Silêncio de Obama é sinal de consentimento?

O jornal The Washington Post perguntou em seu editorial de hoje, domingo, se o silencio do presidente Barack Obama sobre os recentes ataques à oposição na Venezuela equivale a “consentir” os atos de repressão de Hugo Chávez.

Enquanto os Estados Unidos e vizinhos da Venezuela silenciam, Hugo Chávez continua com sua campanha para destruir o que resta da oposição. “¿o silêncio é um consentimento?

“Não temos objeção para dialogar com o senhor Chávez, porém ¿não seria o momento de começar a falar sobre a preservação das emissoras de televisão independentes, a mídia mais importante dos líderes políticos de oposição, sindicatos e grupos de direitos humanos, antes que seja muito tarde?“, afirmou o jornal.


Na quinta-feira à noite o Estado policial invadiu o escritório de Guillermo Zuloaga, o presidente da última emissora independente, a rede Globovision. Eles alegaram estar procurando provas de irregularidades na loja de automóveis que o Sr. Zuloaga também administra.

De fato, esta ação pouco dissimulada demonstra a escalada dos ataques que o Sr. Chávez lançou este mês contra Globovisión. Sob o regime da draconiana lei de controle de mídia a emissora pode ser fechada a qualquer momento. E ninguém duvida dessa intenção do Sr. Chávez: Dois anos atrás ele revogou a licença da mais popular rede de televisão do país, da Radio Caracas Televisión (RCTV), depois de uma campanha repressiva semelhante.

Para recapitular: Em fevereiro o Sr. Chávez eliminou o limite de seu mandato como presidente, após um referendo frente uma campanha que incluiu ataques a uma comunidade judaica na Venezuela. Desde então, ele orquestrou várias investigações contra a maior parte dos líderes de oposição no país, incluindo cinco governadores eleitos no ano passado. Ao prefeito eleito de Maracaibo, que era o principal candidato da oposição, foi concedido asilo no Peru no mês passado. A Assembléia Nacional, controlada pelo Sr. Chávez, está analisando uma legislação que permitiria eliminar com a negociação coletiva e substituir os sindicatos independentes por "conselhos do trabalhador” controlados pelo partido governante.

O jornal afirmou que não é a primeira vez que um “caudilho elimina seus opositores pacíficos: O senhor Chávez está seguindo um caminho bastante transitado por indivíduos como Juan Perón e Alberto Fujimori, sem falar de seu mentor Fidel Castro, porém, esta pode ser a primeira vez que Estados Unidos observam em silêncio a destruição sistemática de uma democracia latinoamericana”. Editorial The Washington Post – Tradução de Arthur para o MOVCC