Oliver: De gente assim até o diabo corre

Coluna do
VLADY OLIVER
Eu não subestimo a psicopatia de Gilberto Carvalho. É grave. Diferente de seus chefes e mandantes, que conhecem o crime de uma distância segura, só de ouvir falar e rir dos resultados, esse cretino fundamental é um talibã, com as próprias mãos sujas de sangue de prefeitos caídos de caminhões de lixo. Um ressentido. Em suas palavras ecoam aquelas sujeiras de quem desce até o esgoto e volta para cumprimentar os donos da casa, com suas mãos imundas. Daí a dizer um ” não fui eu”, “não sei de quem é esse corpo” e “somos todos inocentes, pois não deixamos provas em contrário” é um pulinho.
Mengueles da vida tinham essa estranha compulsão, de pacato cidadão, acobertando crimes hediondos até difíceis de imaginar protagonizados por um ser franzino e de boas intenções, discursando para otários com aquela cara de paisagem característica de quem flatulou, mas não foi ele. Conheço o tipinho. É um inocente até se provar um culpado; até dar o bote. No reinado manco dessa gente escrota, há aposentos só para este tipo de cardeal da seita picareta. De seus gritinhos de inocência ecoam aquela característica culpa de quem rejeita veementemente a carapuça, embora seja exatamente do seu feitio. Um crápula. Um escroque. Um verdugo.
No posto de carrasco da gangue a que pertence, gosta de lamber botas de mecânicos e scarpins pesados, não sem antes soltar o muxoxo: não é ladrão. A cueca forrada é mero fetiche. Bom mesmo é voltar da execução e repetir o mantra de que seus deuses estão vingados e por aí é por aí mesmo. Bom mesmo é a liturgia; a celebração. O pacto. De gente assim até o diabo corre, meus caros. O chifrudo é ruim, mas tem lá sua ética e sua estética. Este sujeitinho não. Verga conforme o vento. Grita conforme o estupro. Depois diz que não tem nada a ver com a poça de sangue. Cretino. Aqui

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