Honduras acusa Chávez de estar enviando aviões militares para invadir seu território

O Ministério do Exterior de Micheletti, afirmou que aviões militares venezuelanos estão sendo mobilizados na América Central para intervir em seu país. Enquanto isto, Tegucigalpa continua mergulhada no caos, por causa dos atos de vandalismo e terrorismo perpetrados pelos seguidores de Zelaya. Há escassez de alimentos, medicamentos e combustível. Também não há luz e água em várias partes da cidade. (na primeira foto, polícia apreende coquetéis molotov fabricados por zelaystas)



Em um comunicado à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores de Honduras acusou a Venezuela de estar mandando aviões para a “região da América Central” com o objetivo de intimidar o governo no poder ou invadir seu território.

O Ministério das Relações Exteriores diz que está preocupado com "a ameaça que paira sobre Honduras, pelo Governo da Venezuela"; que ele exceda em sua aberta e descarada intromissão, indo tão longe, a ponto de enviar aviões militares para a América Central, com a intenção perversa de intimidar ou invadir Honduras.

Desde o início da crise política em Honduras, o Governo do Roberto Micheletti tem acusado o regime de Hugo Chávez de interferir nos assuntos internos de seu país. Versões oficiais e meios de comunicação de Honduras têm afirmado que a Venezuela está prepararando uma missão militar para facilitar o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya.

Viver de joelhos
Enquanto isso, Zelaya mantém-se escondido na Embaixada do Brasil, de onde ele declarou sobre sua disponibilidade para “lutar em pé a viver de joelhos diante de uma ditadura militar. Também negou, chamou de "mentira" que tivesse alguma vez pensado em sua reeleição, e advertiu que ele não vai falar com "terroristas" porque "não pode haver paz" em um país que está na posse de "um regime usurpador".

De dentro da embaixada diplomática, Zelaya disse: "Não vou sair daqui e eu vou lutar incansavelmente para resolver este problema que está afetando meu país." Ele disse que não tem prazo para sair da embaixada. Eu sou o presidente que o povo escolheu e um país não pode ter dois presidentes, apenas um, e eu tenho o apoio do povo e da comunidade internacional, então, eu estou no exercício das minhas funções, preso por uma ditadura militar que me impede de exercer o mandato que o povo me deu. "

Tegucigalpa sob o caos
Por seu lado, o Governo Micheletti anunciou que irá levantar o toque de recolher, apesar de Tegucigalpa, apesar do caos continuar caracterizando o vandalismo dos seguidores de "Zelaya". Por toda a cidade foram saqueadas e destruídas lojas e escritórios, carros, ônibus e motocicletas.

Segundo a imprensa hondurenha, várias áreas da cidade estão controladas pelos adeptos de Zelaya, que impedem a livre circulação das pessoas. As forças de segurança prenderam centenas de manifestantes.

A situação está causando escassez de alimentos, remédios e combustível. Vários bairros de Tegucigalpa continuam sem eletricidade e água. AGENCIAS/EDE


UMA DECISÃO INFELIZ
Podemos estar sendo cúmplices de Zelaya, ao insuflar as massas contra o governo e a metade do país que o apóia.

Mais uma vez errou nosso Ministério das Relações Exteriores ao imiscuir-se em assunto interno de um país latino-americano. Desta vez, ao "hospedar" , na embaixada brasileira em Honduras, um presidente deposto por afrontar a Constituição de seu país.

Não faz qualquer sentido abrigar o Sr. Manuel Zelaya na condição de hóspede da embaixada. O Sr. Zelaya havia sido banido do país após cometer um ato, previsto na Constituição hondurenha, de "alta traição". O ato em questão foi a tentativa de promover evento destinado a pressionar o congresso hondurenho a mudar a constituição e permitir a sua reeleição. A simples manifestação de intenção nesse sentido já constitui grave atentado à Constituição, o que dizer então de organizar o evento – independentemente do fato deste ser apoiado por uma potência estrangeira, a República Bolivariana da Venezuela. Por Roberto Fendt –

A permanência do Sr. Zelaya na embaixada em Tegucigalpa somente atenderia aos ditames do direito internacional se sua condição fosse a de asilado político. E, nessa condição, o presidente deposto por atentar contra as leis de seu país não poderia exercer qualquer atividade de caráter político. Não lhe seria permitido insuflar seus adeptos contra o governo constituído, legítimo ou não – ou comprometeria seu status de asilado.

Obviamente sabe o Itamaraty dessas banalidades do direito internacional e do direito de asilo. Se cala, é porque consente. O problema é que podemos estar sendo cúmplices do Sr. Zelaya, ao insuflar as massas contra o governo e a metade do país que o apóia. A violência que daí decorrer será parcialmente responsabilidade nossa.
Diário do Comércio - Por Roberto Fendt é economista e vice-presidente do Instituto Liberal

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