Enquanto Lula discursa na Holanda sobre a necessidade de produzir mais alimentos, em Roraima a polícia dele quer a todo custo tornar improdutivas terras em que a vegetação natural já foi há muito tempo removida e que há anos serve para cultivar arroz - Por Alon Feuerwerker – Correio Braziliense
Ontem, na Holanda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu finalmente que a inflação mundial nos preços dos alimentos é um problema. Corretamente, localizou a raiz do fenômeno na expansão do consumo dos emergentes planetários. Mas Lula continua se recusando a admitir o óbvio: a expansão acelerada da produção de biocombustíveis, o etanol incluído, é um forte vetor da elevação do custo da comida.
Em seu discurso europeu, o presidente repisou a tese de que o Brasil tem terras abundantes, em quantidade suficiente para plantar cana-de açúcar para o etanol, cultivar cada vez mais grãos e criar cada vez mais gado. Tudo ao mesmo tempo. E mantendo intocadas as florestas restantes. E expandindo cada vez mais as terras indígenas. É claro que poucos crêem na promessa presidencial. Aqui neste espaço vimos perguntando há meses: se a coisa é assim, por que faltam áreas para a reforma agrária, conforme reclamam os responsáveis pelos programas de distribuição de terras do governo federal?
Enquanto Lula viaja pela Europa reconhecendo parte da realidade e tentando vender o que não tem para entregar, na Amazônia a Polícia Federal procura pela enésima vez colocar em prática uma das mais desastradas decisões presidenciais desde a posse. Tenta retirar da reserva indígena Raposa/Serra do Sol produtores de arroz e índios que se negam a esvaziar propriedades que cultivam, em alguns casos, há décadas.
A PF está sozinha na empreitada, já que as Forças Armadas justificadamente se recusam a participar da operação. O Exército não tem mesmo por que ajudar a enfraquecer a presença do Estado brasileiro na fronteira norte do país nem por que se dobrar a interesses estrangeiros que operam por meio de organizações não-governamentais de fachada.
Felizmente, o Supremo Tribunal Federal interveio para suspender a insana operação e parou toda e qualquer ação de despejo até que sejam julgados os recursos sobre o tema na suprema corte. Ganha-se, portanto, tempo para tentar uma saída que atenda ao interesse nacional.
A crise em Roraima era perfeitamete evitável. Bastava fazer convergir as diversas demandas e aprovar a demarcação do território indígena excluindo dele as áreas já há muito tempo absorvidas pela civilização. Alguns anos atrás, os dois lados estavam próximos de um acordo. Que entretanto foi bloqueado devido às intransigências fundamentalistas encasteladas na Esplanada dos Ministérios.
Ou seja, a crise foi exportada de Brasília para Roraima. Tivéssemos um Congresso Nacional menos omisso, certamente as autoridades responsáveis pela criação do impasse já teriam sido obrigadas a prestar contas aos representantes do povo. Talvez já estivessem fora de suas cadeiras. Mas não. Num Brasil em que infelizmente o patriotismo virou palavra fora de moda, os brasileiros que lutam para manter a bandeira verde-amarela hasteada no nosso extremo norte são tratados pelo governo federal como bandidos.
É uma atitude que rende aos nossos líderes palmas no Primeiro Mundo. Infelizmente, e isso não começou neste governo, há entre nós quem prefira ouvir o aplauso do colonizador do que escutar a voz dos cidadãos que aqui lutam para proporcionar um futuro melhor aos seus filhos e ao país.
Enquanto Lula discursa na Holanda sobre a necessidade de produzir mais alimentos, aqui dentro a polícia dele quer a todo custo tornar improdutivas terras em que a vegetação natural já foi há muito tempo removida e que há anos serve para cultivar arroz. Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço. Sintomaticamente, Lula nunca foi a Roraima desde que se sentou na cadeira presidencial. Não manifesta a menor vontade de colocar seu prestígio a favor de uma solução negociada para o problema. E age como se o estado fosse um estorvo. Pobre Roraima. Pobre Brasil.
