GABRIELA GUERREIRODE BRASÍLIA - Folha
PSDB e
PPS pediram nesta terça-feira (6) à PGR (Procuradoria Geral da República) a
abertura de inquérito para investigar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva teve participação no esquema do mensalão.
Os dois
partidos afirmam, na representação protocolada nesta terça-feira (6) na PGR,
que as recentes revelações do publicitário Marcos Valério, apontado pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) como operador do mensalão, justificam a abertura de
uma nova ação penal que tenha Lula como foco.
"À
época dos fatos, existia uma íntima ligação política e pessoal entre o
representado e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, entendido como o chefe
da quadrilha pelo STF. Nesta perspectiva, indaga-se: a teoria do domínio do
fato, que foi utilizada para a condenação de José Dirceu, não poderia ser
aplicada - e com muito mais razão - ao chefe do próprio José Dirceu?",
questiona a oposição.
Na
representação, os dois partidos citam reportagens da revista Veja em que
Valério teria afirmado que Lula seria o chefe do esquema criminoso e que o
publicitário teria pago propina, a pedido do PT, para silenciar pessoas ligadas
ao assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002.
PSDB e
PPS também citam memorial encaminhado pelo advogado de Valério ao STF, Marcelo
Leonardo, em que afirma que o "mero operador do intermediário seja a
pessoa púnica de forma mais severa nesta ação penal, ao lado do tratamento
brando que se pretende dar aos verdadeiros chefes políticos e interessados
diretos no esquema".
Segundo
a oposição, a própria defesa de Valério "traz elementos que colocam em
dúvida a frase que reiteradamente foi repetida pelo ex-presidente, no sentido
de que ele não sabia de nada".
Na
representação, PSDB e PPS pedem que o procurador inste a revista Veja a
apresentar os indícios do envolvimento de Lula, citados nas matérias
publicadas.
Os dois
partidos afirmam que estavam dispostos a formular a representação desde o mês
de agosto, mas decidiram esperar o fim do julgamento para não
"tumultuar" a análise da ação penal pelo Supremo.
"Agora que a
fase de reconhecimento da culpabilidade se encerrou, restando apenas a fixação
das penas, nada mais impede que os fatos sejam rigorosamente apurados",
afirmam os partidos.
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