Luiz Inácio Lula da Silva resolveu medir
forças com o governador Eduardo Campos (PSB), em Recife, e quebrou a cara.
Humberto Costa (PT) ficou em terceiro lugar na disputa (17,43%), e, por muito
pouco, o tucano Daniel Coelho (27,65%) não disputa o segundo turno com Geraldo
Júlio, do PSB, que se elegeu com 51,15% dos votos válidos. Lula, aí com o
suporte de Dilma Rousseff, também decidiu que era o caso de botar pra quebrar
em Belo Horizonte. Não deu certo! Márcio Lacerda, também do PSB, com o apoio de
Aécio, elegeu-se na primeira jornada. Já escrevi aqui e repito: não vejo
eleições municipais como prévias de eleições federais. O que há de importante
nesses eventos é a seguinte constatação: não basta Lula mandar para a população
votar assim ou assado. Trata-se de um mito que não encontra suporte na
realidade. Nessas duas grandes capitais, lideranças regionais tiveram mais
influência. Nos dois casos, a ação de Lula e Dilma foi vista por parte do
eleitorado como uma espécie de “interferência estrangeira”.
Os petistas sabem que não tiveram um
resultado brilhante nas eleições. Por isso, nas redes sociais, tentam comemorar
como uma grande vitória a ida de Fernando Haddad para o segundo turno. Os
paulistanos podem se preparar. Vem jogo pesado pela frente. A máquina federal
será mobilizada como nunca. Para Lula, eleger Haddad é uma questão de honra, já
que o candidato é uma invenção sua. Não só isso: uma eventual vitória na maior
cidade do país servirá para amenizar as feridas decorrentes do julgamento do
mensalão.
O PT tinha candidatos próprios em 17
capitais. Só Paulo Garcia, de Goiânia, se (re)elegeu no primeiro turno. No país
como um todo, fez 623 prefeituras — contra 1.013 do PMDB e 687 do PSDB. O
partido está no segundo turno em seis capitais: São Paulo, Salvador, Fortaleza,
João Pessoa, Rio Branco e Cuiabá. Chegou à frente em apenas três (Fortaleza,
João Pessoa e Rio Branco). Não teve vantagem expressiva em nenhuma. O PSDB
também fez um só prefeito de capital: Rui Palmeira, de Maceió. E está no
segundo turno em oito outras: além da capital paulista, contam-se Vitória, São
Luís, Teresina, João Pessoa, Manaus, Belém e Rio Branco.
A obsessão e o trampolim
É claro que os petistas querem vencer nas capitais em que foram à etapa seguinte e coisa e tal. Mas Lula trocaria, sem piscar, as seis por São Paulo porque depende vitalmente desse resultado para dar sobrevida a seu projeto pessoal. Nos oito anos em que ficou no poder, viu o PT ser derrotado duas vezes para a Prefeitura e duas para o governo de Estado. Ele próprio, na cidade, nunca obteve mais votos do que o adversário nas disputas que travou.
É claro que os petistas querem vencer nas capitais em que foram à etapa seguinte e coisa e tal. Mas Lula trocaria, sem piscar, as seis por São Paulo porque depende vitalmente desse resultado para dar sobrevida a seu projeto pessoal. Nos oito anos em que ficou no poder, viu o PT ser derrotado duas vezes para a Prefeitura e duas para o governo de Estado. Ele próprio, na cidade, nunca obteve mais votos do que o adversário nas disputas que travou.
A cidade é vista como uma etapa importante
de uma sonho antigo: tomar o Palácio dos Bandeirantes, lugar onde os petistas
nunca puseram os pés. Por muito pouco — não fosse a intensa campanha negativa
contra Celso Russomanno, que contou com amplo apoio de setores da imprensa —, o
petismo não experimentou um desastre monumental. O Apedeuta fará tudo, qualquer
coisa e mais um pouco para tomar São Paulo
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