E-mails
apreendidos pela Polícia Federal revelam o poder da ex-gerente da SMP&B,
Geiza Dias, ré do mensalão; ex-funcionária de Marcos Valério indicava como e
quando o pagamento deveria ser feito
Por Josie Jeronimo - IstoÉ
Uma série de e-mails, correspondências e balancetes apreendidos pela
Polícia Federal na SMP&B mostram que Geiza Dias dos Santos, ex-gerente
financeira da agência do publicitário Marcos Valério e ré do processo do
mensalão, não é tão “mequetrefe” como tentou convencer seu advogado Paulo
Sérgio Abreu e Silva durante o julgamento no STF. Segundo o dicionário,
mequetrefe é alguém que não merece maior consideração, um intruso, um
joão-ninguém. ISTOÉ, no entanto, teve acesso a documentos que mostram Geiza
como uma pessoa poderosa. O material indica que, a partir dos registros do
trabalho da administradora de empresas na firma de Valério, foi produzida boa
parte das provas do mensalão.
Nas correspondências, Geiza detalha a
representantes do Banco Rural como o pagamento será feito e fornece dados dos
beneficiários dos saques. O repasse de dinheiro a parlamentares é chamado de
“verba”. Em um e-mail enviado no dia 11 de março de 2003, a ex-gerente
financeira avisa que o policial civil David Rodrigues Alves fará um saque de R$
300 mil e pede que o banco confirme o pagamento. Apurações da CPMI dos Correios
mostraram que Alves atuava como “mula” para o esquema e recebeu R$ 4,9 milhões
do banco. Ele teria atuado para levar dinheiro ao publicitário Duda Mendonça e
também forneceu, em seu depoimento à polícia, informações sobre a participação
do deputado Pedro Henry (PP-MT) no esquema. AQUI
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