À primeira vista, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), não é nada mais que a implementação de um preceito constitucional. No seu artigo 4, parágrafo único, a Constituição brasileira determina: “ A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações .” Na verdade, será uma autoridade supranacional, um órgão do governo mundial, com poderes para impor o socialismo a todo o continente sem que os povos e nações envolvidos possam deter o processo ou interferir nele no mais mínimo que seja.
Os motivos que me levam a dizer isso são muitos. Desde logo, a implantação do governo mundial a partir de sucessivas integrações regionais é um plano em avançado estado de realização, conforme admitiu já dois anos atrás um relatório do Council on Foreign Relations. Das várias integrações regionais pretendidas, a primeira e mais bem sucedida até agora, o modelo para todas as vindouras, é a União Européia, e esta funciona exatamente do modo como estou dizendo. Hoje em dia, setenta por cento das decisões de governo na Europa são tomadas em Bruxelas, sem que os eleitores dos vários países possam dar um pio ou tenham sequer os meios de informar-se a respeito. O processo democrático nas nações européias está hoje limitado às questões menores e de curto prazo, nas quais tem de cingir-se às linhas gerais determinadas pela UE.
A Europa é hoje uma ditadura administrada localmente por democracias de brinquedo encarregadas de ratificar suas decisões, seja impondo-as sem dar satisfação ao eleitorado (como no caso da poligamia britânica), seja legitimando-as por meio de uma nova modalidade de consulta popular, farsesca até o último limite da palhaçada: quando o referendo decide contra a vontade da UE, é considerado provisório e então se faz outro, e outro, e outro, cansando o eleitorado até forçá-lo a dar a resposta desejada, que então se torna definitiva (foi assim que se impôs a liberação do aborto em Portugal, por exemplo).
A Constituição da UE , para admitir uma nova nação-membro, exige provas de que o regime vigente nela é suficientemente democrático, mas, como observou o sociólogo Ralf Dahrendorf, a própria UE , caso pedisse ingresso nela mesma, jamais passaria no exame.
Quem quiser estudar esse assunto, que leia The European Union Collective , de Christopher Story (London, Edward Harle), e sobretudo o estudo recente de John Fonte, Global Governance vs. the Liberal Democratic Nation-State: What Is the Best Regime? , apresentado quarta-feira última no Bradley Symposium 2008 do Hudson Institute em Washington D.C. - aqui
O núcleo gerador da planejada integração latino-americana já existe e está em pleno funcionamento há dezoito anos: é o Foro de São Paulo. O nível de integração aí alcançado pode-se medir pela extensão da rede de proteção mútua entre partidos legais de esquerda e organizações de narcotraficantes e seqüestradores, a qual opera em praticamente todas as nações da América Latina, assegurando a total impunidade para os criminosos que ajam no interesse da estratégia continental esquerdista.
A completa inexistência de fronteiras nacionais para o Foro de São Paulo e a eficácia assustadora da sua gestão secreta dos assuntos continentais ficaram mais que comprovadas quando o sr. Luís Inácio Lula da Silva, em seu discurso de 2 de julho de 2005, no 15º - aniversário do Foro , admitiu que o resultado do referendo venezuelano de 15 de agosto de 2004 foi criado pela intervenção camuflada dele próprio e de outros membros da entidade.
O poder de controle exercido pelo Foro sobre o debate público pode ser medido pelo fato de que o sr. Luís Inácio, mesmo depois dessa confissão oficial, jamais foi sequer interpelado no parlamento ou na mídia sobre sua interferência ilegal nos assuntos de um país vizinho. O Foro faz o que quer, e ninguém em torno ousa sequer levantar perguntas.
A integração latino-americana opera também no nível ostensivamente criminal, mas, mesmo quando a colaboração entre as Farc, o MIR chileno e as quadrilhas locais chegou a produzir no Brasil o recorde macabro de 50 mil homicídios por ano, a existência da trama de cumplicidades que permitiu alcançar esse resultado continuou tabu nos debates parlamentares e na mídia em geral. Nos meios políticos e empresariais, toda menção ao assunto é ainda considerada uma impolidez pecaminosa.