GOVERNO PERDE E STF MANTÉM PF FORA DA RESERVA
Os ministros do STF negaram, em decisão unânime, recurso da União que pedia a continuidade da operação para retirar não-índios da terra indígena Raposa/Serra do Sol. Mesmo com a derrota, o advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, disse que o julgamento foi "importante" para "deixar claro" que a Força Nacional de Segurança e a PF podem continuar mobilizadas na área até que o mérito das ações sobre a ocupação da terra seja julgado. Na sessão, o relator do caso, Carlos Ayres Britto, manteve sua decisão da quarta-feira, quando suspendeu a operação da PF. Ontem, documento divulgado pelo Conselho Indígena de Roraima insinua que os índios favoráveis à expulsão dos arrozeiros podem agir para retirá-los da área. "Já esperamos demais. Tivemos calma, mas agora basta", diz o texto. Agência Folha – Sucursal de Brasília
Em seu discurso europeu, o presidente repisou a tese de que o Brasil tem terras abundantes, em quantidade suficiente para plantar cana-de açúcar para o etanol, cultivar cada vez mais grãos e criar cada vez mais gado. Tudo ao mesmo tempo. E mantendo intocadas as florestas restantes. E expandindo cada vez mais as terras indígenas. É claro que poucos crêem na promessa presidencial. Aqui neste espaço vimos perguntando há meses: se a coisa é assim, por que faltam áreas para a reforma agrária, conforme reclamam os responsáveis pelos programas de distribuição de terras do governo federal?
Enquanto Lula viaja pela Europa reconhecendo parte da realidade e tentando vender o que não tem para entregar, na Amazônia a Polícia Federal procura pela enésima vez colocar em prática uma das mais desastradas decisões presidenciais desde a posse. Tenta retirar da reserva indígena Raposa/Serra do Sol produtores de arroz e índios que se negam a esvaziar propriedades que cultivam, em alguns casos, há décadas.
A PF está sozinha na empreitada, já que as Forças Armadas justificadamente se recusam a participar da operação. O Exército não tem mesmo por que ajudar a enfraquecer a presença do Estado brasileiro na fronteira norte do país nem por que se dobrar a interesses estrangeiros que operam por meio de organizações não-governamentais de fachada.
Felizmente, o Supremo Tribunal Federal interveio para suspender a insana operação e parou toda e qualquer ação de despejo até que sejam julgados os recursos sobre o tema na suprema corte. Ganha-se, portanto, tempo para tentar uma saída que atenda ao interesse nacional.
A crise em Roraima era perfeitamete evitável. Bastava fazer convergir as diversas demandas e aprovar a demarcação do território indígena excluindo dele as áreas já há muito tempo absorvidas pela civilização. Alguns anos atrás, os dois lados estavam próximos de um acordo. Que entretanto foi bloqueado devido às intransigências fundamentalistas encasteladas na Esplanada dos Ministérios.
Ou seja, a crise foi exportada de Brasília para Roraima. Tivéssemos um Congresso Nacional menos omisso, certamente as autoridades responsáveis pela criação do impasse já teriam sido obrigadas a prestar contas aos representantes do povo. Talvez já estivessem fora de suas cadeiras. Mas não. Num Brasil em que infelizmente o patriotismo virou palavra fora de moda, os brasileiros que lutam para manter a bandeira verde-amarela hasteada no nosso extremo norte são tratados pelo governo federal como bandidos.
É uma atitude que rende aos nossos líderes palmas no Primeiro Mundo. Infelizmente, e isso não começou neste governo, há entre nós quem prefira ouvir o aplauso do colonizador do que escutar a voz dos cidadãos que aqui lutam para proporcionar um futuro melhor aos seus filhos e ao país.
Enquanto Lula discursa na Holanda sobre a necessidade de produzir mais alimentos, aqui dentro a polícia dele quer a todo custo tornar improdutivas terras em que a vegetação natural já foi há muito tempo removida e que há anos serve para cultivar arroz. Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço. Sintomaticamente, Lula nunca foi a Roraima desde que se sentou na cadeira presidencial. Não manifesta a menor vontade de colocar seu prestígio a favor de uma solução negociada para o problema. E age como se o estado fosse um estorvo. Pobre Roraima. Pobre Brasil.
