Luiz Francisco Barbosa afirma que o
ex-presidente tinha domínio da situação; requerimento será apresentado na
segunda-feira
Gabriel Castro e Rodrigo Rangel - Veja
Online
"O procurador-geral da República
sugeriu que o presidente, que tem até título de doutor honoris causa, fosse um
pateta. Mas ele tinha domínio de tudo"
O advogado do ex-deputado Roberto
Jefferson (PTB),
Luiz Francisco Barbosa, pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu no processo do mensalão. O
requerimento será apresentado na sessão de segunda-feira, data da defesa do
petebista em plenário.
le pedirá a suspensão do julgamento para
a realização de novas diligências que investiguem Lula ou, como alternativa, o
destacamento de um novo processo, em que o petista seria acusado separadamente.
"O procurador-geral da República
sugeriu que o presidente, que tem até título de doutor honoris causa, fosse um
pateta. Mas ele tinha domínio de tudo", disse o representante de Jefferson
ao site de VEJA.
Há poucas chances de o pedido prosperar,
mas a solicitação de Barbosa pode retomar a discussão sobre a responsabilidade
de Lula em um momento em que os holofotes estão voltados para o Supremo Tribunal
Federal.
Leia também: entenda o escândalo do mensalão
O advogado de Jefferson alegará que os
três ex-ministros citados no processo, Anderson Adauto, Luiz Gushiken e José
Dirceu, não tinham poder para enviar ao Congresso projetos de lei - segundo a
denúncia do Ministério Público, o governo comprou o apoio de parlamentares para
facilitar a aprovação de propostas no Congresso.
Por isso, Lula era o maior interessado
no funcionamento do esquema. E, mesmo depois de ter sido avisado por Roberto
Jefferson sobre a existência do mensalão, o então presidente não teria tomado
providência.
Barbosa cita ainda outro episódio que
envolveria o petista: Lula assinou a lei que alterava as regras para a operação
de crédito consignado a aposentados: o BMG, até então fora do mercado, passou a
participar do negócio. O governo ainda deu um auxílio extra ao enviar cartas a
mais de 10 milhões de aposentados, convidando-os a emprestar dinheiro.
"Em um ano, o BMG fez cinco vezes
mais negócios do que a Caixa, que tinha um número de agências muito
maior", alega o advogado.
Só depois, afirma o defensor de Roberto
Jefferson, é que a instituição bancária passou a abastecer o esquema do
valerioduto, onde despejou cerca de 30 milhões de reais. Com o ato de ofício de
Lula - a lei que favoreceu o BMG - ficaria reforçada a participação do petista
no episódio.
Em ocasiões anteriores, Luiz Francisco
Barbosa questionou o Supremo Tribunal Federal a respeito da ausência de Lula no
processo. Em todas as vezes, a Corte se recusou a discutir o caso. Esta será a
primeira vez em que a inclusão do petista como réu será solicitada diretamente.
"O presidente terá de submeter o tema ao plenário", diz o advogado.
Luiz Francisco Barbosa afirma que o
ex-presidente tinha domínio da situação; requerimento será apresentado na
segunda-feira
Gabriel Castro e Rodrigo Rangel - Veja
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