Médica cubana Ramona Matos Rodriguez deixa o gabinete da liderança do DEM após pedido de refúgio na Brasil Givaldo Barbosa / Agência O Globo
BRASÍLIA
- O procurador Sebastião Caixeta, do Ministério Público do Trabalho (MPT),
afirmou ao GLOBO nesta quinta-feira que a médica cubana Ramona Rodríguez tem
razão nas suas reivindicações e que ela, e os mais de cinco mil cubanos do
programa Mais Médicos, deveriam receber integralmente os R$ 10 mil, e não parte
disso. Caixeta disse que, com a revelação do contrato de Ramona, fica claro que
está estabelecida uma relação de trabalho dos médicos do programa - de todas as
nacionalidades - com o governo brasileiro. O procurador afirmou ainda que o
contrato trouxe à tona que não se trata de uma bolsa para um curso de
pós-graduação e especialização, mas sim de um vínculo laboral, de trabalho
mesmo.
Para
Sebastião Caixeta o documento apresentado por Ramona esclarece muitas
informações que o MPT não conseguiu, até agora, extrair do governo, que alegou
cláusulas confidenciais para não apresentar os contratos com a Organização
Panamericana da Saúde (Opas). O Ministério Público irá concluir um inquérito
nos próximos dias e apontará que, além da relação entre os médicos do programa
e o governo ser de trabalho - com todos os direitos que advêm desse tipo de
relação - que os cubanos têm que receber integralmente seu salário, inclusive
os retroativos. O procurador é quem cuida desse tema desde o ano passado.
-
Estamos concluindo que há, de fato, problemas no programa Mais Médicos. Há um
desvirtuamento na relação de trabalho dos profissionais. Todos foram recrutados
para o que seria um curso de pós-graduação e especialização nas modalidades
ensino, pesquisa e extensão. E não é isso que nós vimos. Há uma relação de
trabalho e o que eles recebem é salário e não uma bolsa - disse Caixeta. Leia aqui
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