Um dos principais jornais dos Estados Unidos, o Wall Street Journal defende em editorial hoje a ação militar colombiana no Equador que resultou na morte de um dos principais líderes das Farc, o comandante Raul Reyes, e foi o pivô de uma grave crise diplomática entre a Colômbia e seus vizinhos Equador e Venezuela.
Segundo o jornal, "a ação chocou os terroristas (como o jornal se refere aos guerrilheiros das Farc) porque ocorreu no Equador. A guerrilha estava acostumada a operar dentro da Colômbia para depois escapar da perseguição dos militares colombianos no refúgio seguro do Equador e da Venezuela".
"Dessa vez os militares colombianos resolveram ir em frente, por razões legítimas de auto-defesa", diz o jornal.
"Duvidamos que os Estados Unidos teriam parado suas tropas na fronteira, se terroristas tivessem bombardeado alvos no Texas de algum ponto no México", diz a publicação. "Mas o que realmente deve ter irritado Chávez foi a captura do laptop de Reyes", diz o jornal americano. O laptop "mostra segredos de Chavez", chamado pelo jornal de "valentão colombiano".
Citando declarações do chefe de polícia da Colômbia, general Oscar Naranjo, o jornal diz que "o laptop mostrou que a Venezuela teria pago US$ 300 milhões às Farc em troca da recente libertação de seis reféns". Na Espanha, o El País afirma em editorial que "Chávez quer capitalizar a equivocada operação colombiana contra as Farc no Equador". "Mais uma vez o exagero veio do líder venezuelano, que insultou de modo chulo seu homólogo colombiano e usou linguagem bélica inadmissível em quem não é parte prejudicada. O afeto de Chávez pelas Farc - para quem pede status de Exército combatente - arrasa a decência mínima que se exige de um chefe de Estado", afirma o El País.
Na França, o jornal Le Monde diz que "pela primeira vez na história, a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, de extrema esquerda) foi ferida no coração".
O Le Monde ainda pergunta se, com a morte de Reyes, as Farc vão adotar uma linha dura, militarista, ou aceitar a negociação política.
"De imediato, ela (a morte de Reyes), não pode fazer nada, a não ser complicar a comunicação com as Farc. Será que Ingrid Betancourt (refém das Farc), que parece estar à beira da morte, e seus companheiros de infortúnio poderão suportar muito mais tempo nessa situação?" BBC Brasil
"Dessa vez os militares colombianos resolveram ir em frente, por razões legítimas de auto-defesa", diz o jornal.
"Duvidamos que os Estados Unidos teriam parado suas tropas na fronteira, se terroristas tivessem bombardeado alvos no Texas de algum ponto no México", diz a publicação. "Mas o que realmente deve ter irritado Chávez foi a captura do laptop de Reyes", diz o jornal americano. O laptop "mostra segredos de Chavez", chamado pelo jornal de "valentão colombiano".
Citando declarações do chefe de polícia da Colômbia, general Oscar Naranjo, o jornal diz que "o laptop mostrou que a Venezuela teria pago US$ 300 milhões às Farc em troca da recente libertação de seis reféns". Na Espanha, o El País afirma em editorial que "Chávez quer capitalizar a equivocada operação colombiana contra as Farc no Equador". "Mais uma vez o exagero veio do líder venezuelano, que insultou de modo chulo seu homólogo colombiano e usou linguagem bélica inadmissível em quem não é parte prejudicada. O afeto de Chávez pelas Farc - para quem pede status de Exército combatente - arrasa a decência mínima que se exige de um chefe de Estado", afirma o El País.
Na França, o jornal Le Monde diz que "pela primeira vez na história, a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, de extrema esquerda) foi ferida no coração".
O Le Monde ainda pergunta se, com a morte de Reyes, as Farc vão adotar uma linha dura, militarista, ou aceitar a negociação política.
"De imediato, ela (a morte de Reyes), não pode fazer nada, a não ser complicar a comunicação com as Farc. Será que Ingrid Betancourt (refém das Farc), que parece estar à beira da morte, e seus companheiros de infortúnio poderão suportar muito mais tempo nessa situação?" BBC Brasil
HUGO CHÁVEZ, A UM PASSO DO ABISMO
A imagem de Hugo Chávez rendendo homenagem ao guerrilheiro Raúl Reyes, com um minuto de silêncio, diante das câmeras de televisão, ilustra perfeitamente o grau de perversão e descolamento da realidade com que tem conduzido sua ação política, convertendo uma operação anti-terrorista em uma gravíssima crise que parece a ante-sala de uma guerra que não deveria ter lugar jamais.
Hugo Chávez tem vínculos mais profundos e emotivos com o grupo terrorista do que com o Governo legítimo da Colômbia, com quem eliminou toda comunicação e praticamente rompeu as relações diplomáticas, enquanto ofereceu à narcoguerrilha das FARC, a consideração de força beligerante.
Chávez tem atuando também, conforme tudo indica, como o instigador da extemporânea reação do presidente equatoriano, Rafael Correa, que passou de uma atitude razoável, quando foi informado sobre a operação militar em seu território, a repetir os mesmos insultos que lançava o venezuelano, contra o presidente Uribe.
