Deus joga boliche com cabeças de bebês em Belém

Supondo que Deus exista e que somos meras peças do jogo Dele, pode-se concluir: o Todo-Poderoso está de brincadeira com a religiosa cidade de Belém (PA). Convertidos em peças de um boliche macabro, os bebês que passam pela Santa Casa de Belém são protagonistas involuntários do passatempo do Senhor.

Entre janeiro e junho de 2008, tombaram 262 bebês. Escorregaram dos leitos e das macas para as covas. Eis a contabilidade, mês a mês:

Janeiro: 31
Fevereiro: 42
Março: 39
Abril: 37
Maio: 50
Junho: 54
Julho (até o dia 7): 9

Alguns "incautos" atribuem as mortes ao descaso do Estado. Mas o médico Maurício Bezerra, que acaba de assumir o comando da Santa Casa, nega omissões. Ou seja: trata-se mesmo, agora não há mais dúvidas, de um mega-strike do Jogador Invisível, que tudo pode.

Dias atrás, o Brasil espantara-se ao saber que haviam morrido 13 bebês na Santa Casa de Belém em escassos dois dias: de 20 a 22 de junho. Agora, o caso parece caminhar para o esquecimento. As peças do boliche divino são pobres e sem perspectivas. A morte de gente assim já não emociona o Brasil. Entre nós, Deus pode brincar do que bem entender. Conta com a religiosa cumplicidade dos gestores públicos. Por Josias de Freitas da Folha




UMA POESIA PARA O MST
O MEC coloca no ar um anúncio, nos próximos dias, que deve causar arrepios nos adversários do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Por Mônica Bergamo - FSP


TALHER
No dia da prisão de Daniel Dantas, do Opportunity, Naji Nahas e Celso Pitta, o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) almoçava com Mário Soares em Lisboa, Portugal. Citado no escândalo, ele negou ontem em seu blog qualquer envolvimento com o esquema de Daniel Dantas. Por Mônica Bergamo




OPINIÃO – SALVANDO AS FARC – Por Olavo de Carvalho
Estranguladas pelo Exército, odiadas pelo povo colombiano, reduzidas a um décimo de seu contingente e, por fim, desmoralizadas pelo resgate espetacular de 15 reféns, as Farc estão seguindo o manual de instruções e fazendo exatamente o que a guerrilha brasileira fez em circunstâncias idênticas: partiram para o gerenciamento de danos e tentam desesperadamente transformar a derrota militar em vitória política. Se bem-sucedida, essa operação terá sido, no fim das contas, o triunfo mais espetacular que a gangue poderia ter desejado. Todos os clássicos da guerra revolucionária explicam que guerrilhas não têm por alvo derrotar o adversário no campo de batalha, mas forçá-lo a aceitar exigências políticas. Esse é o único objetivo a que podem aspirar e a única razão de ser da sua existência – e, para isso, a derrota militar pode ser ainda melhor do que a vitória. Leia mais aqui, no JB Online






No TRE, 271 CANDIDATOS SE DECLARAM ANALFABETOS

Registros poderão ser cassados; PMDB é o partido com o maior número de concorrentes, seguido do PT e do PSDB – Por Luiza Damé – O Globo

Dos 306.901 candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador que até ontem tiveram os registros de suas candidaturas computadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 271 se declaram analfabetos. Pela Constituição brasileira, os analfabetos podem votar, mas estão proibidos de disputar eleições. Portanto, esses registros serão negados pela Justiça Eleitoral, se confirmado o analfabetismo.

Outros 73.672 pré-candidatos registrados não concluíram sequer o ensino fundamental ou apenas sabem ler e escrever. A maioria dos candidatos cujo pedido de registro já chegou ao TSE concluiu o ensino médio - 112.188 -, incluindo aqueles que ingressaram no ensino superior, mas ainda não terminaram a faculdade. Outros 63.404 concluíram apenas o ensino fundamental. Há 57.366 pré-candidatos com curso superior.

