Os manifestantes do grupo cortaram os cabos de fibra óptica, levantaram os carris com uma alavanca e queimaram vários pneus nas ferrovias que levam à jazida de Carajás, no Pará (norte), o que impediu o tráfego dos trens da empresa.
Várias centenas de membros do MST tinham ocupado as vias na tarde de terça-feira e seqüestraram dois funcionários da companhia que ontem foram libertados, afirmaram à Agência Efe porta-vozes da Vale. Segundo a empresa, com esta paralisação também deixaram de ser transportadas 1.300 pessoas por dia entre 23 municípios do Maranhão e do Pará. A Vale calcula que serão necessárias 100 horas de trabalho para reparar os danos causados pela ocupação camponesa. - Agência EFE
"OCUPAÇÃO É SABOTAGEM COM ALTO POTENCIAL DE DESASTRE"
A Vale afirmou nesta quarta-feira que houve tentativa de sabotagem na ocupação de garimpeiros a Estrada de Ferro Carajás, em Paraupebas (PA). A companhia acusou o MST de ter orquestrado a ação, que a Vale classificou como a mais grave invasão em suas propriedades. Por Luisa Belchior - para a Folha Online, no Rio
Esta é a 11ª invasão do MST a propriedades da Vale em 13 meses, segundo a companhia. O diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Vale, Walter Cover, cobrou ainda uma força policial fornecida pelo governo do Pará para impedir a ocupação de garimpeiros nas ferrovias da companhia no Estado. "Não queremos que as desocupações sejam violentas, mas queríamos que a polícia agisse mais rápido. Sempre tivemos no setor jurídico a certeza de que essas invasões eram ilegais, com liminares. Com a polícia, ficamos lançados à própria sorte", disse.
Segundo Cover, a invasão de terça-feira do grupo de garimpeiros mostra que as ações do MST em ferrovias da Vale estão "cada vez mais organizadas e menos improvisadas". Segundo a Vale, em um trecho de 300 metros de ferrovia, o grupo retirou 1.200 grampos que fixam os trilhos, utilizaram um macaco hidráulico para levantar os trilhos, atearam fogo em pneus e cortaram cabos de fibra ótima que passam pela ferrovia, interrompendo a comunicação por celular. "São atos gravíssimos de sabotagem com logística profissionalizada", afirmou Cover.
A ferrovia foi interditada para evitar acidentes com trens de carga e passageiros que passam pela via. "A probabilidade de um trem passar por ali e tombar ou descarrilar é muito alta", disse o diretor de logística da Vale Zenaldo Oliveira, que fica sediado no Maranhão.
Pela ferrovia passam trens de passageiros com cerca de 1.300 pessoas de 23 municípios do Pará e do Maranhão que dependem principalmente dos trens da Vale para se locomover, segundo a companhia. Já os trens de carga que também passam pela ferrovia deixaram de transportar cerca de 300 mil toneladas de minério, com prejuízo diário de aproximadamente US$22 milhões.
Segundo a Vale, a empresa não está conseguindo formar estoque de matéria-prima nos portos por causa da "demanda internacional", e não da "demanda interna".
Diretores da Companhia Vale do Rio Doce criticaram a falta de ação policial do governo do Pará capaz de inibir novas invasões do MST em ferrovias da empresa. Segundo o diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade, Walter Cover, em todas as 11 ocupações ocorridas nos últimos 13 meses a polícia chegou apenas depois que a Justiça já havia expedido mandado de reintegração de posse e os invasores já haviam desocupado a ferrovia.
Segundo ele, a falta de ação da polícia paraense "é uma questão de decisão política de governos que preferem optar pelo caminho da negociação". A justificativa do MST para essa última invasão à Estrada de Ferro Carajás é a de que o governo do Estado, dirigido pela petista Ana Júlia Carepa, deixou de enviar um representante para uma reunião que já estava marcada.
"Se o governo decidiu negociar, que não deixe brechas detonadoras de ocupações. Os governos têm que ser mais ágeis", disse Cover, acrescentando que há uma percepção de que o movimento está se tornando cada vez mais organizado, sem improvisações. "É claramente uma estratégia. Quando a polícia chega, eles já não estão mais na ferrovia", afirmou. O que dificulta a prisão em flagrante dos sem-terra.
O diretor de Logística da Vale, Zenaldo Oliveira, disse que qualquer paralisação das operações provocada por novas invasões pode interromper o escoamento da produção de minério de ferro. Segundo ele, com o aumento da demanda internacional, a empresa não está conseguindo formar estoque da matéria-prima nos portos. A Vale ainda não calculou o prejuízo causado pela invasão, mas estima em US$ 22 milhões as perdas provocadas por um dia de paralisação no escoamento de 285 mil toneladas de minério.
Segundo a empresa, os invasores provocaram também danos materiais, retirando 1.200 grampos que fixam os trilhos ao solo, num trecho de mais de 200 metros de extensão. O MST também, de acordo com a Vale, cortou os cabos de fibra ótica que passam pela ferrovia, interrompendo a comunicação via celular de Carajás, ateou fogo em pneus sobre os trilhos, danificando mais de 300 dormentes, e usou macaco hidráulico para levantar os trilhos, comprometendo a sustentação da linha.D -
O MST divulgou nota na qual afirma apoiar a ação, mas nega ter participado. O movimento está proibido pela Justiça de promover atos contra a mineradora. E a Secretaria Estadual de Segurança do Pará afirmou que sempre envia policiais militares a trechos de ferrovias da Vale sob invasão e que nunca foi omissa a pedidos judiciais. UOL Notícias - Fabiana Cimieri -
LULA USA CHAPÉU DE “TRABALHADOR RURAL”
Lula recebeu nessa quarta-feira, o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. Entidade realizou protesto em Brasília e pediu mudanças nos índices de produtividade rural.
Foto: Lula e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos. (Foto: Ricardo Stuckert / Presidência) - Portal G1
ESMOLA ELEITORAL. LULA ESTUDA REAJUSTE DE 5% DO BOLSA FAMÍLIA
O Lula da Silva estuda dar um reajuste de 5% aos benefícios do programa Bolsa Família devido à alta da inflação nos últimos doze meses, sobretudo por causa do aumento do preço dos alimentos de consumo popular, como o pão francês, o arroz e o feijão. O principal obstáculo hoje ao reajuste é a proximidade das eleições municipais de 1º de outubro. O governo teme que um eventual reajuste seja tachado como eleitoral e possa ser questionado na Justiça. Auxiliares do presidente favoráveis ao reajuste defendem que valeria a pena dar uma nova correção porque que seria difícil a oposição sustentar um discurso político contrário à medida justamente num ano eleitoral. Assinante da Folha lê mais aqui
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