Índios mantêm 100 reféns em rodovia do Acre

Comandante da PM diz que indígenas têm armas de fogo; prefeitura teme que bloqueio provoque desabastecimento - Por Hélida Tavares* O Globo

Os índios da etnia apurinã que há dois dias bloqueiam a BR-317 perto de Boca do Acre, no Amazonas, estão mantendo como reféns cerca de cem motoristas, nas proximidades do quilômetro 70 da rodovia. Os índios impedem a passagem de veículos e pedestres pela rodovia, que liga Boca do Acre a Rio Branco, no Acre. Eles protestam contra a situação precária da estrada e exigem que toda a reserva indígena seja atendida pelo programa do governo federal Luz para Todos.

A Polícia Militar tem a informação de que os indígenas estão usando armas de fogo. Eles também furaram os pneus dos veículos, impedindo a saída de motoristas da área da reserva. O comandante da PM em Boca do Acre, major Fernando Bó, classificou a atitude dos índios como cárcere privado, crime previsto pelo Código Penal.

- As pessoas estão detidas, mantidas cárcere privado e em péssimas condições. Eles estão dormindo nos carros e lá não há banheiros - disse.
Quem chegou ao local do ato, na última quarta-feira, foi impedido de seguir para Boca do Acre ou retornar a Rio Branco. Segundo Fabiano Bó, por terem o apoio de pecuaristas da região, os índios estão bem alimentados e fornecem comida aos motoristas e pedestres.

FUNAI foi acionada para negociar com os índios
A chefe de gabinete do prefeito de Boca do Acre é uma das pessoas mantidas na reserva. Moradores de Boca do Acre conseguiram escapar pela mata e relataram a situação dos demais motoristas à PM. A Funai no Acre já foi acionada e deve começar a negociação hoje. - As pessoas não tem nada a ver com o movimento dos índios - disse o comandante.

Segundo a prefeitura de Boca do Acre, o protesto provoca grandes prejuízos ao município, que diariamente recebe de Rio Branco alimentos, verduras e combustível. A prefeitura informou que, se o bloqueio não acabar em dois dias, os postos de gasolina vão ficar sem combustível e os mercados, sem alimentos. A Polícia Rodoviária Federal do Acre informou que planeja ir ao local para apurar a denúncia de cárcere privado.

De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério dos Transportes, em Brasília, a administração da rodovia está sob a responsabilidade do Governo do Amazonas desde 2006, quando os dois órgãos firmaram um convênio. Em razão da falta de ações do governo estadual, que não fez obras na estrada, o convênio será rompido, e a BR-317 passará, novamente, a ser administrada pelo ministério. * Especial para O GLOBO


GOVERNO DE RORAIMA RECORRE AO STF PARA LIBERAR RIOS
Índios bloqueiam passagem, e ribeirinhos protestam

O governo de Roraima entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a comunidade indígena waimiri-atroari, localizada na divisa com o Amazonas. De acordo com a ação, os índios estão impedindo o livre trânsito de pessoas nos rios Jauaperi e Macucuaú, afetando moradores das proximidades. O governo pede ao tribunal uma liminar (decisão urgente, de caráter provisório) liberando a passagem nos rios, para evitar um conflito armado entre índios e povos ribeirinhos. O ministro Joaquim Barbosa foi sorteado relator do caso. Não há data prevista para o julgamento.

Na ação, o governo argumenta que os ribeirinhos têm nos rios "a única via pública existente no Sul do estado para o deslocamento". Além disso, dependem do rio para a extração de castanha, principal fonte de renda dos moradores: "A comunidade indígena waimiri-atroari exerce, de forma arbitrária, típico poder de polícia, quando não permite a trafegabilidade de pessoas pelos rios Jauaperi e Macucuaú, sob o argumento de pretender preservar sua população indígena e seus bens dos não-índios que trafegam por tal via fluvial".



LADRÕES! INCRA ACUSA MST DE DESTRUIR E ROUBAR EQUIPAMENTOS
Superintendente diz que roubo vai atrasar processos de assentamentos e desapropriação em MG

O INCRA em Belo Horizonte, acusou integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de destruírem e roubarem equipamentos da sede da autarquia, depois de três dias de ocupação. Entre segunda e terça-feira desta semana, cerca de 300 pessoas ligadas ao MST ocuparam o prédio do Incra na capital mineira, pedindo mais agilidade nos assentamentos no estado.

Ontem, quando os servidores retornaram ao trabalho, encontraram mesas, armários, paredes e equipamentos danificados, documentos e processos rasgados, e muros pichados. Pertences pessoais de servidores e até uniformes de funcionários da limpeza foram roubados.

