O fim de cada eleição, quatro questões de imediato se impõem no cenário do dia seguinte: o grau de acerto das pesquisas, o balanço de perdedores e ganhadores, o efeito do resultado presente sobre o pleito seguinte e o chamado recado das urnas. Por Dora Kramer - O Estado de São Paulo
Antes de conhecidos os resultados do primeiro turno dessas municipais as quatro perguntas de sempre já mobilizavam o mundo político que, evidentemente, fornece as respostas de modo a compatibilizá-las com o interesse dos respectivos grupos.
Desta vez, porém, no primeiro momento houve um inusitado consenso a respeito da derrota de uma tese: a da transferência automática de votos do político popular para seus candidatos, quaisquer que sejam eles, independentemente de seus atributos pessoais.
O prejuízo, claro, foi maior para quem alimentou com mais vigor a teoria, superestimou o tamanho das próprias pernas e ousou passos além de suas possibilidades. Assim, o presidente Luiz Inácio da Silva e o governador de Minas, Aécio Neves, conseguiram construir para si fracassos desnecessários. E até inexistentes do ponto de vista objetivo.
Não tivessem inflado a expectativa dos próprios poderes, não estariam hoje ambos encabeçando o rol dos perdedores. Tanto fomentaram o mito, que acabaram vítimas, ao inverso, da profecia que cumpre a si mesma.
O presidente Lula celebrou sua capacidade de influência sobre a cabeça do eleitor por toda parte e baixou a guarda: pregou a vitória de Marta Suplicy no primeiro turno, jogou-se de cabeça, tronco e membros na eleição de Luiz Marinho, desfilou de peito aberto em Natal tentando alterar uma preferência inalterável do adversário, não organizou sua enorme "base" partidária, preferiu confiar no improviso da intuição, na força da popularidade e, com isso, em alguns lugares transformou vitórias em derrotas.
O Rio, por exemplo. O candidato de seu fidelíssimo aliado, o governador Sérgio Cabral, chegou na frente, mas o presidente não pôde capitalizar o resultado. Tinha todos, em tese, ao seu lado, e marcadamente não teve ninguém: o PT ficou de fora, bem como Marcelo Crivella, presenteado até com obras do PAC.
Todo o carnaval feito em torno da história da transferência teve um péssimo efeito sobre a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff. Até agora escorada apenas na mitologia da transposição de votos, sua consistência balança junto com a teoria. E para quê? Por um prazer fortuito de ser visto como o tal.
Em Belo Horizonte deu-se quase igual. O candidato da aliança entre Aécio e Fernando Pimentel, do PT, passou para o segundo turno, mas pareceu ter perdido a eleição. Porque se imaginava que um governador com 86% de aprovação popular junto de um prefeito com 76% de avaliação positiva fossem capazes de eleger com louvor e glamour no primeiro turno até um poste da Avenida Afonso Pena.
E talvez fossem mesmo, se não tivessem tratado o eleitor como fava contada e desfilado com ares de majestades. O desempenho de Márcio Lacerda não abala a opinião do mineiro sobre Aécio e Pimentel.
Mas mostra que é preciso levar em conta o discernimento do público e não menosprezar a capacidade do adversário. Se é para oferecer um prato feito, que seja no mínimo bem feito, preparado com requinte, a partir de ingredientes de qualidade e ótimo sabor.
Quando o produto não é escolhido com rigor, aumenta a chance de aparecer outro mais atraente e adeus fidelidade. Não há popularidade pessoal que sustente a transferência por si muito menos a qualquer custo.
No meio, há a vontade do eleitor, que pode não ser em sua maioria gente muito politizada nem bem informada, mas com toda certeza tem juízo suficiente para perceber quando está prestes a fazer o papel de massa de manobra.
Nesse caso, o perigo é a reação ao molde da esperteza: vira bicho e come o dono.
Números absolutos
Nesta, como em outras eleições, as pesquisas são postas sob suspeita por causa dos exemplos de resultados diferentes dos previstos. Desde que as consultas passaram a ser vistas como legítimos oráculos de Delfos, não há uma rodada em que não se conclua que os "institutos erraram feio".
Eles dão qualquer explicação técnica, "provam" por x mais y multiplicado por 26 ao quadrado que estava tudo previsto dentro da "margem de erro" e logo as pesquisas já recuperam seu lugar de parâmetro absoluto de medição e comportamento eleitorais.