GOVERNO PERDE E STF MANTÉM PF FORA DA RESERVA
Os ministros do STF negaram, em decisão unânime, recurso da União que pedia a continuidade da operação para retirar não-índios da terra indígena Raposa/Serra do Sol. Mesmo com a derrota, o advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, disse que o julgamento foi "importante" para "deixar claro" que a Força Nacional de Segurança e a PF podem continuar mobilizadas na área até que o mérito das ações sobre a ocupação da terra seja julgado. Na sessão, o relator do caso, Carlos Ayres Britto, manteve sua decisão da quarta-feira, quando suspendeu a operação da PF. Ontem, documento divulgado pelo Conselho Indígena de Roraima insinua que os índios favoráveis à expulsão dos arrozeiros podem agir para retirá-los da área. "Já esperamos demais. Tivemos calma, mas agora basta", diz o texto. Agência Folha – Sucursal de Brasília
É preocupante a situação do Estado de Roraima, no Extremo Norte do país. Infelizmente, o governo do PT negligenciou este aspecto ao demarcar de forma continua a reserva indígena Raposa Serra do Sol de Roraima.Essa reserva contínua tem 1,7 milhão de hectares, o equivalente a mais de 17 mil quilômetros quadrados – área superior a de muitos países europeus. Somente as dimensões já demonstram o tamanho da irresponsabilidade do Lula ao assinar o decreto demarcatório.
As Forças Armadas que conhece bem a região, são radicalmente contra a demarcação, tal com o Lula fez. É por essa razão que o Exército mantém um pelotão especial de fronteira, em Uiramutã, no coração da reserva. Há fartura de estudos de estrategistas militares alertando que a reserva contínua diminui os controles e facilita a ampliação do vazio demográfico numa região de fronteira, suscetível aos mais variados tipos de conflito por interesses externos. É um tema que afeta a área militar por se tratar de soberania nacional e se choca contra o direito dos índios, cujo direito a terra não pode ser negado.
Não há duvida de que os índios de Roraima merecem sua reserva, mas é também induvidoso que a reserva Raposa Serra do Sol, nos moldes que o governo do PT instituiu, é um absurdo e, como provam os militares, coloca em risco a segurança nacional na região, uma região,é bom que se repita, de fronteira. Eu daqui do Senado tenho defendido a tese de que o governo deve rever sua posição e reconhecer que interferiu equivocadamente na vida social e econômica do Estado de Roraima, ainda em formação, além de comprometer a segurança do país na região. Mas, sinceramente,.não creio que o governo do PT tenha essa grandeza.
Como a questão da demarcação está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal, a esperança é a de que a nossa maior corte de Justiça dê ao problema a solução que o governo petista não quer dar.
Cordialmente,
Alvaro Dias
Email : alvarodias@senador.gov.br
Visite nossa página na internet http://www.senadoralvarodias.com/
Blog : http://senadoralvarodias.blogspot.com/
Moradores do bairro 31 de Março procuraram a Folha para reclamar que bombas da Polícia Federal estão sendo explodidas à luz do dia numa área residencial, no prédio da antiga Cobal. O pastor da igreja evangélica Israel Fonseca procurou o jornal para reclamar do problema.
“Soltaram bombas no pátio externo no estacionamento lateral da minha casa, a dois metros de distância. Eu fui reclamar e eles me humilharam. Disseram que o povo de Roraima não sabe respeitar autoridade, mas nós temos direitos individuais e humanos, e eles têm que ser respeitados”.
O morador afirmou que ontem pela manhã explodiu uma bomba de gás lacrimogêneo que havia sido abandonada no pátio. “Minhas crianças ficaram com os olhos vermelhos e chorando muito. Eu fui falar com o comandante da tropa e ele disse que eu me retirasse que o local que era área de segurança nacional. Mas o bairro é residencial e o local onde eles treinam é aberto para a rua e as crianças andam por ali. Deu sorte de a bomba explodir e não atingir ninguém”, afirmou.
Após ouvir a denúncia, o coordenador regional da Operação Upatakon, Fernando Romero, afirmou que os policiais federais não estão usando granadas de gás lacrimogêneo ou pimenta nos treinamentos que estão ocorrendo no prédio da extinta Cobal, no bairro 31 de Março. Folha de Boa Vista - Leia mais aqui
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