Por Guilherme Fiuza - Globo.com
Nelson
Rodrigues foi novamente convocado por Dilma Rousseff. Sempre que tira os olhos
do teleprompter, a presidente sofre em sua árdua missão de fazer sentido.
Nelson foi o primeiro a satirizar essa esquerda parasitária escondida atrás de
bandeirolas do bem. Hoje talvez o dramaturgo acrescentasse ao “padre de
passeata” a “presidenta de teleprompter”. Alguém precisa avisar à assessoria de
Dilma quem foi Nelson Rodrigues. Era mais honesto quando ela traficava a imagem
de Norma Bengell.
Ao
assinar contratos de concessão de rodovias, Dilma citou o companheiro Nelson
para dizer que “os pessimistas fazem parte da paisagem, assim como os morros,
as praças e os arruamentos”. Por que não acrescentar: assim como as estradas
estouradas, os aeroportos em ruínas e o sistema elétrico em estado de coma. A
paisagem da infraestrutura brasileira hoje é tão impactante que fica até
difícil enxergar nela os pessimistas — mesmo que eles desfilem pelados contra a
mentira da conta de luz barata, e o desfalque de 12 bilhões de reais do
contribuinte para sustentá-la.
Dilma
tem razão: não há motivo para pessimismo. Basta olhar a situação dos seus
amigos mensaleiros. Eles montaram um duto de dinheiro público para o partido
governista, na maior engenharia já vista para roubar o Estado de dentro do
Palácio do Planalto. Mas o otimista, ao contrário do pessimista, sempre espera
pelo milagre. E ele veio: rasurando a sua própria decisão, o Supremo Tribunal
Federal decidiu que o bando do mensalão, famoso pela monumental arquitetura do
valerioduto, não era uma quadrilha. Continue lendo no site da GLOBO
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