MISERICÓRDIA: Em 3 anos, país recebeu mais de 30 mil haitianos, 66% trazidos por coiotes

Nos últimos três anos, chegaram ao Brasil pelo menos 32.196 refugiados, a maioria haitianos. Apenas 10.906 (33,9%) portavam vistos emitidos por embaixadas brasileiras. A grossa maioria, 21.290 (66,1%), foi trazida por coiotes e cruzou ilegalmente a fronteira que separa a cidade peruana de Iñapari do município brasileiro de Assis Brasil, no Acre. Entre os imigrantes ilegais, destacam-se duas nacionalidades: 19.430 (91,2%) vieram do Haiti; 1.628 (7,6%), do Senegal.


Os números são oficiais. Foram providos pelo governo do Acre e pelas embaixadas do Brasil no Haiti e nos dois países que os coiotes transformaram em rota de tráfico de haitianos: Equador e Peru. A análise das estatísticas ajuda a entender como a omissão do governo brasileiro produziu a crise que intoxicou as relações dos governadores Tião Viana (PT), do Acre, e Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo.
Durante todo o ano de 2010, chegaram a Assis Brasil 33 haitianos sem visto. A média mensal era, então, inferior a 3 pessoas. Fugiam do terremoto que devastara o Haiti, produzindo ruína e 250 mil cadáveres. Desde então, o número de haitianos que buscam uma vida menos miserável no Brasil não para de crescer.
Em 2011, chegaram ao Acre 2.225 refugiados, pouco mais de 185 por mês. Em 2013, chegou-se a um cenário de porta arrombada. Entraram na pequena Brasiléia, vindos de Assis Brasil, 960 refugiados por mês, totalizando 11.524 pessoas no ano. Em 2014, atingiu-se o descalabro. Nos quatro primeiros meses do ano, os coiotes traficaram para dentro do Acre impressionantes 6.329 refugiados. Agora, a média mensal é de 1.582 pessoas.
Conforme já noticiado aqui, a chegada maciça de imigrantes ilegais, sobretudo haitianos, converteu-se em crise graças a uma sequência de erros do governo federal. O Brasil fez pose de nação humanitária. Mas absteve-se de providenciar acomodações adequadas e uma estratégia capaz de levar à inserção produtiva dos imigrantes na sociedade brasileira. O excesso de improviso resultou numa crise desnecessária entre dois Estados e num problema social.
Entre 2010 e 2013, o acolhimento dos haitianos e demais imigrantes ilegais custou às arcas do Acre, um dos Estados mais pobres da federação, R$ 4,1 milhões. Ao perceber que torrava dinheiro acriano numa encrenca federal, o governador Viana pediu socorro a Brasília, que passou a ajudar no fechamento da conta. Até dezembro de 2013, as verbas federais repassadas ao Acre somavam R$ 4,3 milhões —dinheiro dos orçamentos do Ministério do Desenvolvimento Social, da Presidência da República e da Defesa Civil, órgão da pasta da Integração Nacional. Continue a leitura aqui

2 comentários:

Anônimo disse...

O Haiti é aqui.

Pegasus disse...

Onde estão as mulheres e crianças curioso não vê-los pois em todos os processos de imigração eles são a maioria.