A vocação bufonesca de Garcia Márquez

O DÉSPOTA E O TIRANO – Por Pedro Lastra - Notícia24

As declarações de Gabriel García Márquez depois de visitar Fidel Castro, fez com que Pedro Lastra o qualificasse de “bufão”.

Estas são as declarações de García Márquez, divulgadas pela agência DPA:

O escritor colombiano Gabriel e sua esposa, Mercedes Barcha, encontraram o líder cubano Fidel Castro “lúcido”, “carinhoso e “relaxado”, quando o visitaram na terça-feira passada, em Havana, informou hoje o Gramna.

“Tenho a impressão de tê-lo conhecido ontem. Nunca o tinha visto assim, tão carinhoso”, disse García Márquez, segundo relatou o jornalista Gabriel Molina em um artigo publicado na terceira página do matutino, com o título “Fidel e Gabo, irrepetíveis”.

Molina que se reuniu depois com García Márquez e sua esposa em um encontro no qual participaram outras pessoas, disse que Mercedes Barcha contou que Fidel Castro “estava carinhoso e relaxado”, e que ele falou “de muitos temas com muitíssima profundidade e lucidez”.


Esta é a reflexão de Pedro Lastra:

Enquanto o antioqueño (natural da Antioquia) Álvaro Uribe, presidente da Colômbia é o político mais popular de seu país desde os tempos imemoriais, que enfrenta com unhas e dentes a narcoguerrilha castrista da Colômbia colocando sua vida inteiramente no intento, um paisano seu, ainda que arataqueño (nascido em Aracataca), chamado Gabriel José de la Concordia García, familiarmente conhecido como Gabito, e mundialmente conhecido como o Prêmio Nobel de Literatura García Márquez, corre para alegrar as horas derradeiras, precisamente, do responsável não só pelas FARC como também por todos os movimentos terroristas da América Latina, e sem lugar para dúvidas, do déspota mais cruel e sanguinário da historia da América Latina: Fidel Castro Ruz.

¿O que explica esta vocação bufonesca lambe-traseiros do tirano mexeriqueiro - do sinistro sátrapa caribenho (Gabito), quem, já sendo um multimilionário e famoso a mais no poder, aparentemente não necessitaria aparecer ao lado de Castro como um vulgar alcagüete cortesão? Precisamente: porque sem o respaldo do déspota cubano não alcançaria as alturas nobelescas que lhe permitiram converter-se no escritor mais famoso da Hispanoamérica e provavelmente do mundo. Conhecida é a virose esquerdista dos membros da Academia Suécia, a dispensadora do mais importante e suculento prêmio literário da historia ao vergonhoso esquerdismo stalinista-totalitário que infecta a cultura do Ocidente.

A relação de García Márquez com o tirano cubano - responsável não só por dezenas e dezenas de milhares de assassinatos diretos ou indiretos de cidadãos cubanos, senão do desterro de milhões de seus compatriotas e a perda de meio século para um continente seduzido por sua verborréia, sua irresponsabilidade monumental e seus delírios de grandeza - somente é comparável a relação de Albert Speer (o arquiteto de Hitler) com o líder nazi, a quem acompanhara até suas horas finais. Pois Castro é um homem proporcionalmente tão sinistro e de efeitos tão devastadores quanto Hitler, porém, protegido pela hipocrisia, pela dupla moral da cultura política decadente e pela estupidez de um estabelecimento político sumido na esquizofrenia do delírio e da irresponsabilidade.

Não tem país da América Latina – incluindo o Brasil – que não tenha em seu débito, mortos caídos em absurdos combates seguindo instruções do castrismo e da delirante inspiração do agônico tirano.

García Márquez lhe proveu em sua restrição intelectual (a de Castro) com o “realismo maravilhoso”. O outono do Patriarca é a mais odiosa das provas. A mesma que ninguém nunca ousou servir a Hitler ou a Stalin, a Pol Pot ou a Marulanda. Assim, o bufão da corte do Rei Fidel passará a historia como o primeiro novelista exitoso, venerado por haver fornecido uma pátina milagreira e de respeitabilidade a um assassino.

