“Se o Brasil tiver que passar por algum aperto, ele será muito pequeno” -Afirmação de Lula hoje pela manhã, durante seu programa “Café com Bobagem”
BOLHA GLOBAL
Terremoto financeiro internacional chega ao país e restringe o crédito, eleva os juros dos empréstimos, faz o Banco Central queimar reservas e derrete o valor de mercado das empresas com ações na Bovespa – Por Vicente Nunes - Da equipe do Correio
O governo resistiu o quanto pôde em assumir que o estouro da bolha imobiliária americana teria reflexos negativos no Brasil. Mas, desde o início deste mês, quando a crise realmente mostrou sua face mais perversa, a realidade falou mais alto. A fatura que cabe ao país passou a ser emitida. E do Banco Central ao Ministério da Fazenda, do Congresso ao Palácio do Planalto, a discussão, agora, é sobre como minimizar os estragos na economia brasileira. “Não tem jeito. Por melhores que sejam os fundamentos econômicos, não há como o Brasil ficar imune ao vendaval financeiro que varre o mundo”, diz Ítalo Lombardi, analista para mercados emergentes da consultoria RGE Monitor.
Os efeitos da crise estão por todos os lados. A começar pelo crédito, que ficou mais escasso e caro. Na média, os consumidores que se dispuserem a comprar a prazo ou a tomar empréstimos vão arcar com as maiores taxas de juros desde o segundo semestre de 2006: 52,8% ao ano, em média. Operações que antes eram oferecidas sem restrições, como os empréstimos com desconto em folha, praticamente sumiram. No máximo, os bancos estão renovando os financiamentos e, mesmo assim, em prazos menores. “O consignado deixou de ser interessante para os bancos nesse cenário de juros mais altos”, afirma o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Também as empresas estão arcando com custos maiores nas linhas para capital de giro e para tocar a ampliação de fábricas — juros médios de 28,4% ao ano, os maiores em julho de 2006 —, uma vez que o crédito externo secou. Apenas nos primeiros 15 dias de setembro, R$ 2,1 bilhões deixaram de entrar no país. “O crédito é uma das alavancas do crescimento, pois estimula tanto o consumo das famílias quanto os investimentos produtivos. Ao ficar mais caro e com acesso mais difícil, vai prejudicar a expansão econômica do país”, explica Fernando Montero, economista-chefe da Corretora Convenção.
Por isso, muitos analistas prevêem um tombo no ritmo de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. As estimativas apontam para incremento entre 2,5% e 3,5%, o que representa redução de até três pontos percentuais em relação ao resultado esperado para este ano, de 5% a 5,5%. “Que o Brasil vai crescer menos em 2009, não há dúvidas. E muito possivelmente menos de 3%”, ressalta o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes. A inevitável desaceleração da economia já foi, inclusive, devidamente comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, conforme informou ontem o Correio.
Mais prejuízos
O governo também está dando sua cota de sacrifício. O BC já queimou US$ 1 bilhão das reservas internacionais para aliviar a vida de empresas e bancos, que ficaram sem crédito para financiar o comércio exterior. O BC teve ainda de enfrentar o sufoco de 23 bancos de menor porte, que se viram sem dinheiro em caixa para emprestar. A secura foi tamanha, que a instituição liberou R$ 13,2 bilhões em depósitos compulsórios que estavam sob a sua guarda. E mais: mesmo pagando juros mais altos, o Tesouro Nacional conseguiu refinanciar, em setembro, pouco mais da metade dos R$ 20,7 bilhões da dívida pública.
É no mercado financeiro que os efeitos da crise são mais evidentes. O valor das empresas com ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encolheu R$ 617,8 bilhões. Corretoras e fundos de investimentos tiveram dificuldades para honrar compromissos no pregão paulista. Grandes exportadoras, como a Sadia e a Aracruz Celulose, perderam mais de R$ 1 bilhão, ao serem surpreendidas com a disparada do dólar frente ao real. “Infelizmente, ainda vamos ver muito sofrimento no mercado”, ressalta Alexandre Marques Filho, analista da Elite Corretora.
BANCOS EUROPEUS SÃO NACIONALIZADOS DEVIDO À CRISE
Autoridades de países europeus anunciaram nesta segunda-feira que mais dois bancos serão nacionalizados, devido à crise no mercado financeiro internacional. Na Grã-Bretanha, o governo confirmou a nacionalização do Bradford & Bingley, que havia sido noticiada pela BBC no sábado. Em Bruxelas, a nacionalização de parte do Fortis também foi anunciada. Já na Alemanha, o banco Hypo Real Estate disse que chegou a um acordo com outras instituições alemãs para receber um empréstimo. Leia matéria completa aqui, na BBC Brasil
BOLHA GLOBAL
Terremoto financeiro internacional chega ao país e restringe o crédito, eleva os juros dos empréstimos, faz o Banco Central queimar reservas e derrete o valor de mercado das empresas com ações na Bovespa – Por Vicente Nunes - Da equipe do Correio
O governo resistiu o quanto pôde em assumir que o estouro da bolha imobiliária americana teria reflexos negativos no Brasil. Mas, desde o início deste mês, quando a crise realmente mostrou sua face mais perversa, a realidade falou mais alto. A fatura que cabe ao país passou a ser emitida. E do Banco Central ao Ministério da Fazenda, do Congresso ao Palácio do Planalto, a discussão, agora, é sobre como minimizar os estragos na economia brasileira. “Não tem jeito. Por melhores que sejam os fundamentos econômicos, não há como o Brasil ficar imune ao vendaval financeiro que varre o mundo”, diz Ítalo Lombardi, analista para mercados emergentes da consultoria RGE Monitor.
Os efeitos da crise estão por todos os lados. A começar pelo crédito, que ficou mais escasso e caro. Na média, os consumidores que se dispuserem a comprar a prazo ou a tomar empréstimos vão arcar com as maiores taxas de juros desde o segundo semestre de 2006: 52,8% ao ano, em média. Operações que antes eram oferecidas sem restrições, como os empréstimos com desconto em folha, praticamente sumiram. No máximo, os bancos estão renovando os financiamentos e, mesmo assim, em prazos menores. “O consignado deixou de ser interessante para os bancos nesse cenário de juros mais altos”, afirma o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Também as empresas estão arcando com custos maiores nas linhas para capital de giro e para tocar a ampliação de fábricas — juros médios de 28,4% ao ano, os maiores em julho de 2006 —, uma vez que o crédito externo secou. Apenas nos primeiros 15 dias de setembro, R$ 2,1 bilhões deixaram de entrar no país. “O crédito é uma das alavancas do crescimento, pois estimula tanto o consumo das famílias quanto os investimentos produtivos. Ao ficar mais caro e com acesso mais difícil, vai prejudicar a expansão econômica do país”, explica Fernando Montero, economista-chefe da Corretora Convenção.
Por isso, muitos analistas prevêem um tombo no ritmo de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. As estimativas apontam para incremento entre 2,5% e 3,5%, o que representa redução de até três pontos percentuais em relação ao resultado esperado para este ano, de 5% a 5,5%. “Que o Brasil vai crescer menos em 2009, não há dúvidas. E muito possivelmente menos de 3%”, ressalta o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes. A inevitável desaceleração da economia já foi, inclusive, devidamente comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, conforme informou ontem o Correio.
Mais prejuízos
O governo também está dando sua cota de sacrifício. O BC já queimou US$ 1 bilhão das reservas internacionais para aliviar a vida de empresas e bancos, que ficaram sem crédito para financiar o comércio exterior. O BC teve ainda de enfrentar o sufoco de 23 bancos de menor porte, que se viram sem dinheiro em caixa para emprestar. A secura foi tamanha, que a instituição liberou R$ 13,2 bilhões em depósitos compulsórios que estavam sob a sua guarda. E mais: mesmo pagando juros mais altos, o Tesouro Nacional conseguiu refinanciar, em setembro, pouco mais da metade dos R$ 20,7 bilhões da dívida pública.
É no mercado financeiro que os efeitos da crise são mais evidentes. O valor das empresas com ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encolheu R$ 617,8 bilhões. Corretoras e fundos de investimentos tiveram dificuldades para honrar compromissos no pregão paulista. Grandes exportadoras, como a Sadia e a Aracruz Celulose, perderam mais de R$ 1 bilhão, ao serem surpreendidas com a disparada do dólar frente ao real. “Infelizmente, ainda vamos ver muito sofrimento no mercado”, ressalta Alexandre Marques Filho, analista da Elite Corretora.
BANCOS EUROPEUS SÃO NACIONALIZADOS DEVIDO À CRISE
Autoridades de países europeus anunciaram nesta segunda-feira que mais dois bancos serão nacionalizados, devido à crise no mercado financeiro internacional. Na Grã-Bretanha, o governo confirmou a nacionalização do Bradford & Bingley, que havia sido noticiada pela BBC no sábado. Em Bruxelas, a nacionalização de parte do Fortis também foi anunciada. Já na Alemanha, o banco Hypo Real Estate disse que chegou a um acordo com outras instituições alemãs para receber um empréstimo. Leia matéria completa aqui, na BBC Brasil
A PRÓXIMA CRISE AMERICANA - Por Olavo de Carvalho
Para fins de destruição dos EUA, colocar Obama na presidência é um grande avanço, mas a crise constitucional que pode se seguir à declaração da sua inelegibilidade retroativa é melhor ainda.
