“Lacaios da América” (os europeus) derrubam sanções contra Cuba

Em fevereiro (2008), durante uma reunião em Havana, o secretário-executivo do Conselho de Ministros cubano, Carlos Lage, foi categórico ao afirmar ao líder alemão e chefe da comitiva européia, Martin Schulz, que Cuba não estava disposta a oferecer nada em troca da retirada definitiva das sanções. Os europeus, disse ele, nada mais são do que lacaios da América. Essa informação está no Spiegel

Mas, ainda assim, os chanceleres dos 27 países membros dos países-membros da União Européia (UE), reunidos em Bruxelas, decidiram ontem (quinta-feira) anular as sanções impostas contra Cuba, sob a condição de que o país comunista melhore o respeito aos direitos humanos. A Espanha liderou o movimento para levantar as sanções.

Não fosse a reticência de alguns dos membros do grupo, à suspensão das sanções, como a da ex-comunista República Tcheca, por exemplo, o grupo sequer teria se comprometido a reexaminar os resultados do diálogo político e dos direitos humanos, no prazo de um ano, à partir da retirada das sansões - o que deve se oficializar hoje.

Os Estados Unidos criticaram ontem a decisão da União Européia de pôr fim às sanções diplomáticas contra Cuba. Um porta-voz do Departamento de Estado americano disse que a iniciativa sinaliza a legitimação de um "regime ditatorial que oprime seu povo". Tom parecido foi usado pelos principais líderes da oposição cubana, que enxergaram a posição da UE como uma maneira de fortalecer o governo cubano e previram um aumento da repressão aos dissidentes e dos atos de violação aos direitos humanos.

"Nós certamente não enxergamos (em Cuba) nenhum rompimento fundamental com a ditadura de Castro que nos dê razão para acreditar que agora é a hora de levantar as sanções", disse o porta-voz do departamento norte-americano de Estado. "Nós não vamos apoiar a União Européia ou qualquer um que queira suavizar as restrições agora." Eles manifestaram sua decepção e disseram que a Espanha está colocando em risco seu prestígio ao encabeçar os esforços para abolir a única forma de pressão pela democracia na ilha.

O mais interessante disso tudo, é que esse mesmo grupo dos 27 que aprovou o fim das sanções contra Cuba, está ameaçando aumentar as sanções "contra os responsáveis pela violência política" no Zimbábue, em clara alusão ao regime do presidente Robert Mugabe.

E qual é a diferença entre o Mugabe e o Raul Castro, afinal? Onde é que um carniceiro é melhor que o outro? O regime cubano continua feroz, perseguindo, intimidando e prendendo o povo cubano. Os balsaneros continuam morrendo, diariamente, nas águas do Caribe. Os presos políticos continuam apodrecendo nos cárceres, comendo lagartas.

Isso, para não falar que Raul Castro não fez absolutamente nenhuma mudança econômica que possa ser levada a sério. Ele apenas criou maquiagens ilusórias e mentirosas para “inglês” ver. Cuba continua empenhada em sufocar qualquer resquício pela democracia. E quanto às ligações de Cuba com os grupos terroristas internacionais? Tudo isto perdeu importância para a UE?

É com grande apreensão que nós, os latinos, que lutamos pela liberdade e pela democracia, vemos tal decisão da União Européia, e justamente num momento tão crucial para o continente, cujas populações estão ameaçadas por governos comunistas empenhados na implantação do modelo cubano para toda América Latina.

Essa mesma União Européia que diz acreditar na possibilidade de diálogo com os tiranos da família Castro, estabeleceu e aprovou regras duríssimas contra a imigração de latino-americanos para os seus países.

A única coisa passível de entendimento diante de tamanha discrepância, é que os países europeus estão abandonando o barco e deixando a democracia da América Latina totalmente à deriva. Estão soltando o Cérbero demoníaco do Continente, e se fechando do outro lado do Atlântico.

Será que eles acreditam que terão menos problemas conosco, legitimando a nossa barbárie e se trancando a sete chaves? Por Gaúcho/Gabriela

Nenhum comentário: