Por Nilson Borges Filho (*)
Dilma Rousseff é primária e carrega uma
forte de caipirismo que abastece sua visão de mundo. Comporta-se como aquela
menina que sai da terrinha e ao chegar na cidade grande se lambuza de tantas
novidades. Dilma presidente observa o que se passa ao redor do mundo a partir
do Arrudas, ribeirão que corta Belo Horizonte, sua cidade natal. Em Davos pouco
fez pelo País que representou, pois nada do que disse em seu discurso merece
mais do que cinco minutos de atenção.
Investidores internacionais, que já
percebiam a fragilidade da política econômica brasileira, ficaram certos de que
não existe a menor segurança em trazer seus dólares para essas bandas. O Brasil
só não está pior do que a Argentina, mas pode chegar lá.
O que repercutiu mesmo da viagem da
senhora presidente pela Europa foi sua passagem por Lisboa, na verdade um ponto
fora da curva. A gastança por terras lusitanas para a presidente e sua comitiva
deu a entender que as contas do Brasil estão bombando.
A justificativa de que a aeronave
presidencial não tinha autonomia para chegar a Cuba, não pegou muito bem. Como
não é de ferro, Dilma e sua entourage saíram para jantar no restaurante mais
estrelado de Portugal. O convescote, disse o ministro de Relações Exteriores,
não saiu do bolso do contribuinte brasileiro. Cada um
pagou o que comeu.
Enquanto isso, no Brasil, a indústria
patina, o comércio não vende, o real derrete perante o dólar, a inflação galopa
e, dia sim e outro também, os grandes centros de consumo sendo sacudidos pelos
desocupados dos rolezinhos e as avenidas se tornando praça de guerra pela
turma do miolo mole, conhecidos como black bloc.
De Lisboa, Dilma deu um pulo na
propriedade dos irmãos Castro, no Caribe, para a inauguração de um porto
construído com dinheiro dos brasileiros. Empreiteiras brasileiras, fiéis
financiadoras de campanhas petistas, estão nadando em dinheiro com essas obras
fora do País. A grana sai do caixa do BNDES, agente financeiro a serviço do
governo federal. Pelo menos a passagem da presidente por Lisboa serviu para
alguma coisa: descobriu-se que a madame fez uns retoques na lataria, já
pensando no pleito de outubro próximo.
Afinal, em época de eleição nada como dar uma
melhorada na aparência. As olheiras de Dilma comprovam que a presidente entrou
na faca, ou melhor, no bisturi. AQUI
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em Direito e colaborador deste
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