Passeio turístico pela Rocinha, no Rio, inclui conversa com "soldado" armado

AGÊNCIA OFERECE PAPO COM TRAFICANTE EM TOUR POR FAVELA


“Vamos lá que vou te apresentar", diz guia durante a visita; secretário nacional de Segurança Pública vê "apologia ao crime" - Por Vinícius Queiroz Galvão – Folha de São Paulo

Muito além daqueles jipes que promovem passeios à moda de safáris na favela da Rocinha, a maior da zona sul do Rio, uma agência de turismo oferece agora uma outra modalidade de pacote, incluindo bate-papo com traficantes armados. Incógnita, disfarçada de turista estrangeiro, a Folha fez o percurso promovido pelo guia Pedro Novak, da Private Tours, que consta do catálogo oficial da Riotur, a empresa de turismo da prefeitura carioca.

"Vamos caminhar dentro da favela, dar de cara com eles, com os "soldados", o pessoal armado que protege a área lá em cima. Dá para conversar, me conhecem", diz Novak ao explicar, por telefone, o roteiro. Ao chegar à Rocinha, o primeiro sinal do tráfico é a presença de olheiros, que fazem a vigilância em cima de lajes -morteiros à mão, para emitir o alerta da presença policial. No início da incursão pelos becos da favela, o guia diz ter encontrado um traficante. "Vamos lá que vou te apresentar."

É Marcos, que se diz "soldado do tráfico" e conta que já passou nove anos e oito meses na prisão. "Diversas vezes estive na cadeia. Ao todo foram três fugas e oito tentativas." Para ele, a principal preocupação "é a polícia" e os "inimigos", a facção rival Comando Vermelho. Hoje, a ADA (Amigo dos Amigos) tem o controle da venda de drogas na Rocinha, onde Marcos, de arma na cintura, afirma ter aprendido a manejar "diversos calibres". Ao final da conversa, deixa um número de celular com o guia.

Mais acima no morro, um homem sentado tem visão privilegiada de quem sobe. Submetralhadora prateada na mão, rádio walkie-talkie pendurado no pescoço, conta que trabalha em turnos de 12 horas, com folga de 24 horas, ganha R$ 300 por semana, "pagos todas as segundas-feiras", e recebe cesta básica e remédios.

O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, diz ver no caso "apologia ao crime e glamourização da atividade criminosa".

Às 19h, na base do morro da Rocinha, numa das partes mais movimentadas da favela, a via Ápia, garotos que aparentam não ter mais de 15 anos fumam cigarros de maconha maiores que os próprios dedos. São os "aviõezinhos" do tráfico. Ali mesmo vendem papelotes, embrulhinhos de cocaína ou de outras drogas quaisquer.

O esquema funciona no sistema "drive-thru": os motoristas passam de carro, abaixam o vidro - como se houvessem previamente combinado-, recebem a encomenda e entregam o dinheiro. Não há diálogo, e a ação, que não dura mais do que alguns segundos, é mecânica.

Boca-de-fumo
O passeio pela boca-de-fumo faz parte do pacote turístico, que custa R$ 90 e dura quatro horas. "É onde os playboys compram drogas", diz o guia.

No alto do morro, mais cedo, o agente de turismo mostra marcas de balas nas paredes dos barracos e nos telhados de zinco que cobrem parte dos becos, resultado não só de tiroteios com a polícia, mas de treinamento paramilitar dos próprios traficantes, segundo explica um "soldado" que empunhava uma submetralhadora e fazia a vigilância de uma das passagens da rua 1.

Curiosamente, ao fim da conversa, o "soldado" se deixa fotografar pela reportagem (disfarçada). Pede para o ver o resultado na câmera digital para garantir que o rosto não aparecesse nas imagens.

Mais à frente, o guia mostra uma pichação em que se lê "ADA" -sigla da facção que comanda o tráfico na Rocinha, onde, segundo o Censo 2000, moram aproximadamente 56 mil pessoas.

"Tem gente que vai nisso com risco de vida? Veja a sensação da impunidade como anda. É um território dentro do Estado", diz o juiz aposentado e criminalista Luiz Flávio Gomes. Foto: "Soldado do tráfico' armado com submetralhadora vigia área da favela da Rocinha; passeio, de R$ 90, dura cerca de quatro horas

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DONO DE AGÊNCIA DE TURISMO DIZ NÃO VER CONDUTA CRIMINOSA

Procurado pela reportagem, o guia de turismo e dono da Private Tours, Pedro Novak, diz não ver conduta criminosa ao levar turistas estrangeiros à favela da Rocinha e apresentá-los a traficantes de drogas. - "O maior crime é não combaterem isso [o tráfico de drogas]. Eles têm de limpar a própria casa antes de começar a criticar operadores de tour de favelas. Vejo traficantes armados, mas não converso com eles. Passo direto, não tem nada a ver."

Questionado se não conhece nem nunca conversou com nenhum traficante da favela da Rocinha, diz: "Com traficante, não. Mas já conversei com "soldado", "soldado" armado. Eles estão abertos, estão fazendo o trabalho deles lá, que é proteger a área. Tenho de perguntar se a barra está limpa e se eu posso entrar para mostrar o visual. Aí tem de pedir licença".

De acordo com o guia de turismo, ele não precisa autorização do tráfico para transitar na favela da Rocinha. "A favela é parte da cidade, não precisa de autorização de ninguém para subir lá. Se alguém diz que precisa de autorização está mentindo. Acabei de vir de lá com um casal de Londres, não tem problema nenhum. Nunca tive problemas", afirma o guia carioca, que, em seu site, diz falar inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e húngaro.

