Após reunião com Barbosa, Alves diz que caso Donadon é 'maior dano' da história da Câmara




Depois de se reunir por cerca de 20 minutos com o ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), na tarde desta terça-feira (3), o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, afirmou que a manutenção do mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (ex-PMDB-RO) foi o "maior dano" que a Casa Legislativa causou na sua história.
"Estou naquela Casa há 42 anos", disse. "Claro que enfrentamos ditadura, passamos por momentos difíceis (...) mas o dano maior que essa Casa sofreu em sua imagem de credibilidade foi na última quarta-feira [quando o mandato de Donadon foi mantido]. Eu tenho o dever de lutar para que isso não mais aconteça", disse Alves.
Ontem, o ministro Luís Roberto Barroso, em decisão liminar, suspendeu a decisão da Câmara que manteve o mandato de Donadon. A decisão vale até o pleno do Supremo julgar o mérito da ação.

Para o deputado, a Constituição não é clara quanto à perda do mandato para parlamentares condenados em última instância e a liminar de Barroso "criou um problema para a Casa [Legislativa]", na medida em que, segundo Alves, o texto constitucional dá ao Legislativo a prerrogativa de cassar mandatos. "Ele [Barroso] abre uma excepcionalidade para aquilo que entendemos na Constituição ser uma norma clara, muito rígida, do direito da Casa de examinar processos de cassação."
Alves disse que, na reunião de hoje, pediu a Barbosa para a Corte julgue a causa o mais rápido possível.  "Vim pedir ao presidente do STF que ele levasse ao pleno, com a rapidez possível, para que o pleno do Supremo decidisse em última forma essa questão."
O presidente da Câmara disse ainda que o Senado deve aprovar, ainda nesta semana, uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) que determinará a perda imediata de mandato dos parlamentares condenados em última instância.
Sobre a possibilidade de condenados em regime aberto e semiaberto terem direito a continuar com os mandatos, Alves disse "criaria um absurdo constrangimento" para o Legislativo."Não vejo como porque criaria um absurdo constrangimento para a Casa Legislativa.  Mas essa questão está em aberto com esse conflito constitucional." Continue lendo aqui

Nenhum comentário: