Mozarildo denuncia a imoralidade e o atentado à soberania do País

DISCURSO DE MOZARILDO, ONTEM

Sr. Presidente, volto à tribuna, para novamente denunciar a imoralidade e o atentado às pessoas em Roraima e à soberania de nosso País.

O que aconteceu na questão da reserva indígena Raposa Serra do Sol foi, primeiro, uma irresponsabilidade do Presidente Lula com o povo de Roraima, com as comunidades indígenas daquela região e com o País. Hoje, o que há em Roraima, nessa reserva indígena Raposa Serra do Sol? - Leia o discurso completo do Senador aqui


MOZARILDO QUER RESPEITO A AGRICULTORES DA ÁREA RAPOSA DO SOL
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) pediu respeito às 468 famílias de agricultores que estão sendo forçados a deixar suas terras na reserva indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima. Para o parlamentar, por ter "exagerado" na área demarcada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "foi irresponsável com o povo de Roraima, com as comunidades indígenas da região e com o país".

- O assunto infelizmente foi destratado ou desqualificado pelo presidente Lula, obedecendo ao núcleo duro comunistóide socialista estatizante que domina o Incra, oIbama, e a Funai - disse o senador, referindo-se ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Fundação Nacional do Índio (Funai).

Mozarildo lamentou que as reservas indígenas ocupem mais de 50% do território do estado, sendo concentradas na divisa com Venezuela e Guiana. O senador observou que a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, com o voto do Brasil, uma declaração de direitos indígenas que dá a eles autonomia sobre seus territórios.

- Essa terra não será nossa no futuro – vaticinou.

O senador denunciou a prisão "de maneira truculenta" do prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, pelo delegado da Polícia Federal Fernando Romeiro, durante protesto no qual foi bloqueada uma estrada. O senador leu em Plenário relato que atribuiu ao deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR), no qual este confirma a truculência da detenção, sob alegação de desacato a autoridade.

- Quero pedir respeito às pessoas que estão lá. Eles estão sendo retirados de maneira compulsória do lugar que escolheram para viver - afirmou o parlamentar, comparando esse ato com os cometidos na Alemanha nazista.

Em aparte, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) - que participou da comissão do Senado que tratou das reservas indígenas, em particular da área Raposa-Serra do Sol, presidida por Mozarildo - disse que o governo federal cometeu um grave erro ao demarcar uma área contínua próxima à fronteira para cinco etnias já aculturadas. Para Jefferson Péres, ali deveriam existir cinco reservas separadas.

José Paulo Tupynambá / Agência Senado - (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado


DEPUTADO CRITICA ATUAÇÃO DA PF EM RORAÍMA
Em companhia do líder dos arrozeiros, Paulo César Quartiero, o deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) fez hoje (1º) duras críticas à movimentação dos agentes da Polícia Federal no sentido de promover a retirada dos produtores da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

"A atuação da Polícia Federal é desastrosa em relação à maneira como lida com as pessoas não só com os arrozeiros, pois existem famílias que estão lá há séculos, crianças e mulheres", disse Junqueira em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o deputado, um documento assinado por toda a bancada federal de Roraima será encaminhado ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para solicitar ao governo aguardar que a questão seja decidida no mérito pelo Supremo Tribunal Federal. "Ainda existem ações pendentes. O Supremo até hoje só se posicionou liminarmente. É uma situação complexa que demanda necessidade de discussão no pleno", argumentou.

Para Junqueira, a forças políticas estaduais vão deixar de lado diferenças partidárias para defender o direito dos roraimenses que produzem na terra indígena. "Os roraimenses estão armados de ideais, sonhos e convicções, enquanto a Polícia Federal está armada de metralhadora, fuzil e granada", comparou.

Na semana passada, o parlamentar foi alvo de uma recomendação da Procuradoria Geral da República para que não produzisse filmagens dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Junqueira disse ter recebido o comunicado com surpresa e se nega a cumpri-lo.

"Levo minha assessoria para resguardar minha integridade física, já que alguns agentes da Polícia Federal não respeitam a nossa condição de parlamentar", justificou o deputado, que alegou ter sido chamado de "boiola" pelo delegado da PF Romero Fernando Teixeira.

Durante toda a tarde de ontem (1º) a reportagem tentou contato com Teixeira, responsável pelas ações da operação em curso, mas não houve retorno para os recados deixados na Superintendência da PF em Boa Vista. - Agência Brasil

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