¿Que pensarão os colombianos sobre este lameculismo (puxassaquismo) de seu primeiro novelista? Seguramente, ele irá de Havana a Paris para participar das honrarias da esquerda e da direita francesa a Ingrid Betancourt, em 14 de julho. A recomendação de Fidel para Garcia: “atrás da jogada”. Notícia 24 - Tradução de Arthur (MOVCC)






COM A PALAVRA, O CANDIDATO NORMAL - Por Olavo de Carvalho

Barack Hussein Obama é, sob tantos aspectos, tão diferente daquilo que normalmente se entende como um candidato à Presidência dos EUA, que só por uma distração formidável alguém pode achar que o detalhe mais significativo nele é a cor da sua pele. O lema da sua campanha é Mudança , mas para realizá-lo ele não precisa nem ser eleito: ele já mudou tudo nos usos e costumes eleitorais do povo americano, e mudou para tão pior que será preciso muitas décadas para reparar o estrago, se possível.

Desde logo, ele é o primeiro candidato sem nenhuma experiência administrativa - e com experiência política abaixo de mínima - a ser aceito por qualquer partido para concorrer a um cargo tão alto. Também não teve carreira militar nem experiência profissional em área nenhuma, exceto como ongueiro

Mas diga isso a um obamista e ele invariavelmente responderá: Que é que tem de mais? O sentimento natural de estranheza ante o inusitado tornou-se antinatural, ofensiva, intolerável.

Com a possível exceção de Lula, cuja ignorância chegou a ser louvada como uma forma superior de sabedoria, nunca se exigiu tão pouco de quem reivindica a autoridade máxima. Mesmo em países do Terceiro Mundo o portador de um currículo tão insignificante dificilmente seria aceito como candidato ao cargo supremo. No Partido Democrata e na grande mídia dos EUA, ninguém parece estranhar o caso Obama no mais mínimo que seja, e mesmo entre os adeptos de John McCain há como que um acordo de não magoar o adversário com exigências superiores à sua capacidade. Todos preferem perguntar: Que é que tem de mais?

Em segundo lugar, não falta ao candidato somente um currículo: falta até mesmo uma biografia confiável. Os indícios de que ele é muçulmano em segredo brotam dia a dia, mas sua quantidade parece inversamente proporcional ao interesse que seus adversários e a grande mídia têm em elucidar o assunto. Todos parecem querer que o eleitorado aceite como normal e improblemática a hipótese de votar num desconhecido que encobre suas origens, ainda que estas o associem de algum modo ao inimigo que enfrenta o país no campo de batalha e ainda que o seu empenho em encobrir o passado chegue ao ponto de sonegar a própria certidão de nascimento. As provas da intimidade do candidato com organizações comunistas e pró-terroristas também se avolumam, mas não suscitam, entre os bem-pensantes, nem mesmo curiosidade. Afinal, que é que tem de mais?

Até mesmo no quesito elementar do respeito aos símbolos nacionais – o mínimo de etiqueta que os candidatos de todos os partidos sempre respeitaram -, Obama parece ter o direito adquirido de esculhambar com tudo, sem que o establishment dê o menor sinal de sentir-se ofendido por isso. Ele ouve The Star-Spangled Banner com as mãos à frente em vez de colocá-las sobre o coração, modifica o emblema das armas nacionais para fazer dele um grotesco anúncio eleitoral e, para cúmulo, diz que a bandeira do país que ele pretente representar perante o mundo “é, para muitos povos, um símbolo de violência”. Mas, pensando bem, que é que tem de mais?

Mas é ao infringir as leis com a maior cara de inocência que o candidato mostra aquela confiança absoluta na própria invulnerabilidade, tão característica dos sociopatas revolucionários. A cada semana, vêm novos abusos, que normalmente bastariam para destruir a carreira de um político, se não para mandá-lo à cadeia. Mas Obama parece imunizado às conseqüências de suas ações. As últimas da semana passada foram as seguintes: (1) Para a coleta de fundos de campanha, ele organizou um sistema lotérico – ilegal em todos os cinqüenta estados americanos. (2) Ele voa por toda parte num avião sem as condições de segurança requeridas, que outro dia foi obrigado a fazer um pouso de emergência. Mas, novamente, a reação geral é a mesma: que é que tem de mais?

Obama é tão esquisito, mas tão esquisito, que aparentemente o único jeito de atenuar o vexame da sua presença na disputa pela presidência é fingir que ele é normal. Mas a proibição de estranhar é, na verdade, uma proibição de compreender, um veto formal ao exercício da inteligência. A presteza em aceitar essa imposição revela uma alarmante debilidade de caráter e a eficácia quase diabólica da chantagem politicamente correta que a produziu. Jornal do Comércio

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