Não faltam esforços. O bordão "Ela está mais madura e preparada" tem sido repetido à exaustão até pelo presidente da República. Durante a campanha, a candidata petista tem-se mantido exitosamente vigilante em relação às armadilhas do destempero verbal. Admite os erros de sua gestão e busca temas para ampliar o voto além do eleitorado excessivamente periferizado de 2004. Não exibe o segundo marido, usa um guarda-roupa mais austero e não tem sido vista medindo seus interlocutores.
Nada disso foi capaz de evitar que a candidata petista chegasse às vésperas das urnas com inamovíveis 35% de rejeição. Ao disputar a prefeitura em 2004, o governador José Serra encerrou na liderança o 1º turno com apenas 15% de eleitores que o descartavam por completo. Marta, que era prefeita, chegou ao início de outubro daquele ano com o dobro desse patamar de rejeição. Não se procurem razões em sua gestão como prefeita. Marta deixou a administração paulistana com uma avaliação tão boa quanto aquela que Kassab tem hoje (48%). Sendo que a curva de rejeição de Kassab é declinante e a de Marta, sem inflexão.
Imagem não é tudo e Geraldo Alckmin está aí para provar. O ex-governador de São Paulo chega desacreditado ao final do primeiro turno desta campanha apesar de ter uma das mais baixas rejeições de toda a disputa (17%). Entre os que não o odeiam inexiste maioria suficiente disposta a votar nele.
Com a ex-ministra Marta Suplicy (PT) ocorre o inverso. Pelo menos metade daquele terço do eleitorado que vai ao 2º turno em busca de um candidato não admite votar nela. É só fazer as contas. A maior rejeição está entre os eleitores de Alckmin (62%), mas o índice também é alto no eleitorado malufista (58%) e no da candidata do PPS, Soninha Francine (39%).
Isso explica em parte porque, nas simulações de 2º turno, Kassab arrebata 70% dos eleitores órfãos de candidatos. Outra parte da explicação é que Kassab poderá ser beneficiado pela maré conservadora de um eleitorado que, satisfeito, tende a manter os atuais grupos políticos no poder municipal.
Uma terceira explicação está na própria história eleitoral da cidade. Dos cinco eleitos desde a redemocratização, dois eram malufistas (o titular, em 1992, e sua derivada, Celso Pitta, em 1996) e dois, petistas (Luiza Erundina, em 1988, e Marta, em 2000). Até o PSDB sair de sua condição de coadjuvante e vingar, em 2004, com a eleição de José Serra, em 2004, petistas e malufistas se revezaram na condição de principal cabo eleitoral um do outro.
O malufismo foi durante oito anos a melhor opção anti-petista que o eleitorado paulistano pôde encontrar e o petismo, em duas eleições, foi a alternativa que estava à mão contra a ameaça malufista. Um e outro ganharam suas eleições com a conquista do centro. Em 2004, o ocaso do malufismo e a rejeição à Marta entregaram esse centro nas mãos do PSDB.
Enquanto o Maluf dos velhos tempos faz falta à Marta, o anti-petismo ainda faz a festa do arraial demo-tucano. Associado à recalcitrante rejeição da candidata, e às poderosas máquinas municipal e estadual, poderá tornar os próximos 23 dias curtos demais para Marta Suplicy alcançar a maioria. Por Maria Cristina Fernandes é editora de Política - Valor Econômico
BC BRASILEIRO ANUNCIA SOCORRO DE $ 23,5 bilhões AO SISTEMA FINANCEIRO
Objetivo é combater os efeitos da crise internacional, que fez minguar o crédito, e possibilitar que os empréstimos continuem sendo feitos.
No Brasil, quem se endividou está refazendo as contas e quem emprestou anda preocupado. O dinheiro está escasso no mundo. O Banco Central não quer que falte crédito para as empresas e tomou mais uma medida na noite de quinta-feira (2). Trata-se de um alívio para os pequenos bancos, que tem por objetivo injetar dinheiro na economia, ou seja, possibilitar que os empréstimos continuem sendo feitos. É a segunda vez em menos de dez dias que o governo mexe nos depósitos compulsórios dos bancos. Segundo o Banco Central, a medida é temporária.
A decisão foi tomada porque está faltando dinheiro para os bancos emprestarem aos correntistas, principalmente empresários. Os bancos ficam autorizados a usar parte do dinheiro que são obrigados a deixar depositado no Banco Central – o recolhimento compulsório – sobre depósitos a prazo. Com esse dinheiro, um banco grande pode comprar a carteira de empréstimos de outros bancos menores. Na prática, vira o novo credor dos clientes. Leia matéria completa aqui, no Bom Dia Brasil
Enquanto esperam mais estabilidade no cenário mundial, os construtores usam uma fórmula mais enxuta para garantir novos negócios.
