De amarelo, MST invade ferrovia

Desrespeitando proibição da Justiça, movimento fecha estrada de ferro da Vale no Pará – Por Ronaldo Brasiliense – O Globo

O MST cumpriu a ameaça e, com o Movimento dos Trabalhadores e Garimpeiros da Mineração (MTM), fechou por cerca de cinco horas a Estrada de Ferro de Carajás, em Parauapebas, no Pará, sem intervenção de força policial. A ocupação - principal ato realizado ontem no país, em memória dos 19 sem-terra assassinados há 12 anos em Eldorado dos Carajás - começou perto das 6h: militantes com camisetas amarelas puseram pedaços de pau na ferrovia, no trecho em frente ao acampamento de sem-terra Palmares II.

A ação conjunta com o MTM foi uma forma de o MST tentar burlar decisão da 41ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que proibiu o movimento e seu coordenador nacional, João Pedro Stédile, de "incitar e promover a prática de atos violentos" contra a Vale ou interromper as atividades da mineradora no país, sob pena de multa de R$5 mil.


O maquinista da locomotiva 387 da mineradora, Raimundo Nepomuceno, freou ao ver os obstáculos, mas parte da madeira foi deslocada com o choque e feriu manifestantes; a maioria sofreu escoriações, e um deles teve um braço quebrado. O maquinista contou ter sido ameaçado com foice e facão. Em nota, o MST responsabiliza a Vale por ferimentos em 22 militantes do MTM. A Vale considerou as acusações absurdas.

Foram mais de cinco horas de comemorações no acampamento. Manifestantes soltavam rojões e enfeitavam a locomotiva com faixas contra a Vale, bandeiras vermelhas do MTM, do Brasil, do Pará e uma com a imagem de Che Guevara. Apenas por volta de meio-dia chegou uma tropa da PM paraense com 200 soldados, cães e apoio da cavalaria. O tenente-coronel José Monteiro Júnior, comandante do Batalhão da PM em Parauapebas, convocou quatro líderes do MTM; ninguém se apresentou como líder do MST.

Governadora diz que reforçou policiamento
Não houve resistência. Os cerca de 800 manifestantes permaneceram no acampamento, cercados pela tropa de choque, enquanto policiais e agentes da Polícia Federal recolhiam cartazes, faixas e bandeiras afixados na locomotiva da Vale e cortaram os troncos com uma motosserra.

Neuton Paulino, que se apresentou como líder do MTM, e Altamiro Borba Soares, assessor do prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (PT), aliado do MST, foram presos por desobediência à decisão da Justiça que proibiu ações de vandalismo contra instalações da Vale e co-autoria na obstrução da ferrovia. Em Belém, o MST invadiu sede da Vale. E na Curva do S, na PA-150, palco do massacre, em 17 de abril de 1996, houve missa e ato público com cerca de 200 sem-terra.

A Vale responsabilizou a governadora Ana Júlia Carepa (PT) pelo bloqueio da ferrovia. Em nota, a mineradora disse que "não vai se calar diante das ameaças do MST ou da falta de responsabilidade dos governantes, em especial no Estado do Pará, que se omitem diante de um crime há muito anunciado e que, por incompetência ou conivência, estão assistindo a essa maré de crimes que nos últimos dias vem aterrorizando o Brasil".

Ana Júlia assinou ontem decretos que indenizam vítimas de violência no Pará, incluindo 20 famílias do MST, pelo massacre de Eldorado dos Carajás. O governo pagou um total de R$1,497 milhão às famílias. Quanto às acusações da Vale, o governo do Pará informou em nota que enviou a Parauapebas "todas as autoridades estaduais da área de segurança pública". "Estas autoridades estão desde o dia 8 de abril na área do possível conflito e, para garantir a livre manifestação de opinião e o direito ao trabalho e à produção, o governo do Pará também deslocou contingentes policiais para coibir atos de vandalismo e manter a ordem social na região".


CENAS DO PASSEIO TURÍSTICO DO MST EM BRASÍLIA

A passeatada organizada nesta quinta-feira em Brasília expôs o esvaziamento do MST, que cada vez mais perde a força e sua razão de existir, como afirmou um estudioso de sua atuação, Zander Navarro, à Folha de S. Paulo de ontem. Após a invasão à sede da Caixa, que indignou funcionários e clientes da instituição, os militantes do MST aborreceram milhares de brasilienses, atrapalhando o trânsito na Esplanada dos Ministérios durante horas. Recebendo verbas milionárias do governo Lula, inclusive para financiar manifestações desse tipo, o MST exibe sinais exteriores de riqueza, como o trio elétrico de fazer inveja ao carnaval da Bahia, e seus militantes portando modernas máquinas de fotografia e vídeo. O repórter-fotográfico Orlando Brito acompanhou a passeata e realizou flagrantes significativosendinheirado MST. Por Cláudio Humberto


UM PAÍS DE PARASITAS
Por Paulo Saab – Jornal do Comércio
Sabe-se que o MST recebe milhões e milhões de reais do poder público brasileiro. Parece correto, então, deduzir que os crimes de invasão, ocupação e destruição de propriedades públicas e privadas são financiados com dinheiro público. Dinheiro que poderia estar sendo empregado em obras a favor da população em educação sadia e empreendedora.

O Brasil está virando um país de parasitas. O dinheiro se sabe que vem do governo e de fontes ignoradas, internas e do exterior. O contingente humano? É massa da manobra. Gente humilde manipulada por um discurso que, em nome do social, mobiliza as pessoas em ações criminosas, violentas. Quando há reação, a propaganda transforma em "massacres" ou violações do Estado no uso da força em defesa da legalidade. O Brasil está virando o país dos valores invertidos.

A omissão, leniência, medo, seja lá o que leva a autoridade pública - ou melhor, não leva - a agir nos termos da lei nessas ações de violência política, não encontram respaldo na lógica, na necessidade de cumprir o seu dever. Ecoa, isso sim, nos acomodamentos interesseiros de uso do poder a favor ou contra sem levar em consideração a existência de uma Constituição e Códigos Civil e Penal a serem obedecidos.

O Brasil está virando o país da ilegalidade. Confesso que temo pelo nosso futuro não muito distante. Os estudantes sem-causa, como mencionei aqui nesta semana, estão começando a partir para o protesto pelo protesto. Os ditos movimentos sociais agem País afora de maneira criminosa, como se fossem justiceiros sociais quando, na verdade, corrompem o liame da legalidade. E manipulam almas ingênuas. O Brasil está virando o país da meia-verdade. Do discurso dúbio. Da falastranice. Somos pródigos em deixar a liberdade democrática dar espaço para quem com ela quer acabar.

Quem vive do crime adora o Brasil. E canta o Hino Nacional de peito estufado...


ESSE GOVERNO NÃO COSTUMA FAZER JUÍZO DA CANALHA
Sob críticas, ministro do Desenvolvimento Agrário diz respeitar o MST
O ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) afirmou que não comenta ações dos movimentos sociais. "A resposta às críticas ao ministério tenho que dar com o trabalho. Tenho que dar com o [programa de combate à pobreza campo] Territórios da Cidadania, com a reforma agrária e valorização da agricultura familiar", disse. "Eu não costumo fazer juízo sobre a ação de movimento social. Não é minha atribuição", acrescentou Cassel. Folha Online – Leia mais
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