Os autoritários

TENDÊNCIAS/DEBATES – FSP - Por Fabio Giambiagi

Um dia o país precisará enfrentar os que, escudados nos "movimentos sociais", obstaculizam maior avanço rumo à modernidade.

SE ALGUM dia as reformas que vêm sendo há anos postergadas entrarem finalmente na agenda das (futuras) autoridades, será preciso que o país se prepare para enfrentar aqueles que obstaculizam um maior avanço do país rumo à modernidade, escudados nos chamados "movimentos sociais".

Sob o véu da suposta defesa dos interesses da maioria da população, o denominador comum de muitos desses grupos é o autoritarismo. Com base em uma retórica agressiva, estão na vanguarda de todos os movimentos de resistência à agenda que pretende integrar o Brasil às tendências mais modernas do mundo.

São os mesmos que lideraram o movimento em favor da reestatização da Vale, dez anos depois de ela ter sido privatizada. Que grupos são esses? Eles representam a confluência de três vetores. O primeiro é o dos intelectuais intolerantes; o segundo, o de certos grupos políticos; e o terceiro, o de grupos sindicais dedicados à administração de recursos milionários.

O primeiro grupo é representado por aqueles que enchem a boca para falar mal do famoso "neoliberalismo". Vivem fazendo discursos contra o Consenso de Washington, mas 99% deles jamais se deram ao trabalho de ler o trabalho de J. Williamson que deu origem ao termo.

A expressão máxima dessa atitude, pela qual alguns intelectuais fazem a cabeça de parte do espectro dos políticos, foi manifestada por uma das mais conhecidas lideranças políticas brasileiras, que há alguns anos se manifestou nos seguintes termos: "Em nosso partido, estamos abertos a todos. Só não cabem nazistas, racistas, delinqüentes políticos e neoliberais" ("Jornal do Brasil", 8/2/ 04). Nesse meio, ignora-se o conceito do que sejam "adversários": só há inimigos.

O segundo grupo é a constelação de partidos ditos de esquerda, originalmente romântica, mas que em linhas gerais são desprendimentos de uma mesma costela stalinista, em que delírios incompatíveis com a realidade dos dias de hoje se confundem com o apego a diversas formas de coerção.

Nas suas versões mais inofensivas, fazem barulho em passeatas. Nas formas mais radicais, seus congêneres de outros países compõem a tropa de choque do esquerdismo fascistóide latino-americano. Na Venezuela, fecham canais de televisão. Na Argentina, travestidos de "piqueteros", arregimentam capangas para -literal e fisicamente- bater na classe média quando ela vai para a rua protestar contra as políticas oficiais.

O terceiro grupo é o dos sindicalistas encastelados no aparelho de Estado e nas suas diversas ramificações, acostumados a viver das benesses do repasse de recursos públicos, em atitude que faria se virarem nos túmulos os líderes sindicais, ingênuos e modestos, que forjaram historicamente as raízes do sindicalismo autêntico, há várias décadas.

Em 2007, tive a oportunidade de ser testemunha de um exemplo do comportamento desse grupo, quando participei como expositor do Fórum da Previdência. Ao meu lado, ar de quem era dono da situação, pouco ligando para a liturgia do evento, estava o representante de uma das centrais sindicais. Defendi, na ocasião, o que tenho dito há anos: idade mínima para aposentadoria de 60 anos para os homens e 55 para as mulheres, aumento do período contributivo para 25 anos até 2031, redução da diferença entre homens e mulheres para efeito de aposentadoria ao longo de uma transição de 15 anos etc. Nada do que foi proposto pode, honestamente, ser chamado de "draconiano".

Ao concluir, quem primeiro pediu a palavra foi a pessoa citada, que começou seu discurso com as seguintes palavras: "Estou impressionado com a crueldade do professor Giambiagi".

Ao concluir, se retirou: ao chegar o momento da tréplica, eu dialogava com uma cadeira vazia. Ao voltar para suas "bases", a pessoa deve ter dito que "defendeu os interesses do povo contra a tentativa de avanço do neoliberalismo". Quanto ao problema demográfico representado pelo envelhecimento da população nas próximas décadas, dele só se ouviu o silêncio.

Não se trata de um debate entre grupos que, partindo de posições diferentes, negociam para depois chegar a um meio termo razoável. Não nos enganemos: há uma profunda raiz autoritária na atitude de todos esses grupos. Cedo ou tarde, para conquistar corações e mentes em favor das reformas, será preciso enfrentar a resistência desses grupos.

É evidente que poderá ser tentador, com o pré-sal, conservar a política do "deixa estar" e não fazer reforma alguma. Nesse caso, porém, o Brasil daqui a 30 anos será melhor que o de hoje, mas ficará aquém do país que poderíamos ser.