Como eleição é resultado de expressão de vontade humana, evidentemente que os números em algum momento saem perdendo, mas esse tipo de nuance atrapalha a simplificação do raciocínio e, portanto, fica mais fácil se revoltar contra os porcentuais.
Deixemos assim. Pelo menos até que se resolva discutir o assunto sob a ótica levantada pelo candidato do PV à Prefeitura do Rio, Fernando Gabeira, e questionar a ética dos institutos que prestam serviços também a partidos e não dão publicidade ao fato.
Antes de conhecidos os resultados do primeiro turno dessas municipais as quatro perguntas de sempre já mobilizavam o mundo político que, evidentemente, fornece as respostas de modo a compatibilizá-las com o interesse dos respectivos grupos.
Desta vez, porém, no primeiro momento houve um inusitado consenso a respeito da derrota de uma tese: a da transferência automática de votos do político popular para seus candidatos, quaisquer que sejam eles, independentemente de seus atributos pessoais.
O prejuízo, claro, foi maior para quem alimentou com mais vigor a teoria, superestimou o tamanho das próprias pernas e ousou passos além de suas possibilidades. Assim, o presidente Luiz Inácio da Silva e o governador de Minas, Aécio Neves, conseguiram construir para si fracassos desnecessários. E até inexistentes do ponto de vista objetivo.
Não tivessem inflado a expectativa dos próprios poderes, não estariam hoje ambos encabeçando o rol dos perdedores. Tanto fomentaram o mito, que acabaram vítimas, ao inverso, da profecia que cumpre a si mesma.
O presidente Lula celebrou sua capacidade de influência sobre a cabeça do eleitor por toda parte e baixou a guarda: pregou a vitória de Marta Suplicy no primeiro turno, jogou-se de cabeça, tronco e membros na eleição de Luiz Marinho, desfilou de peito aberto em Natal tentando alterar uma preferência inalterável do adversário, não organizou sua enorme "base" partidária, preferiu confiar no improviso da intuição, na força da popularidade e, com isso, em alguns lugares transformou vitórias em derrotas.
O Rio, por exemplo. O candidato de seu fidelíssimo aliado, o governador Sérgio Cabral, chegou na frente, mas o presidente não pôde capitalizar o resultado. Tinha todos, em tese, ao seu lado, e marcadamente não teve ninguém: o PT ficou de fora, bem como Marcelo Crivella, presenteado até com obras do PAC.
Todo o carnaval feito em torno da história da transferência teve um péssimo efeito sobre a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff. Até agora escorada apenas na mitologia da transposição de votos, sua consistência balança junto com a teoria. E para quê? Por um prazer fortuito de ser visto como o tal.
Em Belo Horizonte deu-se quase igual. O candidato da aliança entre Aécio e Fernando Pimentel, do PT, passou para o segundo turno, mas pareceu ter perdido a eleição. Porque se imaginava que um governador com 86% de aprovação popular junto de um prefeito com 76% de avaliação positiva fossem capazes de eleger com louvor e glamour no primeiro turno até um poste da Avenida Afonso Pena.
E talvez fossem mesmo, se não tivessem tratado o eleitor como fava contada e desfilado com ares de majestades. O desempenho de Márcio Lacerda não abala a opinião do mineiro sobre Aécio e Pimentel.
Mas mostra que é preciso levar em conta o discernimento do público e não menosprezar a capacidade do adversário. Se é para oferecer um prato feito, que seja no mínimo bem feito, preparado com requinte, a partir de ingredientes de qualidade e ótimo sabor.
Quando o produto não é escolhido com rigor, aumenta a chance de aparecer outro mais atraente e adeus fidelidade. Não há popularidade pessoal que sustente a transferência por si muito menos a qualquer custo.
No meio, há a vontade do eleitor, que pode não ser em sua maioria gente muito politizada nem bem informada, mas com toda certeza tem juízo suficiente para perceber quando está prestes a fazer o papel de massa de manobra.
Nesse caso, o perigo é a reação ao molde da esperteza: vira bicho e come o dono.
Números absolutos
Nesta, como em outras eleições, as pesquisas são postas sob suspeita por causa dos exemplos de resultados diferentes dos previstos. Desde que as consultas passaram a ser vistas como legítimos oráculos de Delfos, não há uma rodada em que não se conclua que os "institutos erraram feio".
