Aqui, na íntegra, o artigo de Reinaldo
Azevedo na Folha de S. Paulo desta sexta-feira. O resto é o resto. O título do
post é o mesmo do original do artigo. Leiam:
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, espalhou faixas exclusivas de
ônibus cidade afora, onde são e onde não são necessárias. Pragmatismo é coisa
de gente chulé. Pensadores lidam com conceitos e com abstrações que estão acima
da contingência e livres do império da necessidade. Haddad quer ver triunfar um
valor: o "coletivo". Pretende, com o didatismo da porrada, ensinar a
essa gente inzoneira que o individualismo é uma chaga moral.
Se a vida dos motoristas --convencidos a
comprar carro pelo crédito fácil estimulado por Lula e Dilma-- virou um inferno
pior do que antes, que migrem para o transporte público. O prefeito sabe
"que não se faz omelete sem quebrar ovos", frase que não é de Stálin,
mas de Nadejda Mándelstam, casada com o poeta Ossip Mándelstam, um dos 35
milhões que o ditador matou. Nadejda se referia à sem-cerimônia com que o
bigodudo eliminava pessoas, sempre "com a desculpa de que construíamos um
notável mundo novo".
Haddad tem a convicção, percebi pelas
entrevistas que concedeu a esta Folha e ao "Valor", de que está
construindo uma notável cidade nova. Afinal, se o coletivo se opõe ao
individual e lhe é moralmente superior --e até parte considerável da imprensa,
vivendo seus dias de apagão bibliográfico, acha o mesmo--, ele só pode estar
certo. O prefeito quebra ovos com metódica desfaçatez. Só não consegue fazer
omeletes. Aos poucos, a cidade vai recuperando a memória do caos.
A "cracolândia" voltou a seus
dias de esplendor, estimulada pela mal digerida política de redução de danos.
Voltou, mas num estágio superior. Agora já há uma "civilização do
crack", com seus teóricos, seus artistas, até sua arquitetura... Logo os
veremos no "Esquenta", da Regina Casé. Se viciados em clarineta,
Chicabon ou cigarros Hollywood decidissem privatizar uma área da cidade,
cassando direitos de terceiros, impondo-lhes uma disciplina ao arrepio da lei,
não duvidem de que seriam reprimidos. Clarineta, Chicabon e Hollywood não
alcançaram ainda o estatuto de uma cultura de resistência.
O desgraçado que mora no centro da
cidade que pague o "Imposto Michel Foucault" --refiro-me ao filósofo
que está na raiz desse pensamento torto que advoga, no fim das contas, que o
direito à autodestruição supõe a supressão de direitos alheios. Foucault,
esquerdista e gay, é aquele senhor que via na revolução iraniana um fervor,
acreditem!, erótico! Khomeini chegou ao poder e começou a fila de enforcamentos
pelos... esquerdistas e gays. O "despensador" morreu em 1984 sem
emitir um pio de arrependimento. "Qual a razão do rosnado digressivo, seu
reacionário?" A exemplo de Foucault, Haddad acha que sua teoria está
certa; a realidade é que perdeu o rumo.
Só um
intelectual de esquerda, ou alguém com tal pretensão, age como Haddad. Não por
acaso, Lula, um notável e pernóstico conservador, nutre por essa gente imenso
desprezo. O Barba é da turma do pragmatismo chulé. "E por que fez o outro
candidato?" Porque mirou num produto eleitoral, não num gestor. O prefeito
é o esquerdista que parece brincar no "play" sem sujar o shortinho.
Mas alimenta ideias bem malvadinhas. O caso do IPTU repete a receita aplicada
nos transportes e na cracolândia: o arranca-rabo de classes.
Compreensível. Em 2004, pouco antes de
assumir o Ministério da Educação, Haddad escreveu num livro intitulado
"Trabalho e Linguagem "" Para a Renovação do Socialismo" a
seguinte pérola: "O sistema soviético nada tinha de reacionário. Trata-se
de uma manifestação absolutamente moderna frente à expansão do império do
capital". Bacana. Lênin, o fundador do "sistema" que ele exalta,
deixou para a história um pensamento inequívoco: "Uma revolução sem
pelotão de fuzilamento não faz sentido". Haddad, o acólito, é um homem em
busca de sentido. Do site da Folha de S. Paulo
Um comentário:
Moderação pra bandido PETISTA é cadeia, prefeito safado , vai pagar no INFERNO tua conta !!!
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