Fabio é mestre em economia pela é economista do BNDES e autor do livro "Finanças Públicas: Teoria e Prática no Brasil", entre outras obras.




GOVERNO REGULAMENTA QUILOMBOS
O Incra deve publicar nesta semana instrução normativa aperfeiçoando a titulação de terras quilombolas. Houve um boom de pedidos de reconhecimento de remanescentes de quilombos nos últimos anos, e o governo quer evitar que o STF considere inconstitucional a legislação em vigor. Ficarão de fora três reivindicações do movimento quilombola: reconhecimento das comunidades baseado na simples auto-declaração, sem passar pelo Incra; emissão de título de propriedade mesmo em terrenos de Marinha, como a Restinga da Marambaia; e a utilização do termo "território" para referir-se às terras ou áreas. Por Ilimar Franco com Fernanda Krakovics – O Globo




GENRO DE LULA APARECE EM GRAMPO DA PF
O vazamento de grampos de uma operação da Polícia Federal em Santa Catarina em que aparecem Marcelo Sato, genro do presidente Lula, e o deputado federal Décio Lima (PT-SC), candidato a prefeito em Blumenau (SC), fez com que o advogado dos dois pedisse à Justiça acesso ao processo, que corre sob sigilo. As conversas, divulgadas semana passada em jornais catarinenses, mostram Francisco Carlos Ramos --diretor da Agrenco Group, preso em junho na operação Influenza sob suspeita de integrar um esquema de vendas simuladas de grãos-- pedindo favores aos dois. Sato é casado com Lurian Cordeiro da Silva, filha de Lula. Nas conversas divulgadas, Ramos pede tanto para Sato como para Lima que os dois intercedam em favor de uma fábrica de biodiesel, agilizando trâmites burocráticos. Leia matéria completa aquiFolha Online




RENDA DOS 10% MAIS POBRES CAIU NO ANO PASSADO, DIZ FGV
A renda dos 10% mais pobres da população caiu 5,2% no ano passado, segundo estudo divulgado ontem pela FGV. Essa queda de renda da população mais pobre teve efeitos nos indicadores de miséria e pobreza, segundo a FGV. O número de brasileiros que cruzaram a linha da miséria foi o menor desde 2004. Assinante da Folha lê mais
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LULA DIZ QUE DEUS ASSUMIU “PUBLICAMENTE” QUE É BRASILEIRO

Lula pregou a "independência desse país" com a descoberta de petróleo na camada pré-sal, e disse que o crescimento brasileiro revelou a falta de mão-de-obra qualificada. "Quando eu deixar a presidência podem me contratar como torneiro", disse. Empolgado com o discurso, Lula disse que sua presença no Palácio do Planalto fez com que Deus decidisse se assumir brasileiro. "Deus assumiu publicamente que é brasileiro. Ele disse: 'Já que o Lula está aqui, eu vou ficar um pouquinho'."



O CÍNICO
Lula na sua esperteza diabólica insiste que "deus" o freqüenta. Puxa vida! Não é Lula que vai até "deus" (...), mas é o deus dele que desce à sua esfera de nauseabundo, pinguço, ladrão e corrupto, para protegê-lo. Não fosse pura canalhice poderíamos confundi-lo com um esquizofrênico com idéias fixas.

Lula fala em "deus" para esse povão crédulo, que acredita que só a intervenção divina pode ajudá-los a sair da miséria e, no entanto, o OPORTUNISTA nunca colocou dinheiro para construir hospitais, casas populares, presídios, para dar segurança à população. Ao contrário, Lula só não economiza quando é para pagar o MST para afrontar as leis, ou para dar bolsa esmolas em troca de VOTOS.

Esse deus que vai até Lula costuma baixar no Palácio para soprar-lhe no ouvido que ele deve mentir, trapacear, iludir, surrupiar o povo, fazer qualquer negócio para permanecer no Poder. Mais um pouco e acabo acreditando que esse deus de Lula é quadrilheiro, petista e ordinário.

O meu Deus, como o dos demais cidadãos, tem a escrita e a linguagem das águias, e não a dos porcos em regressão. Por Gabriela/Gaúcho




LULA ALFINETA KASSAB E DIZ QUE DEM NÃO TEM LADO PORQUE É OPORTUNISTAS
Em ato de campanha ao lado da candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou lenha na disputa municipal ao acusar adversários da petista de serem oportunistas. Lula afirmou que Marta é "copiada" nestas eleições e acusou o DEM, do candidato à reeleição Gilberto Kasab, de não ter lado. Leia matéria completa
aquiFolha de São Paulo



O BAIXO-VENTRE

Ora, existe o seguinte comentário nas rodas políticas: “que o prefeito Kassab é tão bom prefeito, que nem petista ousa falar mal dele.

Aí vem o "monséis" da Silva querendo acudir a “martoca” de qualquer jeito, e por não ter como acusar, chama o Kassab de "oportunista", a característica intrínseca da alma petista.

No entanto, quanto às imitações, concordamos com o senhor Lula da Silva, quando ele diz que Marta é copiada. Claro que é! Por aquele seguimento que adora pronunciar-se através do baixo ventre (postura).

No livro “O Corpo Fala" de Pierre Weil e Roland Tompakow, os ensinamentos são profundos sobre a postura e a estética do corpo, a linguagem dos gestos; uma gramática infalível e fácil de reconhecer. Tem o homem-boi (do abdômen pra baixo); tem o homem-leão (do "Torax" - aquele que age só com o emocional); tem o homem–águia (são os casos raros na política: vida mental - intelectual e espiritual -) e, finalmente, tem o homem-conjunto (consciência e domínio dos três inconscientes anteriores).

Então, por esta classificação, invejar a Marta seria invejar sua acentuação do abdômen pra baixo (aquela zona presa na adoração pela comida, pelo dinheiro farto e pelo plano sexual – sempre apontando na postura os órgãos genitais).

Só o Lula mesmo para achar que o “homem-boi” da Marta causa inveja a gente civilizada. O sujeito vive mergulhado na sombra, e acha mesmo que todos têm inveja do seu escuro universo. Por Gabriela/Gaúcho




CONTE O CASO INTEIRO, MINISTRO – Por Augusto Nunes

Em outubro de 2003, o país foi confrontado com a anatomia de uma delinqüência que, praticada 15 anos antes pelo deputado constituinte Nelson Jobim, assumiu dimensões bem mais perturbadoras ao ser revelada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim.

Com a naturalidade de quem está explicando por que prefere chimarrão a café, o parlamentar gaúcho encarregado de redigir o texto definitivo da Constituição de 1988 confessou ter infiltrado dois artigos que não foram sequer examinados pelo plenário. Se o país tivesse juízo, a reação indignada generalizada obrigaria Jobim a devolver a toga, identificar os textos contrabandeados, pedir perdão ao povo em geral e a seus eleitores em particular, voltar aos pampas e ali esperar a intimação judicial. Mas o Brasil não faz sentido. Como pôde ter sido ministro da Justiça quem faz uma coisa dessas?, berrariam milhões de suecos. Como pode alguém assim ser vice-presidente do tribunal que decide o que é ou não constitucional?, urrariam incontáveis finlandeses. Os balidos franzinos do rebanho confirmaram que o Brasil é o único país com hímen complacente.

Três dias depois de se tornar réu confesso, Jobim voltou espontaneamente ao tema, para explicar que não agira sozinho. As infiltrações ilegais, esclareceu, haviam sido encomendadas pelo deputado Ulysses Guimarães, o presidente da Assembléia Nacional Constituinte morto no começo dos anos 90. Ulysses não pôde comentar a versão que o reduziu a mandante do crime de falsificação de documento público. Sem testemunhas por perto, Jobim seguiu adiante.

Instalado pouco depois na presidência do STF, cuidou com muito zelo do escândalo do mensalão, virou amigo de Lula e, logo, ministro da Defesa. Se jamais coubera em si mesmo, Jobim não caberia num cargo só. Em um ano, acumulou sucessivamente as funções de general da selva na Amazônia, almirante e timoneiro de submarino nuclear na França e na Rússia, brigadeiro vitorioso no combate ao apagão e pacificador do Exército. É muita coisa.

Nem tanto, decidiu o espaçoso gaúcho: na quarta-feira passada, assumiu sem pedir licença a ninguém o posto de controlador-geral da imprensa brasileira. Faz tempo que o ministro ultrapolivalente anda aborrecido com a divulgação de informações que, ao pousarem nos jornais, colocam em risco a segurança nacional e a boa imagem do governo. Mas só agora descobriu que esses vazamentos antipatrióticos são produzidos pela ação conjunta de jornalistas, promotores públicos, juízes de Direito, sherloques da Polícia Federal e arapongas da Abin. A solução é acabar com o sigilo da fonte, prescreveu Jobim. A notícia não ajuda a nação? Cobre-se de quem pecou a origem do pecado.

Por enquanto, não parecem em perigo nem o segredo do confessionário nem o sigilo profissional invocado pelo criminalista Jobim para esconder o que ouviu dos clientes bandidos. Ao menos na primeira etapa, só o sigilo da fonte está na mira do homem que guardava segredos por 15 anos. Jobim pareceria mais convincente se, antes de qualquer outro, quebrasse o próprio sigilo. E contasse quais são os artigos que estupraram a Constituição.

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