Eles dão qualquer explicação técnica, "provam" por x mais y multiplicado por 26 ao quadrado que estava tudo previsto dentro da "margem de erro" e logo as pesquisas já recuperam seu lugar de parâmetro absoluto de medição e comportamento eleitorais.
Como eleição é resultado de expressão de vontade humana, evidentemente que os números em algum momento saem perdendo, mas esse tipo de nuance atrapalha a simplificação do raciocínio e, portanto, fica mais fácil se revoltar contra os porcentuais.
Deixemos assim. Pelo menos até que se resolva discutir o assunto sob a ótica levantada pelo candidato do PV à Prefeitura do Rio, Fernando Gabeira, e questionar a ética dos institutos que prestam serviços também a partidos e não dão publicidade ao fato.
Aliados do governo, os senadores Almeida Lima (PMDB-SE), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Patrícia Saboya (PDT-CE) fracassaram na tentativa de transformar o apoio ao Lula da Silva em votos. Os três senadores nem sequer chegaram ao segundo turno. Por imposição da lei eleitoral, os parlamentares não puderam usar em seus programas a imagem do presidente. Ou seja, tiveram de dispensar no palanque o que julgavam ser a principal bandeira de suas campanhas. "Do governismo, eles ficaram apenas com o ônus, sem poder recorrer ao bônus nas votações pontuais", avalia o cientista político Paulo Kramer.
O fiasco na campanha dos senadores é, segundo Kramer, uma prova de que, nas disputas municipais, o parlamentar tem de ter algum tipo de bandeira que convença o eleitor, "tem de ter luz própria", sentencia. O professor de Ciências Políticas, João Paulo Peixoto, acredita que os senadores podem, ainda, ter sido vítimas da "distância" provocada pelo cargo e as exigências do eleitorado da cidade em que tentaram se eleger. "É possível que eles tenham sido vitimados duplamente, por não puderem apregoar proximidade com o presidente e por não estarem envolvidos nas questões municipais", afirma. Matéria completa no Correio Braziliense
O fiasco na campanha dos senadores é, segundo Kramer, uma prova de que, nas disputas municipais, o parlamentar tem de ter algum tipo de bandeira que convença o eleitor, "tem de ter luz própria", sentencia. O professor de Ciências Políticas, João Paulo Peixoto, acredita que os senadores podem, ainda, ter sido vítimas da "distância" provocada pelo cargo e as exigências do eleitorado da cidade em que tentaram se eleger. "É possível que eles tenham sido vitimados duplamente, por não puderem apregoar proximidade com o presidente e por não estarem envolvidos nas questões municipais", afirma. Matéria completa no Correio Braziliense
Lula da Silva também perdeu em sua cidade natal, Garanhuns (PE). Sua popularidade de nada serviu para o seu candidato Severino do (PP), que ficou em terceiro lugar, com apenas 11,21% da votação. O candidato do PDT, Luiz Carlos, venceu a eleição no primeiro turno, com 51,70% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou o candidato Zé da Luz, do PSB. Por Gaúcho/Gabriela
SILÊNCIO BOLIVARIANO
SILÊNCIO BOLIVARIANO
Reinou um profundo e constrangido silêncio no Palácio do Planalto com o resultado obtido por Marta Suplicy. O mesmo ambiente da segunda-feira após a derrota de Hugo Chávez no plebiscito da Venezuela. Por Cláudio Humberto
DERROTA DE LULA NOS DOIS MAIORES COLÉGIOS ELEITORAIS DO RIO GRANDE DO NORTE
DERROTA DE LULA NOS DOIS MAIORES COLÉGIOS ELEITORAIS DO RIO GRANDE DO NORTE
O vexame pessoal de Lula nas eleições municipais do Rio Grande do Norte foi maior do que se sabia até aqui. O que só agora se sabe é que Lula perdeu também em Mossoró, o segundo maior colégio eleitoral do Estado. A prefeita de Mossoró se reelegeu com 53% dos votos válidos. Fora Natal, dos outros cinco maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte (Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Ceará Mirim), o DEM ganhou em cinco, elegendo um prefeito, um vice, e fazendo parte da coligação vitoriosa em três. A governadora Vilma Maia (PSB) perdeu em quatro dos cinco. E Garibaldi Alves (PMDB), presidente do Senado, em dois. Garibaldi perdeu em Natal aliado com Vilma e o PT. Ganhou aliado com Agripino Maia em Mossoró, Parnamirim e Macaíba. Informações do site do Noblat
POVO ESTÚPIDO
Famosa pela "dança da pizza" é eleita vereadora em São José dos Campos
A ex-deputada federal Angela Guadagnin (PT), que ficou conhecida pela chamada "dança da pizza", vai voltar a exercer um cargo eletivo a partir do próximo ano. Ela foi eleita vereadora em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Guadagnin já foi prefeita da cidade entre 1993 e 1996 e deputada federal por dois mandatos consecutivos. Em 2006, dançou no plenário da Câmara para comemorar a absolvição de um colega do PT acusado de envolvimento no mensalão, coreografia que passou a ser chamada de "dança da pizza." Agência Folha
COMENTÁRIO
Embora muitos políticos aleguem que a democracia é o exercício pleno da cidadania, e que o voto é a prática desse direito, o que constatamos é o inverso do pretendido: ocorre um aprisionamento.