Por causa desta incerteza da Bolsa, quem tem sofrido muito são as empresas de construção. O mercado de construção sente essa crise cada vez mais próxima. As vendas de imóveis usados já caíram quase 20%, e os bancos estão mais exigentes para conceder o crédito imobiliário. As empresas de construção, por sua vez, procuram alternativas para fugir dos gastos excessivos com a compra de terrenos. Até porque, com as perdas da Bolsa de Valores, elas têm bem menos dinheiro em caixa. Evidências da recessão na economia americana marcaram as negociações na Bolsa de Valores de São Paulo, que mais uma vez despencou e fechou a quinta-feira (2) em queda de 7,34%. Leia matéria completa aqui, no Bom dia Brasil
'THE ECONOMIST' APONTA RISCOS NA AMÉRICA LATINA
A despeito das mudanças econômicas promovidas nos principais países da região nos últimos anos, a América Latina ainda é mais dependente dos Estados Unidos do que muitos supõem. A avaliação é da revista britânica The Economist, que publicou ontem, em seu site, uma reportagem sobre o impacto da crise dos EUA nas Américas do Sul e Central.
Segundo a revista, uma prova de que os laços ainda são muito próximos foi a forte queda do Índice Bovespa na última segunda-feira (dia 29), quando a Câmara dos Representantes dos EUA rejeitou o pacote de socorro do sistema financeiro apresentado pelo governo Bush. Enquanto o Índice Dow Jones perdeu 7% naquele dia, o principal termômetro da bolsa paulista caiu 9%.
Ainda assim, a Economist reconhece que alguns países da região - notadamente Brasil, México, Colômbia e Peru - estão mais bem preparados para enfrentar a crise. No caso brasileiro, a revista destaca a solidez do sistema bancário, em parte pelo fato de que as instituições financeiras do País não estavam expostas aos papéis lastreados em hipotecas de segunda linha (subprime). A outra razão é que os bancos brasileiros "não são dependentes do crédito estrangeiro".
O outro vetor de preocupação diz respeito aos preços das matérias-primas (commodities), uma vez que praticamente todos os países da região se beneficiaram das altas desses produtos. Alguns, para a Economist, sofreriam mais: Venezuela, Argentina e Equador. "O Brasil, maior economia latino-americana, parece melhor posicionado. Mas as commodities respondem por 50% das exportações, deixando-o, também, vulnerável a uma queda nos preços." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
IBAMA ADMITE PERDOAR R$256 MILHÕES DE MULTAS DO INCRA POR DESMATAMENTO
Além de receber desconto, órgão pagaria dívida em prestação de serviços - Por Catarina Alencastro – O Globo
O Ibama admite a possibilidade de fechar um acordo para perdoar a dívida milionária que o Incra tem pelo desmatamento de 223.355 hectares de Floresta Amazônica em oito assentamentos de reforma agrária no Mato Grosso. A conversão da multa, que totaliza R$256 milhões, em serviços de preservação, melhoria e recuperação ambiental, está prevista na legislação. Caso a conversão seja aceita, o Incra teria um desconto de 40% do valor e pagaria, em prestação de serviços ambientais, o valor restante.
Como se trata de governo devendo para o governo, há uma orientação do Ministério do Meio Ambiente para que o pagamento não seja feito em dinheiro, segundo explicou um funcionário do Ibama. Dono de um conjunto de áreas de floresta amazônica, o Incra poderia quitar seu débito com a cessão de algumas delas para a preservação.
Para Greenpeace, discussão sobre reforma é positiva
Para o diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, a lista dos 100 maiores desmatadores desviou o foco de que, em agosto, houve um aumento de 134% na devastação da floresta amazônica. Ele considera positiva, no entanto, a discussão do modelo de reforma agrária brasileiro. Baseado em Manaus, Adário disse que a história dos assentamentos do Brasil sempre teve a devastação como lógica.
- A política de assentamentos na Amazônia sempre, desde o regime militar, esteve ligada à destruição da floresta: agricultura e exploração madeireira. O estado não investiu em desenvolver uma cultura de promover assentamentos que vão utilizar os recursos da floresta em pé, com a colheita de fibras, raízes, e da própria madeira, de forma sustentável. Você não dá muita alternativa para o assentado, a não ser explorar a madeira - disse, reforçando que o Incra deveria aproveitar a divulgação da lista para mudar "radicalmente" o perfil dos assentamentos na Amazônia.
Três dias depois da divulgação do levantamento que coloca os assentamentos do Incra como grandes vilões da preservação da Amazônia, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) divulgou uma nota responsabilizando a instalação de latifúndios por grandes agricultores privados pela derrubada da floresta. A Contag critica ainda a falha da fiscalização do Ibama e o Incra, por procurar "inflar" sua meta de assentamentos sem oferecer às famílias condições de se desenvolverem.
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