Por se tratar de uma autarquia federal, ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, policiais federais fizeram vistoria no prédio, para avaliar os danos e registrar o desaparecimento de processos e equipamentos. No local, foram encontradas dezenas de garrafas de bebidas alcoólicas. Aparelhos de GPS e computadores portáteis foram roubados. A sala do sistema informatizado de cartografia, que monitora as áreas de assentamento em Minas Gerais, foi invadida, e grande parte do banco de dados desapareceu.

O superintendente do Incra em Minas, Marcos Helênio, afirmou que a destruição de processos e o roubo de computadores com informações técnicas vai atrasar o andamento dos processos no estado, principalmente os relativos a assentamentos e desapropriação de terras: - Não houve o debate de reivindicações e propostas. Houve um ato de vandalismo praticado por criminosos. As pessoas que destruíram a sede do Incra não são agricultores, são uma quadrilha. Mais do que o grande prejuízo causado ao patrimônio público, isso faz com que os processos de desenvolvimento agrário em Minas voltem quase à estaca zero.

A Superintendência do INCRA estado anunciou que vai processar a coordenação do MST de Minas. A servidora Elaine Trindade disse que teme novas invasões: - Isso é uma invasão desordeira. Encontrei as gavetas todas reviradas e o chão imundo. Até um carro que estava no estacionamento do prédio foi tombado e danificado. Por Anderson Alves O Globo




O GRITO EMPRESARIAL DO PARÁ
Numa atitude inédita, líderes patronais se unem contra o governo e os entraves que emperram o segundo maior Estado do País.

Há algo de preocupante no Pará O setor produtivo do segundo maior Estado em área do País, um dos mais ricos em recursos naturais, está atormentado e resolveu se levantar contra a governadora Ana Júlia Carepa e os órgãos ambientais. Apenas nos dois primeiros meses do ano, a indústria da madeira perdeu 656 empregos com carteira assinada. A indústria de transformação registrou saldo negativo de 677 demissões, a construção civil e a agropecuária também tiveram queda nos empregos formais nesse período. O setor de alimentos e bebidas manteve a tendência e, nos últimos 12 meses, a indústria cresceu apenas 2,8%, colocando o Pará em 11º lugar entre as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE.

Isso dá uma idéia do humor dos empresários e trabalhadores paraenses. E faz parte dos motivos que levaram 94 entidades de classe a se unir no movimento “Alerta Pará”. “Queremos atrair investidores, mas há uma resistência grande”, disse a DINHEIRO José Conrado Santos, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará. “Nos últimos meses, perdemos fábricas de leite em pó, de móveis, de calçados e de aproveitamento de resíduos de madeira.”

Agronegócio agonizando
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária, Carlos Xavier, diz que o agronegócio é o setor mais ameaçado. No momento, há 200 fazendas invadidas e 49 pedidos de reintegração de posse que o Executivo não cumpre.

“É a banalização do crime”, reclama. Os agropecuaristas denunciam lentidão na liberação de planos de manejo, demora na concessão de licenças ambientais – há mais de seis mil processos parados – e ainda no plano de macrozoneamento ecológicoeconômico, que não foi implementado. Por falta dessa regulamentação, há 20 milhões de hectares de áreas degradadas que não podem ser usadas. “A Secretaria de Meio Ambiente licenciou três milhões de metros cúbicos em 2007”, responde a governadora. Mas os empresários mantêm a lista de insatisfações e acrescentam a falta de segurança. No mesmo Estado em que mulheres ficam presas com homens, o bispo dom José Luiz Azcona, da ilha de Marajó, está ameaçado de morte por denunciar o narcotráfico e a prostituição infantil. Por Adriana Nicacio -
IstoÉ Dinheiro




LULA QUER FESTA NO PORTA AVIÕES
Está vendo este navio aí ao lado? É o porta-aviões São Paulo, comprado da Marinha francesa em 2000 - Por Lauro Jardim - Radar

O porta-aviões: Lula quer enchê-lo de gente na inauguração de Tupi
Na falta de uso em manobras de guerra, será palco de uma megaoperação do governo Lula – a inauguração do campo petrolífero de Tupi, no litoral do Rio de Janeiro. O que um porta-aviões tem a ver com petróleo? Lula encomendou ao ministro Edison Lobão uma comemoração ufanista para celebrar os primeiros 20 000 barris diários, que começam a jorrar em meados de 2009. A idéia é embarcar no São Paulo artistas, políticos, empresários, atletas e celebridades para que assistam juntos à extração dos primeiros barris.

2 comentários:

Anônimo disse...

Antes os índios era só ociosos. Agora são mafiosos. "Pogréço"

Anônimo disse...

De repente assim o "período de reparo" do Porta-Aviões chegue ao fim, pois são mais de 2 anos sem realizar nenhum exercício no mar...