Por Josias de Souza - Notícias Uol
A
defesa de Delúbio Soares entregou aos ministros do STF um memorial
contendo a síntese da defesa do ex-tesoureiro do PT. Na peça, os advogados
sustentam que o mensalão não existiu. Repisam a tecla segundo a qual o que
houve em 2005 foi o pagamento de dívidas de campanhas do PT e de aliados.
Datado
de 28 de junho, o documento é subscrito pelos advogados Arnaldo Malheiros filho
e Celso Sanchez Vilardi. A dupla anota a certa altura: “Os repasses de
valores questionados pela acusação tiveram como única finalidade o pagamento de
despesas decorrentes de campanhas eleitorais, tanto dos diretórios estaduais do
partido dos trabalhadores, quanto dos partidos que integravam a chamada base
aliada.”
Nessa
versão, já esmigalhada na CPI dos Correios, no inquérito da Polícia Federal e
na denúncia da Procuradoria Geral da República, “o dinheiro utilizado para
pagamento de dívidas de campanha foi obtido por meio de empréstimos, junto ao
Banco Rural e ao banco BMG.” Empréstimos que, segundo a defesa, “o Banco
Central teve a oportunidade de confirmar.”
A
defesa do ex-gestor das arcas petistas e ex-parceiro do provedor Marcos Valério
acrescenta: “…Não há nenhuma relação entre o repasse do dinheiro e o apoio ao
governo, o que desnatura o falacioso ‘mensalão’.” Sob a alegação de que não há
provas contra Delúbio, os advogados pedem que ele seja “absolvido das acusações
de corrupção ativa e formação de quadrilha.”
Agora está
explicado o que Delúbio quis dizer quando afirmou: as denúncias “serão
esclarecidas, esquecidas e acabarão virando piada de salão.” Resta agora saber
com que cara o STF pretende comparecer à anedota. O julgamento começa no dia 2
de agosto.
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