Jamais se vasculhou o passado de alguém com tanta ânsia de encontrar crimes e vergonhas como a grande mídia tem vasculhado a vida de John McCain e Sarah Palin. Até o momento, tudo o que se encontrou foi uma garota que transou com o namorado, um policial demitido em circunstâncias um tanto deprimentes e um assessor de campanha que teria sido bem remunerado por Fannie Mae e Freddie Mac. E, destas três miseráveis picuinhas, nada se provou de ilegal quanto à segunda e a terceira se revelou absolutamente falsa: o sujeito já havia se demitido da sua firma de advocacia quando ela começou a trabalhar para os gigantes falidos.
Em compensação das atenções universais voltadas obsessivamente para essas antinotícias, nada ou quase nada se vê no New York Times ou na CNN – muito menos na mídia brasileira – sobre os fatos simplesmente escabrosos da biografia de Barack Hussein Obama – biografia tão repleta de lances comprometedores que não é possível contá-la, mesmo no estilo mais frio e comedido, sem dar a impressão de campanha difamatória. Nada desse calibre existe contra Sarah Palin ou John McCain. Nenhum dos que falam contra eles pôs a cabeça em risco, transformando as acusações em processo judicial. E olhem que as imputações do alegado companheiro de farras são o que há de mais brando e insignificante no currículo negativo de Obama.
Infinitamente mais sério é o processo por falsidade ideológica que corre contra ele num tribunal da Pensilvânia. Não foi movido por nenhum republicano fanático, mas por um conhecido militante democrata e antibushista, o advogado Phillip Berg. A petição inicial do processo vem anexada de várias peritagens que demonstram ser falsa a certidão de nascimento divulgada pela campanha de Barack Obama para provar sua cidadania americana.
O que está em jogo não é somente a possível inelegibilidade do candidato, mas, independentemente disso, a sua condenação como falsificador de documento público. Berg solicitou que o tribunal apressasse a intimação do réu, por um motivo muito simples: se esta questão não for resolvida logo, e Obama vier a ser eleito, os EUA estarão metidos na maior crise constitucional da sua história. O presidente legalmente eleito não só terá de ser declarado inempossável, mas irá direto da glória para a cadeia. O eleitorado de Obama, após o monstruoso investimento emocional num candidato cuja biografia desconhece quase por completo, ficará naturalmente enfurecido e acusará a justiça americana de golpe. O país terá de escolher entre a Constituição e a paixão obâmica. Se escolher a primeira, estará dividido por uma fronteira de ódio insanável. Se escolher a segunda, terá, de um só lance, abdicado de toda a sua história, de todos os seus valores e de toda a sua dignidade no altar de um capricho de seus inimigos.
Como a carreira e a projeção de Barack Obama são obviamente uma criação de forças antiamericanas conjugadas - coisa que pode ser demonstrada facilmente pelas fontes do seu financiamento -, creio que aí se pode encontrar uma explicação bastante razoável para o desinteresse aparente com que o Partido Democrata tem tratado essa bomba-relógio destinada a explodir dentro de algumas semanas. Para fins de destruição dos EUA, colocar Obama na presidência é um grande avanço, mas a crise constitucional que pode se seguir à declaração da sua inelegibilidade retroativa é melhor ainda. Não tenho a menor dúvida de que os criadores do personagem Barack Obama estão perfeitamente conscientes do processo e da absoluta impossibilidade de contorná-lo.
As atitudes independentes e até insolentes tomadas nos últimos dias pelo candidato vice-presidencial Joe Biden são um sinal, discreto, mas revelador, de que talvez os engenheiros do fenômeno Obama não contem tanto com usá-lo como presidente dos EUA, mas apenas como vírus para gerar a crise e dividir a nação por um conflito que ela não pode suportar.
Acoisa é tão grave que a própria campanha McCain-Palin prefere encobri-la, continuando a fingir que não há nada de errado com a candidatura. Nunca houve, na história americana, um silêncio tão explosivo. Muito provavelmente McCain sabe da destruição iminente do seu adversário e não quer posar como diretor de cena do vexame espetacular que se prepara.
Mesmo na hipótese de que alguém intimide Philip Berg e o obrigue a retirar o processo, nada impede que milhares de outros processos similares sejam abertos até a véspera das eleições ou - pior ainda - mesmo depois delas. Obrigar o país a escolher entre sua Constituição e um ídolo pop – com o risco de uma guerra civil no primeiro caso e da completa desmoralização no segundo - parece mesmo uma piada demoníaca. Se os dois partidos fazem de conta que não sabem de nada é porque estão conscientes do inevitável. No último dia 24, fim do prazo para responder ao processo de inelegibilidade movido por Berg, Barack Obama não respondeu nada: apresentou um pedido de dispensa (motion for dismissal), típico recurso embromatório que, em geral, só torna o réu mais suspeito ainda. Diário do Comércio
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