Acre – vítima da política cocaleira de Evo, e do descaso de Lula

GUERRA NA FRONTEIRA ENTRE OS “NARCOS”

Enquanto o ministro Nelson Jobim fica passeando por aí, como um caixeiro-viajante, tentando vender a idéia da criação do Conselho Sul Americano de Defesa, as cidades brasileiras de Braslileía e Epitaciolândia, no Acre, que fazem fronteira com Cobija, na Bolívia, vivem um verdadeiro inferno nas mãos dos narcotraficantes bolivianos, peruanos e brasileiros. E não é de hoje.

Há três anos, pelo menos, os narcos tomaram conta desse corredor e usam a estratégica posição geográfica de Cobija para entrar com a droga vinda do Peru, no Brasil. No domingo passado, publicamos no Blog uma matéria que informava que os narcos atravessaram nossas fronteiras para se refugiar por aqui.

Hoje, o El País publicou uma matéria informando que o Governo da Bolívia (ainda) estuda militarizar o departamento de Pando, diante da violenta guerra imposta pelo narcotráfico na cidade boliviana. O senador por Pando, Roger Pinto, opositor do partido (Podemos), afirmou que parte da culpa pela violência em Cobija é do Governo de Evo Morales por ter criado o ambiente propício “com sua tolerância ao narcotráfico e ao cultivo da coca”.

Aqui, cabe uma ressalva: depois de ter lido bastante sobre o assunto em vários jornais, faço uma observação importante: O Governador Departamental de Pando Leopoldo Fernandez vem pedindo reiteradamente ao governo da Bolívia para que intervenha com ajuda militar na região. E, até agora, nada! Ontem, Walker San Miguel, ministro da justiça da Bolívia afirmou o seguinte: "Quando o crime atenta contra a Segurança do Estado, é possível recorrer à ação militar (hipoteticamente, falando pelo menos)”.

O Brasil, ao invés de mandar a PF do Tarso para o Acre, já que estamos falando de máfias ligadas ao narcotráfico que estão se refugiando no país, ele prefere usar sua policia para invadir fazendas e prender trabalhadores em Roraima. As cidades brasileiras no Acre estão no olho do furacão enfrentando todo tipo de desordem, inclusive a prostituição infantil - as crianças cruzam as fronteiras sem o menor controle das autoridades.

O problema no Acre não vem de hoje. Ocorre que a violência e o número de assassinatos nessa fronteira estão ganhando as páginas dos jornais estrangeiros. Talvez por isso, as autoridades estejam sendo forçadas a se pronunciar sobre o assunto.

O jornal boliviano Los Tiempos, trás hoje uma matéria sobre o assunto, onde eles informam que a Bolívia e o Brasil farão um acordo para trabalhar de maneira conjunta na luta contra o crime e o narcotráfico, e que o Tarso Genro (justiça) e o ministro do Governo boliviano, Alfredo Rada se reunirão para tratar do fechamento das fronteiras. Vamos ver quantos anos mais eles vão levar para tomar providências. Por Gaúcho/Gabriela

Foto: O Nelson Jobim e Walker San Miguel da Bolívia, Efe



ÍNDIOS BLOQUEIAM PONTE E AMEAÇAM INCENDIAR POSTES DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA
Índios de nove etnias bloqueiam, desde domingo, uma ponte de uma rodovia de Mato Grosso e ameaçam derrubar e pôr fogo em postes de transmissão de energia elétrica. Armados com arcos e flechas, eles protestam contra a instalação de pequenas centrais hidrelétricas na região do alto do rio Juruena. A ponte, na MT-170, fica sobre o rio Juruena, a cerca de 60 quilômetros de Juína (a 800 km de Cuiabá).

Segundo o índio Jair Henrique Rikbatsa, 300 pessoas participavam ontem dos protestos, mas a expectativa é que outras 700 pessoas cheguem ao local. "Estamos sendo prejudicados, impactados e não recompensaram os prejuízos causados nas nossas comunidades", dizem os índios, em manifesto. Com o bloqueio, o acesso a seis municípios da região ficou prejudicado: Juína, Castanheira, Cotriguaçu, Juruena, Aripuanã e Coniza. Os índios pedem a presença de representantes da Funai, da Funasa, do Ibama, das empresas de energia, governos estadual e municipais para deixarem o local. Agência Folha



MST INVADE ENGENHO EM PERNAMBUCO
O MST invadiu o engenho Várzea do Una, em Moreno (30 km de Recife). A investida foi realizada anteontem por cerca de cem famílias ligadas ao movimento. Folha - UOL




SEM-TERRAS DO PARAGUAI AUMENTAM PRESSÃO

Depois de queimar a bandeira do Brasil, trabalhadores rurais invadem novas propriedades paraguaias –