O Foro já é a autoridade supranacional, ante a qual as nações se curvam com obediência reverente, nada ousando falar contra uma entidade tão sublime. Para que, depois disso, será preciso um órgão encarregado de realizar a “integração”?
A Unasul não fará senão estender um manto de legalidade aparente sobre o fato consumado, com a ajuda das devidas conveniências comerciais de parte a parte, apaziguando as consciências dos que se calaram ao longo de quase duas décadas ante o avanço da prepotência e do crime em escala continental. Jornal do Comércio
“Tem que soltar alguém na fronteira para o Chávez, que não seja a Ingrid”
SENADORA ACONSELHOU GRUPO A NÃO SOLTAR INGRID
A senadora Piedad Córdoba, ex-mediadora de um acordo com as FARC, teria recomendado à guerrilha que não incluísse Ingrid Betancourt na leva de prisioneiros libertados unilateralmente no início do ano. Ela teria ainda aconselhado o grupo a não dar ouvidos a uma proposta feita pelo governo francês, segundo revelou ontem a revista "Semana".
A reportagem foi feita com base em 900 e-mails encontrados nos computadores do falecido chefe das Farc Raul Reyes. Em todas as mensagens, segundo a revista, é mencionado o nome da senadora ou o codinome que - segundo autoridades - lhe foi dado pela guerrilha, "Teodora de Bolívar".
Em uma das mensagens eletrônicas encontradas, um membro da comissão internacional do grupo dá detalhes sobre uma suposta reunião mantida com a senadora em 11 de dezembro de 2007, vinte dias depois de o governo a ter afastado de seu papel de mediadora junto ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O rebelde, identificado apenas pelo codinome "Cesar", diz em mensagem a Reyes que Córdoba afirmara, entre outras coisas, "que Ingrid (a ex-candidata à Presidência da Colômbia) está fraca, mas sempre foi fraca, não vai morrer disso". Além disso, ela sugere ao grupo "que liberte alguém e o entregue a Chávez na fronteira, mas que não seja Ingrid, já que os demais (prisioneiros) não têm importância para eles".
A reportagem sustenta ainda que, na mesma mensagem, Piedad recomenda ao guerrilheiro enviar uma mensagem a Reyes com as suas recomendações de pontos de vista sobre diferentes tópicos. Entre as recomendações, Piedad teria dito "que a proposta do (presidente da França, Nicolas) Sarkozy, não tem nenhuma importância", uma referência ao pedido do governante para que Ingrid, em poder das Farc desde fevereiro de 2002, fosse libertada no Natal do ano passado. O Globo
Hugo Chávez montou uma "bicicleta atômica" que seu governo, em aliança com uma empresa iraniana, está produzindo na Venezuela. – “Tremenda bicicleta, a atômica...? Será que tem freios?", se perguntou o mandatário venezuelano ao vivo, enquanto montava durante e transmissão de seu programa “Alô Presidente”.
A aliança Irã-Venezuela se concretizou na fábrica de bicicletas chamada oficialmente "Atômica" que está localizada em Tinaquillo, a 260 km de Caracas. Material da AOL/Latina
COMENTÁRIO
Teerã tem assinado contratos no valor US $ 40 bilhões com Caracas - uma soma monstruosa considerando a dimensão da economia da Venezuela. Certamente, que não é para fabricar bicicletas que os dois países estão unidos. Segundo informações do site Counter Terrorism, a Venezuela e o Irã estão unindo forças não só no petróleo, mas também no sistema financeiro dos países para tentar driblar as sansões impostas pelos EUA à estrutura financeira de Teerã – que apóia o terrorismo internacional e tem programas nucleares. A formação de dois bancos na Venezuela vem em cima de centenas de milhões de dólares do Irã, em “ajuda” aos governos da região (Nicarágua, Equador, Bolívia e logo mais ao Paraguai), que apóiam o Chávez. O Brasil também tem negócios com o Irã. Por Gaúcho/Gabriela
CHÁVEZ “PAZ E AMOR”
Depois de recuar em sua “Lei Gestapo”, porque ele não tem respaldo político e nem militar, para levar adiante sua lei hedionda, Chávez, agora, faz um apelo às FARC para que a guerrilha liberte seus reféns, e diz que o grupo guerrilheiro não tem mais espaço na América Latina. O problema do Chávez é que ele toma a todos por um bando de “asnos”. Imagine, se o maior defensor das FARC (cujo papel é apoiar Chávez na implantação de sua revolução bolivariana e na desestabilização do presidente Uribe), vai abrir mão de seu exército particular? Quem sabe, ainda possamos ver esse demente indo a pique, por sua estupidez ao querer subjugar nossa capacidade de inteligência. Por Gaúcho/Gabriela
VENEZUELANO SUAVIZA FALA DE OLHO NA ELEIÇÃO
As declarações brandas de Hugo Chávez sobre a guerrilha foram precedidas, nas últimas semanas, por uma série de recuos com relação a medidas consideradas radicais por parte da população.
