Festim diabólico

Confesso-me ainda chocado com o espetáculo protagonizado por Lula, Sérgio Cabral e Dilma Rousseff anteontem, na Baixada Fluminense: não eram três personagens da vida pública brasileira, mas três caricaturas. Seu palanque era uma urna funerária onde jaziam 67 cadáveres. As vítimas não morreram de dengue, não. Morreram de irresponsabilidade. Não foram picados pelo mosquito. Foram atropelados pela crônica incompetência. Não foram colhidos por desidratação ou hemorragia. Foram arrancados da vida pela impudicícia dos falastrões.

Por que tanto riso naquele palco macabro? Que acontecimento se celebrava ali? Era a festança do PAC. Regozijavam-se todos pelo país do futuro, esta construção mental que, na pena de Stefan Zweig, tinha um caráter promissor, otimista. Judeu austríaco fugido do nazismo — acabou escolhendo o Brasil como destino. E aqui se matou. O que pode assumir um triste simbolismo. O “país do futuro” tornou-se conversa mole da faroleiros, quase sempre uma desculpa para justificar os descalabros do presente. Trecho de Reinaldo Azevedo - Texto completo
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PAC É PALANQUE
Ao lado de Hugo Chávez, semana passada, e do governador do Rio, Sérgio Cabral, há dias, Lula aparece ao lado ou em cima de máquinas de terraplenagem. É o primeiro presidente que não inaugura a conclusão, mas, sim, o suposto início de obras. Sob as barbas da Justiça Eleitoral. Cláudio Humberto



RIO: AERONÁUTICA PREVÊ PIORA NA SITUAÇÃO DAS TENDAS

– A situação ainda vai piorar nos próximos dias.

A previsão da tenente-coronel e enfermeira Heloísa Alves de Souza retrata a dificuldade que oficiais da Aeronáutica passam no hospital de campanha construído na Barra, com capacidade de atendimento para 400 pessoas. Programado para funcionar 24 horas, o posto teve sua lotação atingida às 12h15 de ontem, segundo dia das operações, que devem durar dois meses. Um dos militares, que não quis se identificar comentou: - – Não esperávamos isso. A confusão é grande, as filas vão começar a se formar no posto de triagem do Alvorada de madrugada. - JB Online – Leia mais
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PODE TIRAR SEU CAVALINHO DA CHUVA, JOSÉ ALENCAR
Só para lembrar a pesquisa da DATAFOLHA - 65% não aprovaram a hipótese de terceiro mandato de Lula. O levantamento, realizado entre os dias 26 e 29 de novembro, mostrou que nem mesmo no Nordeste, região em que Lula é mais bem avaliado, essa hipótese contaria com o apoio da maioria da população. Apenas 31% apoiariam uma mudança na lei para o petista concorrer em 2010. Folha



LULA IMPEDE TCU DE FISCALIZAR USO DE IMPOSTO SINDICAL

As centrais sindicais vão receber um reforço de caixa anual de cerca de R$ 100 milhões da contribuição sindical obrigatória - correspondente a um dia de salário por ano do trabalhador, descontado na folha de pagamento -, mas estarão livres de prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem a lei de reconhecimento das centrais dos trabalhadores, mas vetou o artigo aprovado pelo Congresso que obrigava a detalhar os gastos do também chamado imposto sindical ao TCU.

O governo alegou que a medida era inconstitucional, uma intervenção indevida do poder público na organização sindical. “Passei 30 anos lutando por liberdade e autonomia sindical e não poderia compactuar em tirar do Ministério do Trabalho e transferir para o TCU a responsabilidade de fiscalizar as centrais”, justificou o presidente, na reunião de ontem do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Lula lembrou que a emenda da Câmara só instituía a fiscalização dos sindicatos de trabalhadores, mas no Senado a medida foi ampliada aos patronais. Mesmo assim, decidiu vetá-la. Agora, o controle dos recursos caberá unicamente aos trabalhadores e empresários, que podem exigir a prestação de contas em assembléias. O Ministério do Trabalho vai apenas monitorar os dados e qualquer denúncia de irregularidade deverá ser feita ao Ministério Público do Trabalho. “Deus queira que tanto os empresários quanto os trabalhadores fiscalizem os seus sindicatos”, completou Lula. Via Portal G1 - As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.