"Apologia ao crime é eles não combaterem os criminosos, isso é apologia ao crime. O governo é o maior culpado disso. Pode criticar mesmo a Secretaria de Segurança, porque o trabalho que eles fazem fica muito aquém do necessário. E o grande culpado é Brasília, que não oferece trabalho para esse pessoal, que não tem outra opção de trabalhar, a não ser trabalhar para o tráfico. Isso é outro aspecto que ninguém fala", afirma Novak. "Eu garanto: a maioria do pessoal que trabalha com os traficantes quer outro emprego, mas não consegue


COMENTÁRIO
Nosso país mudou demais. E para o pior! Quando que podíamos imaginar um empresário dizer com tamanha desfaçatez, que acha normal ganhar a vida levando turistas para comprar drogas e ter contatos com traficantes? Diante desse fato, a nossa razão é terminantemente contra os que fazem e vivem da apologia às drogas e ao crime, porque isso desmonta nosso país e nossas famílias. A nossa razão é a primeira autoridade, enquanto a "razão" que ordena a desintegração dos costumes e da moral é a última das razões. Que vá para o inferno esse apelo cínico e depravado dos que vivem evocando a democracia para sustentar a delinqüência da "massa" irresponsável e estúpida, que sem dúvida, se espelha na conduta criminosa desse desgoverno Lula da Silva. O princípio da autoridade é considerado critério único e exclusivo da verdade. Somos contra qualquer tipo de CRIME! CADEIA para os bandidos-sócios do crime! Por
Gabriela/Gaúcho


RIO: 100 PROTESTAM CONTRA MARCHA DA MACONHA
Pelo menos 100 pessoas participaram pela manhã de uma manifestação contra a Marcha da Maconha, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. O grupo comemorou a decisão da Justiça de proibir a passeata favorável à descriminalização da droga, que estava marcada para às 14h deste domingo, na orla carioca. Organizadores reccorrem da decisão e ainda esperam colocar a marcha na rua. –

» Marcha fica restrita a 4 capitais

Segundo a presidente da Comissão de Prevenção às Drogas da Câmara Municipal, vereadora Sílvia Pontes, o protesto contra a Marcha da Maconha foi batizado de "Rio em Defesa da Família" e tem o objetivo de alertar a população para o risco de usar de entorpecentes. "Essa caminhada foi provocada pela Marcha Maconha. Eu não podia compactuar com isso. Vim chamar a atenção das famílias. Se é para evitar o tráfico, então nós vamos liberar também a cocaína? Não temos de secar a piscina. Temos que ensinar nossos filhos a nadar", destacou Pontes.

A manifestação percorreu a Avenida Atlântica, da rua Santa Clara até o posto 6. Os integrantes do movimento distribuíram panfletos para os pedestres na orla de Copacabana. A Comissão de Prevenção às Drogas da Câmara de Vereadores montou duas pequenas tendas no local. "Sou contra (a Macha da Maconha). A droga destrói famílias. Eu fumo cigarro, mas não fico tonta, nem faço loucuras. As pessoas roubam para manter o vício da maconha", afirmou a técnica em informática, Regina Almeida.

O protesto contra a Marcha da Maconha foi acompanhado por fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Eles proibiram um carro de som com o nome do deputado estadual Dionísio Lins (PP) de participar do evento. Ernani Alves - Direto do Rio de Janeiro –
Portal Terra


COMENTÁRIO
Parabéns aos 100 participantes contra a "Marcha da alucinação". A maconha sempre foi o passaporte para as drogas mais pesadas. Mesmo que comparecesse um único cidadão para protestar, iríamos cumprimentá-lo de qualquer jeito. Temos que comemorar e saudar nossa Justiça brasileira, que tem sido tão necessária a este país, como o próprio JÚPITER não tem o direito de ser injusto, uma vez estabelecidas as leis do Universo. Assim, nossa Justiça tem que nos proteger dos crimes induzidos pelos traficantes da política. Eles não podem vencer. Por Gabriela/Gaúcho



JUSTIÇA PROÍBE MARCHA DA MACONHA EM 9 CAPITAIS BRASILEIRAS

A Justiça do Rio de Janeiro proibiu a realização da Marcha da Maconha, que estava prevista para a tarde deste domingo, na Praia do Arpoador, Zona Sul do Rio. A decisão, do juiz de plantão Roberto Câmara Lacé Brandão, foi tomada neste sábado a partir de um pedido do Ministério Público Estadual.

A manifestação visava chamar a atenção da população sobre a necessidade de legalizar o uso da maconha, considerada pela legislação brasileira como uma substância entorpecente e, portanto, ilegal. A marcha ocorreria em dez cidades do país, mas a Justiça já havia suspendido a sua realização em nove delas. Apenas em Recife, a Justiça não cancelou o evento.

Segundo nota divulgada pelo deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB/RJ), o parlamentar entrou com uma representação junto ao Ministério Público para pedir a proibição da marcha, por considerar que o debate sobre a legalização das drogas deve ocorrer nos meios acadêmicos e nas casas legislativas, e não em praça pública. Segundo ele, ao fazer uma manifestação pública, os participantes podem estar, "em tese", instigando a população a usar uma droga ilícita, o que é contra a lei. As informações são de Vitor Abdala, da Agência Brasil

2 comentários:

Anônimo disse...

É fundamental ter um parafuso solto prá sair vestido de marijuana pelas ruas. Ridículo!

Joana D'Arc disse...

Sobre a marcha dos maconheiros, disse um amigo:

"Por que legalizar uma droga como a maconha se já temos a maior droga na Presidência da República?"

Esse amigo merece nota 10!