Tudo o que os oficiais das Forças Armadas estão esperando para aderirem ao esquema de poder eterno de Lula é o pretexto patriótico. Por Olavo de Carvalho – Diário do Comércio
A pressa indecente com que os opositores nominais do governo correm para apoiá-lo ao mínimo aceno de alguma vantagem possível é a prova de que a passagem do PT pelo poder, exatamente como previ há mais de dez anos, e ao contrário do que afirmavam todos os sapientes, não terá sido um episódio normal do rodízio democrático, e sim a inauguração de um novo sistema que, superposto à ordem democrática, terminará – já quase terminou – por engoli-la e fazê-la desaparecer para sempre.
A Nova República não foi senão uma tênue interface entre o governo militar e o Brasil socialista, marcado pela hegemonia esquerdista em todos os setores da vida social, pela simbiose macabra entre o governo e o banditismo crescente, pela corrupção em níveis jamais antes imaginados, pela destruição completa da cultura superior, pela institucionalização do paternalismo estatal como garantia do apoio popular, pelo fechamento das fronteiras mentais do País ao debate de idéias no mundo, pela transformação do sistema de ensino em máquina de adestramento da militância comunista e, last not least, pela progressiva e tácita criminalização de toda atividade capitalista, louvada ao mesmo tempo, numa alternância pavloviana de choques e queijos, como indispensável ao progresso da nação.
Como, no meio de toda essa tragédia, a economia cresce um pouquinho e esse pouquinho basta para acalmar uma multidão de consciências - que, aliás, jamais foram muito exigentes -, o sucesso do conjunto está garantido, e é óbvio, é patente que o sr. Lula tem todas as condições não apenas para fazer o seu sucessor, mas o sucessor do seu sucessor e todos os sucessores deste último por muitas décadas à frente. Cada político “de oposição” sabe disso e já tem nas mãos um leque de estratégias para adaptar-se à situação o mais confortavelmente possível, até simulando motivos éticos.
E os militares? Eles têm algum ressentimento, é verdade, mas, marginalizados e reduzidos a condições de subsistência humilhante, já nada podem fazer senão esboçar aqui e ali um protesto simbólico, ridicularizado pela mídia. Muitos deles já parecem reger-se pela psicologia dos miseráveis: prometa-lhes alguma coisa, por mínima que seja, e eles farão o que você quiser.
Antigamente a farda protegia contra a deterioração moral do ambiente. Mas ela não pode proteger contra uma cultura inteira. Só um gênio ou um louco pode desaculturar-se a si próprio.
O homem comum, fardado ou não, cede à onipresença hipnótica dos contravalores que antes desprezava, em nome de valores dos quais já não se lembra. Tudo o que muitos oficiais das nossas Forças Armadas estão esperando é um pretexto patriótico para a adesão final. Criaturas solícitas como o general Andrade Nery dão o melhor de si para fornecê-lo, dirigindo habilmente contra os EUA o ódio que deveria se voltar contra o globalismo anti-americano da ONU, o qual, sob pretextos indigenistas e contando com a proteção da Presidência da República, vai comendo território e reservas minerais do Brasil enquanto a Hora do Povo e o próprio senhor presidente desviam as atenções de civis e militares para a presença alegadamente ameaçadora da IV Frota americana que, é claro, viria roubar o nosso petróleo...
Esse panorama não apenas já era previsível em 2002, e até bem antes, como foi efetivamente previsto nos meus próprios artigos, enquanto ilustres comentaristas políticos e analistas estratégicos, pagos a peso de ouro pelo empresariado, diziam que nada disso ia acontecer, que o PT desfrutaria de seus quinze minutos de fama e em seguida sumiria na lata de lixo da História, deixando caminho aberto aos liberais para que construíssem uma democracia capitalista moderna e pujante, de fazer inveja à Suíça.
Pela raiva que tantos ainda sentem de quem lhes disse a verdade, pela generosidade com que continuam premiando quem os ludibriou, o que me pergunto é se, sob o pretexto de ouvir análises de conjuntura, o que querem mesmo não são apenas umas palavras animadoras, tanto mais bem-vindas quanto mais falsas.
RANKING DE CORRUPÇÃO DA TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL
O Brasil tem nota 3,5 – “Um dos mais representativos em termos de corrupção”
O Brasil aparece em 80º lugar no ranking de corrupção divulgado nesta terça-feira (23/09), em Berlim, pela ONG Transparência Internacional (TI). Desde 1995, a ONG publica todo ano um índice de percepções da corrupção (CPD) classificando 180 países segundo a análise de um grupo internacional de empresários, especialistas e universitários. O índice vai de 10 para um Estado considerado "limpo" a zero para um Estado "corrupto". Segue o ranking da organização aqui
A OAB encaminhou nesta segunda-feira (22/09) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido, apresentado por parlamentares, para que ela faça auditoria no sistema de criptografia inserido nas urnas eletrônicas nas próximas eleições.