Número final de candidatos pode chegar a 400 mil
Esses números podem mudar, pois o prazo final de registro de candidaturas se encerrou na última segunda-feira, e os Tribunais Regionais Eleitorais ainda estão enviando os dados para o TSE. A expectativa do tribunal em Brasília é que o número final de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador em todo o Brasil chegue a 400 mil. Somente nas 26 capitais, os candidatos a prefeito são 170 - no Distrito Federal não há eleição municipal.

O partido com maior número de candidatos é o PMDB, também maior partido no Congresso: são 32.374 concorrendo a vereador, 1.744 a vice-prefeito e 2.291 a prefeito. O PT está em segundo lugar, com 26.109 candidatos a vereador, 1.455 a vice-prefeito e 1.395 a prefeito. O terceiro lugar ficou com o principal partido de oposição ao Palácio do Planalto: o PSDB tem 24.387 candidatos a vereador, 1.220 a vice-prefeito e 1.442 a prefeito.

Há 362 candidatos com mais de 79 anos
Os homens são maioria entre os candidatos que pediram registro. Até agora são 243.600 homens que pretendem concorrer nas eleições de outubro. As mulheres somam 63.301 - um pouco mais do que os 20% das vagas reservadas pela legislação para as candidatas. No que diz respeito à idade, o maior número de candidatos tem entre 45 e 59 anos - 120.604. Outros 100.529 se concentram na faixa etária de 35 a 44 anos; 51.169 estão entre 25 a 34 anos e 20.400 entre 60 a 69 anos. Um outro número impressionante: 362 candidatos têm mais de 79 anos. De 21 a 24 anos são 7.585 candidatos. Os mais jovens são 2.327, que têm entre 18 e 20 anos. Não informaram a idade 332 candidatos.




CONGRESSO: APROVAÇÃO DE GASTOS NA SURDINA

Senadores da Mesa Diretora autorizaram parlamentares a contratar mais um assessor com salário de quase R$ 10 mil. Se somados todos os gabinetes da Casa, o custo mensal será de R$ 1 milhão. Por Leandro Colon - Da equipe do Correio

Fiel ao seu estilo, o Senado aprovou ontem na surdina a criação de mais um cargo de confiança para os 81 senadores. Numa rápida reunião a portas fechadas, os integrantes da Mesa Diretora deram aval para que os parlamentares possam contratar mais um “assessor técnico”, cujo salário é de R$ 9.979,24.

Somando os já inchados gabinetes de cada senador, mais os das lideranças partidárias e membros da Mesa, o novo cargo vai gerar um custo mensal de R$ 900 mil, fora despesas com encargos sociais e horas extras. Num ano, a despesa chega a, pelo menos, R$ 11,7 milhões.

A criação desse cargo vinha sendo orquestrada desde maio pelo primeiro-secretário da Casa, Efraim Morais (DEM-PB), e o diretor-geral, Agaciel Maia. No dia 23 daquele mês, o Correio revelou a articulação para que esse milionário aumento de gastos fosse aprovado. Pressionados, os responsáveis pelo movimento recuaram. Passados quase dois meses, aproveitaram que essa discussão esfriou e decidiram reacender o tema antes do apagar das luzes com o recesso parlamentar que começa na semana que vem.

Ontem, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), colocou o assunto em discussão na reunião com os demais seis integrantes da Mesa. Não querendo assumir sozinho o ônus dessa medida, o peemedebista avisou aos colegas que era contrário à criação desse cargo. Mas não adiantou.

Prevaleceu a pressão de Efraim. Garibaldi ficou isolado. Restou à Mesa aprovar a medida alegando que os líderes partidários já haviam assinado o ato que trata dessa nova função. Ou seja, o discurso agora é o de que a culpa é de todos, e não só da Mesa. “Os líderes assinaram. Já estava tudo pronto”, argumentou Magno Malta (PR-ES), quarto-secretário.

