Venezuela: opositor e prefeito de Caracas, Antonio Ledezma é preso


O momento é de tensão política na Venezuela. O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma (foto), um dos principais opositores ao Chavismo, foi detido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), na tarde dessa quinta-feira (19), hora local (noite em Brasília).

A primeira-dama municipal, Mitzy, postou nas redes sociais que o marido estava preso e que não sabia seu paradeiro. Também responsabilizou ao presidente Nicolás Maduro pela vida dele.

“Escreve Mitzy, a esposa de Antonio. O golpearam e o levaram detido sem ordem judicial. Faço Maduro o responsável pela vida do meu esposo”, disse.

“Faço responsável Nicolás Maduro pela vida do meu esposo. O perseguem por falar com verdade e lutar por direitos”, continuou.

Mais cedo, o próprio prefeito postou a seguinte mensagem no Twitter: “meu escritório está prestes a ser invadido neste momento por vários policiais do regime (...)”.

Há poucos minutos, Maduro confirmou em cadeia nacional, a qual transformou em show midiático, a detenção de Ledezma. Acusou-o de estar por trás do suposto plano de golpe de estado, revelado na semana passada, junto com a ex-deputada Maria Corina Machado e o ex-prefeito de Chacao Leopoldo López, este cuja prisão completou um ano ontem (18).

O mandatário sulamericano falou de um suposto eixo Madrid-Bogotá-Miami de ultra-direita, que estaria trabalhando em sua deposição, e aproveitou a ocasião para anunciar que vai convocar nova eleição para a prefeitura de Caracas, isto sem esperar por um julgamento que ainda não aconteceu, ou talvez por acreditar que a 'Justiça' está ao lado do governo.

Nas redes sociais, a prisão de Ledezma está entre os assuntos mais falados no momento com a hashtag #LiberenALedezma.

Apesar de fazer oposição ao Chavismo, que continua mesmo depois da morte de Hugo Chávez, Ledezma esteve no Congresso brasileiro, em 2009, por exemplo, em campanha pela aprovação da Venezuela ao Mercado Comum do Sul (Mercosul). Acreditava ser um modo de evitar o isolamento político do país, que ficaria sem observadores internacionais.

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