“Não é mole” ser presidente, diz Dilma. Nem diga!


Dilma Rousseff teve outro dia um ataque de sinceridade: recomendou que seus adversários estudassem. Em que isso é sincero? É o que realmente pensa. Não é segredo para ninguém que nunca foi um exemplo de tolerância com quem não concorda com ela. Marina Silva ironizou seu tom professoral, de quem julgava não ter nada a aprender.

Nesta quarta, Dilma decidiu ser insincera, embora involuntariamente verdadeira. Leiam o que informa a  Folha. Volto em seguida.

Após pedir a rivais que estudassem e virar alvo de ironia da ex-senadora Marina Silva (PSB), a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que “não é mole” exercer o cargo porque a função a obriga a “aprender todos os dias”. Na sexta visita a Minas Gerais em menos de três meses, Dilma citou o tema em ato em Belo Horizonte, ao aconselhar alunos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) a estudar. “Eu, presidenta da República, sou uma pessoa que tenho todos os dias de estudar. Não pensa que é mole, não. Todos os dias sou obrigada a aprender, tenho que estar aberta para aprender”, disse.

As afirmações remeteram ao embate indireto que Dilma travou neste mês com Marina, que se aliou ao governador Eduardo Campos (PE). Em entrevista a rádios mineiras no dia 14, a presidente disse que eventuais concorrentes ao Planalto “têm que estudar muito”. Marina criticou na ocasião o tom professoral da petista. “Ela [Dilma] deu um conselho de professora. Difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar.”
(…)
Retomo
Dilma, escandindo as sílabas, na segunda, explicando por que o regime de partilha, da forma como está, é uma maravilha, apesar dos fatos, demonstra a sua disposição para aprender… É evidente que está sendo voluntariamente insincera quando professa essa humildade, mas é uma sincera involuntária quando diz que ainda está aprendendo… A gente percebe.
Por Reinaldo Azevedo

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