Na realidade, o Governo equatoriano tem muito mais explicações a dar para Bogotá, pois, se por um lado, é verdade que as tropas colombianas atravessaram a fronteira, foi porque os terroristas se abrigavam em território equatoriano, e pelo que está demonstrado nos documentos apreendidos no PC de Reys, se escondiam com a escandalosa complacência do presidente Correa.
Ao ordenar publicamente o envio de forças militares à fronteira com a Colômbia, aguçando irresponsavelmente os sentimentos belicistas entre seus seguidores, Hugo Chávez se comporta com um dirigente desequilibrado. Os argumentos que esgrime para justificar esta escalada militar não têm precedentes na historia recente, e não podem, portanto, explicar que ele pretenda arrastar para a guerra inútil e sem sentido, os 3 países –ou quatro, se o nicaragüense Daniel Ortega seguir obedecendo as instruções de Caracas, como faz Rafael Correa. Se havia alguma dúvida, agora sabemos o porquê das armas que Chávez vem comprando e acumulando nos últimos anos.
Afortunadamente, as autoridades colombianas estão mantendo, por agora, a calma, e se abstiveram de mandar tropas para a fronteira ou de fazerem qualquer gesto que contribua para agravar ainda mais a situação.
Chávez não ignora que, depois de sua derrota no referendo, seu regime começou a ruir, e que o descontentamento dos venezuelanos cresce a cada dia. Invocar o inimigo exterior é uma artimanha à qual outros caudilhos e ditadores já recorreram, no passado, porém, raramente funcionou. Abc.es
"AS RAZÕES DE CHÁVEZ PARA IR À GUERRA, SÃO FICTÍCIAS”
Por Raúl Isaías Baduel - general aposentado, foi ex- ministro da Defesa da Venezuela.
Raúl Baduel afirma que Chávez está fazendo o que "já tentou em outras ocasiões": "buscar o apoio popular recorrendo a um nacionalismo enviesado". E ataca as Farc e o apoio dado por Chávez. "Esses grupos fizeram ataques em que mataram civis de forma cruel. Não só colombianos, mas também venezuelanos, são relacionados com o narcotráfico e recrutam menores de maneira forçada." Mas nenhum analista na Venezuela, nem mesmo da mais encarniçada oposição a Chávez, justifica a invasão do Equador por parte da Colômbia. "Tem de haver uma ameaça clara, e esse não é o caso.
Aqui não existe um adversário. Como ministro da Defesa, posso dar fé da responsabilidade com que o exército colombiano manipulava os assuntos de coordenação com a Venezuela. A população venezuelana sabe que não houve uma agressão a nosso país, que não há elementos suficientes para fazer esta guerra de microfones, apresentada na televisão como se fosse um 'reality show'." El País
FARC: COMPRAS E CONTATOS NO BRASIL
As relações entre a esquerda brasileira e as Farc, bastante estreitas na década de 90, acabaram esfriando quando o Lula da Silva assumiu o poder. Embora não considere as Farc um grupo terrorista, como defende o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, o governo brasileiro optou pela discrição. A ligação com o narcotráfico e a intensificação dos seqüestros tornaram as Farc um assunto incômodo para as autoridades brasileiras.
Segundo fontes da área diplomática, atualmente as relações entre guerrilheiros e brasileiros se dão, basicamente, na fronteira. As Farc costumam entrar em território brasileiro para comprar alimentos e outros produtos. Também há contatos informais com militares do Brasil que vigiam a divisa com os países amazônicos.
Alguns fatos envolvendo as Farc continuam repercutindo no relacionamento com a Colômbia. O exemplo mais forte foi o arquivamento, pelo STF, do pedido de extradição do ex-padre Francisco Antonio Cadenas Collazzos, conhecido por Oliverio Medina. Ele ganhou o status de refugiado político e, até há pouco tempo, agia como porta-voz das Farc no Brasil. O governo colombiano insistiu para que a decisão do STF fosse revista, alegando que Medina é condenado por terrorismo e seqüestro. Por Eliane Oliveira - O Globo
“PERSONA NON GRATA”:
PROTETOR DE TERRORISTA VEM AO BRASIL
(AFP) - O presidente do Equador, Rafael Correa, viajará ao Brasil antes do dia 5 de março, quando seguirá para a Venezuela, depois de ter rompido relações com a Colômbia, disse nesta segunda-feira à AFP o embaixador equatoriano em Caracas, Rene Vargas. "Recebi uma comunicação oficial da chancelaria equatoriana segundo a qual o governo de meu país rompeu relações com o governo equatoriano", disse o embaixador por telefone. Uol Notícias
REVISTA ÉPOCA:
A CABEÇA DELE VALE U$ 5 MILHÕES
Entrevista da Semana com Raul Reys, em Janeiro de 2008
ÉPOCA – O governo brasileiro se ofereceu para intermediar a crise. É possível haver uma mediação internacional em prol de uma troca de reféns das Farc por prisioneiros do governo?
Entrevista da Semana com Raul Reys, em Janeiro de 2008
ÉPOCA – O governo brasileiro se ofereceu para intermediar a crise. É possível haver uma mediação internacional em prol de uma troca de reféns das Farc por prisioneiros do governo?
REYS - “A presença do professor Marco Aurélio Garcia sugere que Lula entende a existência de um conflito armado” – Material completo aqui
Um comentário:
ler todo o blog, muito bom
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