Presidente da República deve reduzir rentabilidade da aplicação para evitar fuga de recursos da indústria de fundos

VEJA

A presidente Dilma Rousseff deve anunciar na tarde desta quinta-feira medidas que devem desagradar milhões de brasileiros. Ela anunciará, segundo a coluna Radar On-line do site de VEJA, alterações no cálculo do rendimento da caderneta de poupança. Ao contrário do que espera o pequeno poupador, tais mudanças não terão o objetivo de melhorar a rentabilidade da aplicação. O Palácio do Planalto quer torná-la menos atrativa. Altamente impopular, ainda mais em ano eleitoral, Dilma só optará pela medida porque não tem outra opção. Tirar parte da rentabilidade da poupança é a única saída para impedir uma debandada de investidores dos chamados fundos de investimento – que são essenciais para rolar a bilionária dívida pública federal.

A ‘indústria’ dos fundos no país investe, sobretudo, em títulos do governo federal. Os de renda fixa – que adotam essa política – representam 22% das 10.800 carteiras do setor, mas respondem por 65% dos 1,85 trilhão de reais investidos. Como essas aplicações começam a perder feio para a inflação à medida que cai a taxa básica de juros (Selic), as pessoas podem decidir migrar para a poupança. A diferença (assim como o diabo) mora nos detalhes. Enquanto a caderneta tem isenção de imposto de renda e remuneração fixa de 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR); aplicações em renda fixa – que acompanham a Selic em declínio – são penalizadas pelo IR e pela cobrança de taxas administrativas dos bancos. Neste cenário, um eventual movimento de fuga dos fundos rumo à poupança implicaria imediata redução da demanda por papéis do governo, que teria de começar a remunerá-los melhor para manter atratividade. A dívida interna, aquela nas mãos de pessoas físicas e jurídicas, equivale a 91% do endividamento público federal. Aqui

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