Na véspera da posse, Genoino passeia pela Câmara. Mensaleiro condenado a 6 anos e 11 meses de prisão não respondeu perguntas da imprensa. Passeio pelo Congresso esvaziado durou uma hora

Gabriel Castro, de Brasília - V E J A


José Genoino, condenado a 6 anos e 11 meses de prisão no processo do mensalão, deixa sala do diretor-geral da Câmara dos Deputados, Rogerio Ventura, após entregar documentos para sua posse, prevista para esta quinta-feira(Sérgio Lima/Folhapress)

José Genoino já tem tudo pronto para tomar posse na Câmara dos Deputados. Apesar de condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção ativa e formação de quadrilha no processo do mensalão, o petista esteve no Congresso nesta quarta-feira e entregou a documentação exigida para a cerimônia de posse, marcada para as 15h desta quinta. Genoino não respondeu as perguntas da imprensa: "Só vou falar amanhã, depois da posse", repetiu.
O mensaleiro, que tem 6 anos e 11 meses de pena a cumprir, esteve na Secretaria-Geral da Mesa, na Diretoria-Geral da Câmara e na liderança do PT. Ao todo, ele passou cerca de uma hora no Congresso, esvaziado por causa do recesso parlamentar. 
O petista ainda teve tempo de submeter uma de suas filhas, Mariana, a um constrangimento desnecessário diante da imprensa. Enquanto se reunia com o diretor-geral da Câmara, Rogério Ventura Teixeira, ele abriu a porta da sala e dirigiu-se à jovem, que aguardava do lado de fora: "Quantos anos tu tem, Mariana?". Após ouvir a resposta - 27 anos -, fechou a porta novamente. Sem entender o que ocorrera, a filha de Genoino minimizou o episódio: "É normal".
O petista só perdeu a paciência na parte final de seu tour pela Câmara, quando elevou o tom de voz e voltou a comparar jornalistas a torturadores, uma analogia descabida que ele já havia utilizado em ocasiões anteriores. Depois, embarcou no banco de trás do carro da filha e foi embora. 
Mas o mensaleiro não vai deixar de frequentar a Câmara tão cedo: embora tenha decidido que parlamentares condenados no processo do mensalão devem perder o mandato, o Supremo ainda precisa concluir a elaboração do acórdão que permitirá a aplicação das decisões tomadas no julgamento.

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