Com a análise, a entidade pretende obter garantias de que o módulo criptográfico usado nas urnas é imune a fraudes. No ofício enviado ao presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, o presidente da OAB, Cezar Britto, afirma que é grande a preocupação com a segurança usada nas urnas. Isso porque, assinala, o sistema de criptografia é elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O órgão - destaca a OAB - está sob suspeita, após o suposto envolvimento com escutas telefônicas ilegais. Continue lendo a matéria aqui, no Correio Braziliense
COMENTÁRIO
É puro surrealismo tudo isto. O país está a 12 dias do pleito eleitoral e, no entanto, as urnas eletrônicas ainda provocam desconfiança e insegurança. É trágico sabermos que as eleições no Brasil são passíveis de fraudes. Se é que já não fomos vítimas nas eleições passadas. Afinal, pesquisas eleitorais não querem dizer absolutamente nada, quando não se tem um sistema confiável para realização do pleito. Por Gaúcho/Gabriela
O DEM distribuiu nota, esta noite, informando que uma "ação criminosa" sabotou o avião bimotor Sêneca que transportava o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), nesta segunda-feira (22), no aeroporto de Caçu, a 330 quilômetros de Goiânia. Segundo a nota, os pilotos abortaram a decolagem ao perceberem que havia algo de errado, resultando em danos no pouso dianteiro e asas. A polícia suspeita que narcotraficantes possam ser os responsáveis pelos danos, já que Caiado sempre atuou contra o tráfico de drogas na região. Por Cláudio Humberto
LULA – O PRESIDENTE QUE NADA SABE
Governo não sabe se 1 milhão de crianças estão na escola
Freqüência escolar é contrapartida que beneficiários precisam cumprir. No entanto, o governo federal não sabe onde estão quase 7% das crianças de 6 a 15 anos do programa Bolsa-Família. São mais de um milhão de estudantes que deveriam ter a freqüência escolar acompanhada pelas prefeituras e Ministério da Educação (MEC), mas não constam como matriculados em nenhuma escola do município onde moram. Leia mais aqui, no Estadão
A FARRA SEM FIM
Comissão de Anistia julga reparação a sindicalistas. Grupo de 41 ex-companheiros de Lula no ABC pede indenização mensal média de R$2,5 mil. Por Evandro Éboli – O Globo
A Comissão de Anistia julgará hoje pedido de reparação econômica para 41 companheiros da época sindical do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A audiência acontece na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SP), berço do movimento sindical no ABC. Os antigos parceiros do presidente alegam que foram perseguidos políticos e perderam emprego nas fábricas e montadoras. Eles reivindicam valores de como se na ativa estivessem. Em média, cada um pede prestação mensal de R$2,5 mil. Alguns pleiteiam ainda divisão de lucros das empresas em que trabalharam.
O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, resistiu a realizar a sessão em São Bernardo, para evitar associação do julgamento com a imagem de Lula e eventuais benefícios para seus ex-companheiros. Abrão acabou convencido pelos metalúrgicos a realizar o encontro no ABC, mas fora do sindicato.
O grupo fez parte da comissão de mobilização do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no período mais conturbado das greves, na virada dos anos 70 para os 80. Tiveram a incumbência de manter as mobilizações e os piquetes nas portas das fábricas enquanto diretores do sindicato - caso de Lula, Djalma Bom e Gilson Menezes, entre outros - estavam presos e incomunicáveis. Lula presidiu o sindicato.
Segundo o presidente da Associação dos Metalúrgicos e Anistiados do ABC, Manoel Anísio Gomes, esses 41 sindicalistas perderam seus empregos na época da ditadura e hoje vivem de bicos. Ele afirmou que no pedido de indenização à comissão não considerou a evolução na carreira, ou seja, que tivessem direito a benefício mensal equivalente ao topo da carreira. Parte das empresas em que eles trabalharam não existe mais. Alguns metalúrgicos, porém, cobram participação no lucro das empresas que ainda funcionam, destaca Anísio:
- É uma indenização justa para trabalhadores que foram perseguidos e que, para o público em geral, não ficaram conhecidos nem tão famosos quanto outros. Mas, sem eles, as greves não teriam alcançado todos os resultados. A "peãozada" tem direito a essa reparação.
Entre os anistiados, os mais próximos de Lula eram João de Oliveira da Silva, o João Chapéu, Antenor Biolcatti e Pedro Bispo Barros. E ainda Keiji Kanashiro, que assumiu a secretaria executiva do Ministério dos Transportes no início do primeiro mandato de Lula.
Um comentário:
Militares estão a mingua
Toda vez que tem eleição falam da falta de segurança das urnas, mas nada fazem
Abriram as portas, agora qualquer cumpanheiro quer uma fatia do bolo da anistia
Só um milhão fora da escola? Não tem problema o pré sal dará um jeito em tudo, é a salvação de mais 4 anos de mandato
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