Gerson Camarotti, do G1, informa que o Palácio do Planalto passou a avaliar a possibilidade de nomear Lula para o ministério das Relações Exteriores ou da Defesa.
Faz tempo que petistas preocupados com os avanços da Operação Lava Jato e do Ministério Público Federal querem o Brahma no primeiro escalão do governo Dilma para garantir-lhe o foro privilegiado (foro por prerrogativa de função, conforme art. 102, inciso I, alínea “c”, da Constituição Federal).
Com isso, mesmo que Lula viesse a ser denunciado por tráfico de influência em favor da Odebretcht, por exemplo, seu julgamento no Supremo Tribunal Federal não aconteceria antes de 2018 e ele ainda comandaria todas as ações do governo para sua própria eleição.
Os petistas alegam que, com o agravamento da crise política, a nomeação poderia garantir a governabilidade mínima para os próximos anos, por causa da capacidade de articulação política de Lula, que tem mais trânsito com o Congresso e poderia fazer uma blindagem do governo.
Mas a crise política é apenas pretexto para o foro privilegiado. Já tem blog sujo do PT defendendo abertamente a nomeação do Brahma, com as alegações de que o juiz Sergio Moro não vai descansar enquanto não prendê-lo e que a prisão de José Dirceu só reforçou essa ideia. Isto sem falar na delação premiada de Renato Duque.
O temor dos petistas, segundo Camarotti, é que Dilma teria o seu poder presidencial completamente esvaziado.
Ou seja: é humilhante para Dilma precisar de Lula para salvar seu governo, assim como é humilhante para Lula precisar de Dilma para salvar sua pele, de modo que os dois só apelarão à nomeação do Brahma se não tiverem mesmo outra saída.
Para o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, seria mais humilhante ainda.
Melhor manobrar logo pelo impeachment e assumir a presidência, antes que
o PT o jogue fora.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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