O comportamento "light" do presidente venezuelano tem sido atribuído à sua estratégia para vencer as eleições regionais de 23 de novembro, que renovarão governadores e prefeitos.
Há cerca de dois meses, o governo venezuelano desistiu de implantar uma controversa reforma educacional, acusada de ser ideologizante. No final de maio, revogou a decisão de cobrar das TVs privadas R$ 335 mil por hora de retransmissão de imagens geradas pelo canal estatal VTV. O último recuo foi anteontem, quando Chávez anunciou a revisão da criticada Lei de Inteligência, que obrigava cidadãos a colaborarem com informações às forças do Estado, sob pena de prisão.
"Chávez deve saber que a dimensão ideológica de seu discurso, sua proposta radical não é popular", disse à Folha Oscar Schemel, do instituto de pesquisa Hinterlaces. "Mais de 70% rejeitam vínculo com as Farc e as consideram terroristas." Schemel acredita que, durante a campanha eleitoral, Chávez diminuirá seu discurso ideológico para reforçar outro "mais humano, mais social, mais de centro", além de relançar populares programas sociais, chamados de "missões".
Sobre o recuo das medidas como a reforma educacional, o analista diz que é parte de uma estratégia tradicional do chavismo, até agora bem-sucedida: "Esse tipo de retificação tem a ver com radicalizar o discurso do adversário. Chávez acentua o tom furioso dos setores da oposição para depois se colocar em outro plano."
De acordo com Hinterlaces, a gestão de Chávez é aprovada atualmente por cerca de 40% da população, uma queda significativa dos 60% de respaldo na época de sua reeleição, em 2006. Uma vitória significativa é tida pelos chavistas como crucial para reapresentar em 2010 um novo referendo sobre a implantação da reeleição indefinida para presidente. Em dezembro passado, a reforma constitucional que incluía esse mecanismo perdeu em consulta popular.
Atualmente, os governistas têm 20 dos 24 governos e cerca de 70% das prefeituras. Recentemente, Chávez disse que, se a oposição vencer em novembro, haverá uma "guerra civil" em 2009 por causa de supostos planos separatistas. (FM) Folha de São Paulo
Os estudantes de uma escola rural do município de Prado, no departamento de Tolima, ao sudoeste de Bogotá, está há dias sem poder sair das salas de aula: as FARC semearam de minas o terreno ao redor do centro educativo. O Defensor do Povo local, Santiago Ramírez, fez a de núncia no final de semana: “as FARC deixaram a escola minada”, condenando a ação que viola as normas do do Direito Internacional Humanitário (DIH). Por desgraça, não é um caso isolado. A Colômbia é o único país da América onde ainda se usa minas-terrestres como estratégia de guerra. Sabemos que em 31 dos 32 departamentos do país tem minas plantadas; o único território que se salva é a ilha caribenha de San Andrés. As populações afetadas qualificam como de alto risco os locais que são protegidos pelo DIH: igrejas, escolas, parques… As escolas são usadas com freqüência pelos terroristas como quartel e lugar de descanso. Leia mais aqui, no El País
Nenhum comentário:
Postar um comentário