Cada vez mais o povo emburrecido privilegia um elenco de mirradas idéias apodrecidas. Exemplo: não se pode esperar de um desleixado bucal (desdentado), ou de um analfabeto, o entendimento de que a EDUCACÃO e a SAUDE sejam as bases para tornar um país civilizado.
Sou atraída pela liberdade, sempre respeitando os limites que a lei nos impõe – mas, daí a achar que essa “massa burra” pode conduzir os rumos do país elegendo seus “engordurados mentais” - adeptos da corrupção - é desgraça na certa. Para corrigir esse erro MORTAL seria fundamental o impedimento de certos elementos na política, teriam de fazer uma triagem firme e responsável.
A “musa gorda" do bailado da corrupção voltou! E assim vamos indo, colocando na grande concha política um engraçadinho ali, outra dezena de corruptos acolá. Os partidos políticos têm obrigação de nos oferecer cidadãos decentes para disputarem cargos eletivos, afinal, são essas criaturas que vão legislar em nome do povo. Não precisamos de BUNDAS dançantes na política, que servem para o NADA ao quadrado. O problema é que os partidos ordinários sabem que esse povo é um perigo. Por Gabriela/Gaúcho
POVO ESTÚPIDO
Famosa pela "dança da pizza" é eleita vereadora em São José dos Campos
A ex-deputada federal Angela Guadagnin (PT), que ficou conhecida pela chamada "dança da pizza", vai voltar a exercer um cargo eletivo a partir do próximo ano. Ela foi eleita vereadora em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Guadagnin já foi prefeita da cidade entre 1993 e 1996 e deputada federal por dois mandatos consecutivos. Em 2006, dançou no plenário da Câmara para comemorar a absolvição de um colega do PT acusado de envolvimento no mensalão, coreografia que passou a ser chamada de "dança da pizza." Agência Folha
COMENTÁRIO
Embora muitos políticos aleguem que a democracia é o exercício pleno da cidadania, e que o voto é a prática desse direito, o que constatamos é o inverso do pretendido: ocorre um aprisionamento.
Cada vez mais o povo emburrecido privilegia um elenco de mirradas idéias apodrecidas. Exemplo: não se pode esperar de um desleixado bucal (desdentado), ou de um analfabeto, o entendimento de que a EDUCACÃO e a SAUDE sejam as bases para tornar um país civilizado.
Sou atraída pela liberdade, sempre respeitando os limites que a lei nos impõe – mas, daí a achar que essa “massa burra” pode conduzir os rumos do país elegendo seus “engordurados mentais” - adeptos da corrupção - é desgraça na certa. Para corrigir esse erro MORTAL seria fundamental o impedimento de certos elementos na política, teriam de fazer uma triagem firme e responsável.
A “musa gorda" do bailado da corrupção voltou! E assim vamos indo, colocando na grande concha política um engraçadinho ali, outra dezena de corruptos acolá. Os partidos políticos têm obrigação de nos oferecer cidadãos decentes para disputarem cargos eletivos, afinal, são essas criaturas que vão legislar em nome do povo. Não precisamos de BUNDAS dançantes na política, que servem para o NADA ao quadrado. O problema é que os partidos ordinários sabem que esse povo é um perigo. Por Gabriela/Gaúcho
Um comentário:
Creio que em uma pequena parte do país o povo soube dar seu recado, lógico que a ignorância ainda predomina, mas diante de alguns resultados podemos ter uma pequena esperança que o cabresto pode ser cortado.
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