencer crise econômica
VERA ROSA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Doze meses depois de subir a rampa do Planalto como herdeira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff chega ao segundo ano de mandato com o desafio de construir uma marca de governo que vá além da "faxina" administrativa. Após enfrentar uma temporada de sobressaltos políticos, que culminaram com a queda de sete ministros, ela vestiu figurino mais popular, ganhou apoio na luta contra a corrupção, mas tropeçou na gestão do governo.
Na tentativa de desatar os nós que amarram os investimentos, Dilma vai remodelar a Casa Civil, redistribuir tarefas e turbinar os programas sociais. A construção da imagem de "mãe dos pobres" também já está em andamento. No Planalto, Dilma virou a "Evita de tablet", uma referência bem-humorada a Evita Peron, primeira-dama da Argentina de 1946 a 1952
"Como é que eu faço para ir até ao alambrado cumprimentar o povo?", pergunta ela com frequência, agora, nas viagens pelos rincões do País. Mais solta e menos carrancuda, Dilma parece encarnar a mãezona no contato com a população. Mas é o seu inseparável iPad a testemunha silenciosa das broncas federais.
"Você não sabe nada disso!" e "Esse projeto não para de pé" são os bordões preferidos da presidente, na hora do pito. Quem a acompanha há muito tempo sabe até decifrar sinais: o primeiro gesto de fúria aparece quando ela cruza os braços e chama o interlocutor de "meu querido".
Implacável nas cobranças, Dilma tem agora mais uma aflição: o agravamento da crise internacional e seu impacto sobre a economia. Diante do cenário de incertezas, ela fará corte drástico de despesas, apesar da pressão por gastos neste ano eleitoral.
Ao menos por enquanto, porém, a ordem é para acelerar o programa Brasil Sem Miséria e ações destinadas aos mais carentes. Figuram nessa lista a criação de postos de cadastramento do cartão SUS para moradores de rua, mais cisternas no plano Água para Todos e investimentos de R$ 125,7 bilhões no Minha Casa, Minha Vida, até 2014.
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