Em maio, quando foi revelada a intenção de se criar esse cargo, Garibaldi afirmou que se “rebelaria” para evitar que isso ocorresse. Ontem, derrotado, preferiu lamentar. “Fui voto vencido. Fiquei isolado. Venceu a maioria”, limitou-se a dizer ao Correio, sem esconder o incômodo em ter que comentar o assunto.

A criação do cargo foi uma reação dos senadores à decisão da Câmara em abril de aumentar a verba de gabinete dos deputados de R$ 50,8 mil para R$ 60 mil. Para evitar um desgaste, o Senado buscou um caminho discreto, sem alarde. Os senadores podem ainda transformar o cargo de R$ 9 mil em quatro vagas de R$ 2,4 mil.

Discrição
As recentes decisões do Senado têm sido tomadas na mais absoluta discrição. Na semana passada, o Correio revelou que a Casa renovou por mais um ano o contrato de R$ 426 mil mensais com a Conservo, que oferece mão-de-obra terceirizada. A empresa é acusada pelo Ministério Público Federal de fraudar a licitação vencida no Senado. Entre 2006 e 2008, a Casa pagou R$ 428 mil para a Construssati, construtora que reformou o comitê de imprensa. A empresa pertence ao estudante de direito André Scarassati, 26 anos, filho de José Alcino e Maria Regina Scarassati, tendo os dois últimos já trabalhado no Senado.



ANÁLISE DA NOTÍCIA – UM ESTADO PARALELO
O aumento de mais um cargo de confiança para os senadores é fruto de um Estado paralelo que existe no Congresso. Enquanto líderes partidários negociam as votações em plenário, um outro grupo prefere se agarrar no aumento das regalias oferecidas com o dinheiro público.

Um grupo que atua com discrição, longe dos holofotes. Liderada pelo primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), essa ala de senadores tentou impedir por anos a divulgação da prestação de contas da verba indenizatória de R$ 15 mil mensais paga a cada parlamentar. Pressionado, o presidente da Casa, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), topou ceder. Mas pela metade. Divulga-se o quanto foi gasto, mas não como. As notas fiscais continuam guardadas a sete-chaves. Assim como se mantém em segredo a lista de servidores comissionados. O Senado é uma caixa-preta que ninguém ousa abrir.

A Primeira Secretaria, por exemplo, não dá votos a um senador. Mas poder. Cabe a Efraim Morais decidir pelos contratos da Casa, gerir os gastos dos gabinetes, entre outras coisas. Na prática, é o prefeito do Senado. No começo de 2007, ele condicionou o apoio à reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) à sua permanência no cargo. Conseguiu.

Agora, Garibaldi sinalizou que não tem força para barrar as articulações do poder paralelo do Senado. Mais uma vez, prevaleceu a pressão dos senadores interessados em nomear mais assessores em seus gabinetes. Resta saber o que tantos funcionários farão, por exemplo, a partir de agosto, quando o Congresso vai parar por causa das eleições municipais. (LC)
As benesses deles

Confira a que os senadores têm direito

SALÁRIO
R$ 16,5 mil + décimo-terceiro salário + outros dois, um no início e outro no fim do ano para ajuda de custo

VERBA INDENIZATÓRIA
R$ 15 mil mensais

AUXÍLIO-MORADIA
R$ 3 mil

COMBUSTÍVEL
25 litros por dia para um veículo cedido pelo Senado

VIAGENS
Quatro passagens mensais de ida e volta para o seu estado

NO GABINETE
Funcionários comissionados (indicados por confiança)
5 assessores técnicos
6 secretários parlamentares
1 motorista
Servidores efetivos (por concurso público)
1 chefe e um subchefe de gabinete
5 assistentes técnicos
1 analista legislativo
1 técnico legislativo

2 comentários:

Suzy disse...

Gente, são tantas "emoções"...bebês que morrem aos borbotões, gangues à solta...

Suzy disse...

Gabriela, espero que o MOVCC aceite minha indicação para um prêmio que além de merecido, nos une na luta contra o perigo Ahmadinejad, à favor de Israel.

Grande abraço