O
Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O empresário Marcos Valério, operador do mensalão, encaminhou
em setembro para o Supremo Tribunal Federal um pedido de proteção, pois sua
vida estaria correndo perigo, e ofereceu em troca delação premiada. O documento
é mantido em sigilo e não foi anexado ao processo do mensalão, que já está em
julgamento.
Um processo
em separado foi aberto, mas é mantido em segredo por causa do risco relatado
por Marcos Valério de ser assassinado. A petição será relatada pelo ministro
Joaquim Barbosa, pois o processo do mensalão está sob seus cuidados. Mas ele
deixará a relatoria desse caso assim que assumir a presidência da Corte.
O fax - revelado pela revista Veja -
foi recebido pelo presidente do tribunal, ministro Carlos Ayres Britto. Ele foi
logo encaminhado para o gabinete do ministro Joaquim Barbosa e, em seguida,
para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Seu teor é
mantido em reserva. O processo não aparece nem sequer no andamento dos
processos em tramitação no Supremo. Segundo integrantes do tribunal, o risco
alegado por Valério seria a razão para a cautela. O tribunal não divulga nem o
que estaria sob investigação. Conforme integrantes do STF, o documento não
interfere no julgamento do mensalão, que já está na reta final. Não haveria,
portanto, nenhum elemento novo, nenhuma prova nova que pudesse alterar o
resultado do julgamento. O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, não quis falar sobre o assunto. "Sobre isso assumi o compromisso com diversas pessoas de não declarar nada, não falar nada."
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