DESVIO DE VERBAS DO MST
Como sempre fez questão de não ter existência legal e assim livrar-se de controles de órgãos oficiais, quanto às verbas públicas que lhe são repassadas, o MST tem usado a estratégia (melhor seria dizer artimanha) de criar entidades legalizadas, sem fins lucrativos, com elas mantendo convênios por meio dos quais recebe, indiretamente, dinheiro do governo. Uma destas é a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca). Essa entidade foi acusada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de desviar R$ 4,4 milhões, repassados pelo Ministério da Educação - no primeiro governo Lula, em 2004 - para a execução do programa Brasil Alfabetizado. O Estado de São Paulo – Leia mais
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CPI DAS ONGS INVESTIGARÁ MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA DO CHURRASQUEIRO DO LULA

Ex-dirigente da Unitrabalho, Jorge Lorenzetti é conhecido como "churrasqueiro de Lula". Aprovação do pedido de informações foi derrota da base do governo. A CPI das ONGs aprovou nessa terça-feira (1) um requerimento pedindo ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informações sobre movimentações financeiras consideradas atípicas de Jorge Lorenzetti, ex-dirigente da entidade Unitrabalho de 1999 a 2006.

Lorenzetti ganhou notoriedade ao ser envolvido no escândalo da compra de um dossiê sobre políticos tucanos na campanha eleitoral de 2006. Lorenzetti era coordenador de risco e mídia da campanha de reeleição de Lula e deixou o posto após a denúncia. O “churrasqueiro” foi também diretor da ONG Unitrabalho. O volume de repasses feitos pelo governo federal para a entidade aumentou de forma expressiva após a posse do presidente Lula em 2003.
O Dia Online


“É A CONTINUIDADE DA FARRA DO PODER”
Leôncio Martins Rodrigues: cientista político. Estudioso diz não vislumbrar nenhuma possibilidade de mudança substancial na estrutura sindicalista neste governo – Por Roldão Arruda – O Estão de São Paulo

Para o cientista político Leôncio Martins Rodrigues, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vetar o artigo que obrigava entidades sindicais a prestarem contas ao TCU, é mais um capítulo da “farra do poder” das centrais sindicais que o País atravessa. Professor aposentado da USP e da Unicamp e estudioso do movimento sindical brasileiro, Leôncio diz não vislumbrar nenhuma possibilidade da mudança substancial na estrutura sindicalista neste governo.


Como o senhor analisa o veto do presidente na questão de prestação contas ao TCU?
Não surpreende. Me parece a continuidade da farra do poder que as centrais sindicais desfrutam no Brasil, sem obrigações, sem pressões. Elas possuem um poder impressionante, obtido por meio de favorecimentos legais, acordos de cúpula. Essa história de prestar contas ao ministério é uma volta ao passado, quando ele legalizava e controlava os sindicatos. Mas isso não começou agora. Antes do escândalo do mensalão estava em curso uma proposta de reforma sindical, patrocinada pelo José Dirceu, da Casa Civil, que iria beneficiar principalmente as centrais. Não sei por onde anda agora.

Essa “farra” está relacionada ao fato de termos um ex-sindicalista na Presidência? Ou se deve ao poder dos sindicalistas no Congresso?
O Lula não tem mais nada a ver com sindicatos desde os anos 80, quando virou um político profissional. Mas os sindicatos, as centrais, especialmente a CUT, fazem parte de sua base política. Ele beneficia essa base não apenas com ações legais, mas também nomeando sindicalistas para cargos no governo. A lista de nomeados é imensa. A começar pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ex-presidente da CUT. Também é preciso considerar que no Brasil o movimento sindical se tornou um degrau importante para o ingresso na classe política. Especialmente no caso das entidades de classe média assalariada.

Pode explicar melhor?
A presidência de um sindicato qualifica a pessoa para a disputa de um cargo político - muitas vezes diretamente para uma vaga de deputado federal. São geralmente candidatos de classe média, bancários, médicos. O atual presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, fez carreira política a partir do sindicato dos médicos, assim como o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. A lista inclui ainda os Vicentinhos, Meneguellis, Medeiros, Paulinhos e muitos outros.

A que exatamente o senhor se referia quando usou as expressões “favorecimentos legais” e “acordos de cúpula”?
Alguém viu alguma marcha de trabalhadores a Brasília para pedir a manutenção do imposto sindical? Alguém protestou frente ao Ministério do Trabalho? Houve alguma greve? Não ocorreu nada disso. Tudo acontece por razões políticas contingenciais. São ações da cúpula, golpes legais, uma retribuição do ex-sindicalista aos sindicatos. É interessante observar que isso ocorre num momento em que os sindicatos não têm nenhum poder de pressão, um momento de ausência de política de massas.

Foi negociado na Câmara que serão feitas mudanças nos próximos meses, uma delas envolvendo o imposto sindical. É pura tapeação. Tenho ouvido há tanto que as mudanças serão feitas daqui a algum tempo que não acredito mais nessas coisas. No Brasil, abrir um sindicato é um grande negócio: ele funciona como uma empresa que nunca corre o risco de ir à falência, graças às contribuições obrigatórias que todo ano entram em seu caixa.
O Estado de São Paulo

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