Ontem, os movimentos endureceram sua posição, afirmando que não abandonarão as propriedades invadidas nos últimos dias. As ocupações chegaram a 15 em três departamentos (Estados) do Paraguai, incluindo três registradas ontem. O dirigente Elvio Benítez, da filial da Mesa Coordenadora das Organizações Camponesas, maior entidade do tipo no país, afirmou: - Temos o direito a lutar por terra própria. A Constituição garante a propriedade privada, mas também estabelece que todo paraguaio é merecedor de um terreno. As três invasões de ontem ocorreram em Misiones, em Itapúa e em Kanindeyú. A área ocupada em Itapúa pertence à força aérea, e está alocada por um brasileiro. Na quinta-feira passada, foi organizado um desfile onde os sem-terra queimaram pelo menos uma bandeira do Brasil, dentro da propriedade de um empresário brasileiro, Jornal Zero Hora


LUGO ACEITA A INVASÃO E A VIOLAÇÃO DAS LEIS
O presidente eleito do Paraguai, ontem visitou San Pedro e destacou que as reivindicações do movimento são legítimas, embora tenha condenado a atitude dos camponeses que atearam fogo em uma bandeira do Brasil. No entanto, o ex-bispo reconheceu que "um setor das multinacionais e empresários brasileiros, em alguns casos, não respeitam a soberania nem as leis", e apostam em "um desenvolvimento agrário excessivo, em detrimento da população paraguaia e também do meio ambiente". EFE



AMAZÔNIA SOB AMEAÇA - Ari Cunha
Reportagem do The New York Times dá detalhes sobre o que acontece na Amazônia. A conclusão a que chegaram líderes globais é que a área não é “patrimônio exclusivo de nenhum país”. Sente-se no ar a tentação de ocupação. Diz o coronel Manoel Soriano Neto, da reserva da Infantaria e Estado Maior do Exército, que os indígenas de Roraima constituem apenas 9% da população e ocupam quase 50% do território, com reservas de minerais estratégicos de terceira geração. Diz mais o historiador militar, que no território brasileiro os índios são apenas 0,2% da população e possuem 1 milhão 114 mil km². Isso foi aprovado na Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, pela ONU, com voto brasileiro. A Polícia Federal montou operação para retirar os não indígenas da reserva. A ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. Já o general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, afirma que a política indigenista do Brasil é “lamentável, para não dizer caótica”. Sem se referir à Raposa Serra do Sol, no norte de Roraima, onde índios e não-índios vivem separados. Esse é o drama da região rica do Brasil exposta à sanha ocupacionista dos países ricos e sedentos por matas e minerais.



SEM APOIO, MINISTRO DESISTE DE RECRUTAR FA
Nova proposta é ter PMs defendendo reservas ambientais - O Globo

A falta de receptividade entre os militares levou o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a recuar ontem da idéia de convocar as Forças Armadas para ajudar na defesa das unidades de conservação ambiental. Para evitar mais um embate, ou até mesmo a perda de credibilidade, ele apresentou ontem nova proposta: recrutar policiais militares de diversos estados para criar a Guarda Nacional Ambiental, nos moldes da Força Nacional de Segurança. Segundo Minc, a sugestão foi aprovada pelo presidente Lula.

Setores do Exército não receberam com muita seriedade o primeiro plano de ação de Minc. Além de avaliar que o novo ministro se precipitou, consideraram Minc equivocado e "reconhecidamente midiático". De concreto, afirmam que as Forças Armadas não têm "gordura" para dispensar em uma nova frente de atuação, ainda que venha a ser autorizado por legislação.

- O presidente aceitou que seja uma Guarda Nacional Ambiental, nos termos da Força Nacional de Segurança. Isso teria efeito mais imediato, porque não teríamos a necessidade de mexer na Constituição - afirmou Minc.

De acordo com o novo ministro, a participação dos militares pode ser discutida mais tarde. Ele prometeu apoiar uma proposta de emenda constitucional do deputado Sarney Filho (PV-MA) para permitir a atuação das Forças Armadas na defesa das áreas verdes.

No caso da Força Aérea, o esforço de colaboração na detecção do desmatamento já é realidade: dois jatos Embraer-145, equipados com radar móvel com câmeras especiais, já são amplamente usados na Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal e do Ibama.

Porém, o esforço terrestre vislumbrado por Minc é visto com ceticismo entre militares que já atuam na região. Nos bastidores, o entendimento é de que Minc não tem uma compreensão das dimensões e macroprojetos na Amazônia ao compará-los com sua iniciativa, como secretário do Ambiente do Rio, de utilizar bombeiros para vigiar os parques. A criação da Guarda Nacional Ambiental foi proposta após uma conversa por telefone com o ministro da Justiça, Tarso Genro, assim que Minc chegou a Brasília. (Bernardo Mello Franco e Leila Suwwan)

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