Oposição tentará convocar o ministro da Justiça. Os adversários do governo tentarão convocar o auxiliar de Dilma Rousseff para prestar esclarecimentos no Congresso. E acionarão contra ele a Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

O ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça) virou alvo da oposição. Foi à alça de mira do PSDB, do DEM e do PPS depois da descoberta de que se reuniu com advogados de empreiteiros presos na Operação Lava Jato, mantendo com eles conversas amistosas. Os adversários do governo tentarão convocar o auxiliar de Dilma Rousseff para prestar esclarecimentos no Congresso. E acionarão contra ele a Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Ecoando o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, que pregou a demissão de Cardozo, o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB, disse que o gesto do ministro da Justiça foi “absolutamente incompatível com o exercício do cargo.” Para ele, há um “conflito de interesses.” E Dilma Rousseff “precisa dizer para quem governa: se é para o PT e seu projeto de poder ou se para o país.”
O deputado Mendonça Filho, líder do DEM, manifestou-se no mesmo timbre: “Não cabe ao ministro trocar figurinhas com advogados de empresas investigadas pela Polícia Federal.” Acha que o comportamento de Cardozo segue o padrão petista. “A corrente majoritária do PT já atua há algum tempo para embolar o processo da Lava-Jato e isentar petistas e aliados.”
Cássio e Mendonça disseram que protocolarão nas comissões temáticas do Senado e da Câmara requerimentos de convocação do ministro, para que ele se explique. Em início de legislatura, essas comissões ainda não foram constituídas. Quer dizer: a apreciação dos pedidos da oposição não será automática.
O deputado Rubens Bueno, líder do PPS, anunciou que tomará uma providência adicional. Acionará a Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Deseja que o órgão cobre explicações de Cardozo e se posicione sobre o episódio. Mais severo do que Joaquim Barbosa, Bueno afirmou que o ministro da Justiça deveria pedir para sair, “já que Dilma não demite ninguém.”
“Imagine a gravidade dessa situação: o ministro da Justiça envolvido com advogados de empresas questionadas e investigadas pela Polícia Federal”, lamentou Bueno. “A que ponto chegamos, é desmoralizante para o país. Essa relação de promiscuidade do PT não tem limite para nada.”

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