Segurança ameaçada

O comandante do Exército, Enzo Peri, avisou que vai dispensar recrutas por falta de dinheiro. Ele cobra do governo a liberação de R$ 445 milhões, afirmando que não há dinheiro para gastos com alimentação da tropa e com a segurança das eleições, informa Ilimar Franco.

O comandante do Exército, Enzo Peri, enviou e-mail ontem para a rede de comando de sua Força informando que, por falta de recursos, haverá "comprometimento das ações destinadas à segurança das eleições municipais". Diz que recursos do TSE cobrem a operação, mas são insuficientes para garantir o apoio das organizações militares. O Exército reivindica liberação imediata de R$445 milhões, que estão contingenciados.

Exército vai reduzir expediente
O general Enzo Peri diz ainda que "informações da Secretaria de Orçamento Federal indicam que o volume de recursos (da área) a ser descontingenciado não será expressivo". Com isso, a partir de novembro, não haverá dinheiro para gastos com saúde, e serão afetados os estoques mínimos para alimentação da tropa. Haverá falta de combustível para operações, de verba para treinamentos e agravamento da situação dos estoques de munição. Para enfrentar a situação, serão tomadas as seguintes providências: licenciar, no mais curto prazo, os recrutas incorporados este ano e reduzir o expediente nas organizações militares. Coluna Panorama Político – O Globo





A FESTA DA ANISTIA NÃO PODE PARAR
Por Augusto Nunes - Gazeta Mercantil

Terminantemente proibida de atravessar o Atlântico pelo presidente Lula, disposto a tudo para manter a forasteira indesejada longe de um Brasil que passou de pobre a novo-rico em apenas cinco anos, e daqui a mais cinco estará desfrutando do vidaço de bilionário petroleiro, a crise econômica americana foi obrigada a viajar por terra. A interdição do oceano forçou o monstrengo parido pelo capitalismo ianque a enfrentar canseiras e perigos exonerados da rota marítima. Cruzou a nado o Canal do Panamá, recorreu a furtivas caminhadas noturnas na inóspita etapa bolivariana, por pouco não foi atropelada por alguma motosserra na travessia da Amazônia. A viagem só terminaria neste começo de primavera.

Na semana passada, a Bolsa de Valores e o dólar anunciaram que a crise chegou ao Brasil. Problema de George Bush, parecem pensar como Lula os tripulantes e passageiros do trem da alegria a serviço da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Tudo vai bem no paraíso tropical que o chefe criou. E anda sobrando dinheiro - reiteraram as três paradas feitas em cinco dias pelo trem pagador.

Na segunda-feira, o vagão dos metalúrgicos recolheu na estação da Câmara Municipal de São Bernardo 41 veteranos de greves, todos contemplados com indenizações que variam de R$ 100 mil a R$ 300 mil e pensões de R$ 900 a R$ 2.700 por mês. É pouco, queixaram-se os embarcados.

Se são todos heróis da resistência, por que o adjutório mensal é inferior ao de Lula, orçado em R$ 4.509? Se o batalhão dos operários do ABC lutou com tanta valentia e tanto desprendimento quanto a brigada dos jornalistas do Rio, como conformar-se com indenizações que parecem troco se comparadas aos R$ 1.000.253,24 embolsados pelo cartunista Ziraldo? "A Lei de Anistia é pouco eqüitativa", desculpou-se Paulo Abrão, presidente da comissão.

"Particularmente, discordo dos critérios que aprofundam desigualdades e não identificam quem suportou mais sofrimentos e prejuízos em razão das perseguições". A angústia de Abrão seria abrandada, nas duas paradas seguintes, por merecidos elogios à inventividade do maquinista-chefe. Na quinta-feira, ao preço de R$ 99,6 mil (fora as prestações mensais), Nilmário Miranda inaugurou o carro-leito reservado a ex-ministros de Lula.

Na sexta, durante a escala na estação da CNBB, instalaram-se no ecumênico vagão dos religiosos passageiros que nunca receberam salários ­ e viviam jurando que o caminho para o Reino dos Céus é muito mais curto para quem não tem apego a dinheiro. O pastor americano Frederick Morris (indenização de R$ 286 mil e prestações mensais de R$ 2 mil) viaja agora ao lado do arcebispo-emérito da Paraíba, dom Marcelo Carvalheira (indenização de R$ 100 mil). Entre 2002 e junho deste ano, a farra da anistia torrou R$ 2,3 bilhões com indenizações. Pensões e aposentadorias consomem R$ 28 milhões por mês. A fila de espera passa de 30 mil pedintes. Com crise ou sem crise, a festa continua. O Brasil não se espanta com mais nada.







PATRULHA SEM TERRA - Editorial O Globo


Não é a primeira vez no governo Lula que há sinais explícitos de patrulha contra alguém do primeiro escalão que divulga alguma informação ou dá declarações consideradas politicamente incorretas pelos aparelhos que ocupam espaço na máquina pública. Foi assim no primeiro mandato do presidente, quando o hoje ministro da Justiça, Tarso Genro, assumiu o Ministério da Educação com posição contrária às cotas raciais. Deixou claro o que pensava numa entrevista, e foi forçado a recuar no dia seguinte.

Agora, é o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que muito provavelmente se curvou ao ágil e poderoso lobby dos sem-terra que atua a partir do Incra e de dentro do Ministério do Desenvolvimento Agrário desde o início da Era Lula. Não se trata de segmentos da máquina burocrática do Estado brasileiro, mas capitanias hereditárias doadas ao MST e satélites.

É a única explicação plausível para o recuo de Minc na divulgação de que seis assentamentos do Incra, em Mato Grosso, lideram a relação dos cem maiores desmatadores da Amazônia, segundo levantamento do Ibama. Como, pela cartilha ideológica desses movimentos infiltrados no Estado, o pequeno agricultor é, por definição, um ser de boa índole, e ele, junto com os bons selvagens indígenas, compõe heróicas brigadas preservacionistas, os dados do Ibama foram logo contestados. E Carlos Minc voltou atrás.

Pode ter garantido sua sobrevivência política dentro do governo e do PT, mas malbaratou a Amazônia, de cuja devastação os assentamentos do Incra são de fato um dos grandes responsáveis. Como diversas reportagens, inclusive do GLOBO, já mostraram.






A NOVA POLÍCIA DO ESTADO

Para a implantação do Bepe serão aplicados R$ 27 milhões do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). O ministro da Justiça, Tarso Genro, lançou ontem o Batalhão Especial de Pronto Emprego (Bepe). O Bepe fará parte da Força Nacional de Segurança Pública, como um novo setor especializado para atuar em situações de grave crise – Foto Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr



FORÇA NACIONAL TEM SUA TROPA DE ELITE
Governo treinará 550 policiais por ano para atuar em seus Estados

O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, disse, ontem, durante o lançamento do Batalhão de Pronto Emprego (Bepe) da Força Nacional de Segurança que os policiais que serão treinados na cidade goiana de Luziânia terão acesso aos melhores equipamentos e a uma doutrina de respeito aos direitos humanos. ­ Um batalhão altamente especializado não é um batalhão da morte ­ salientou. ­ É um batalhão da preservação da vida e da dignidade humana. Inicialmente, 150 policiais dos Estados de Alagoas, Maranhão e Rio Grande do Sul participam da capacitação que terá duração de um ano. Outros 400 policiais de oito estados serão incorporados ao grupo assim que forem concluídos alojamentos para recepcioná-los. Jornal do Brasil



A “ESSÊNCIA” DAS NOVAS POLÍCIAS ( VENEZUELA/ BRASIL) É A MESMA

Na Venezuela Chávez criou sua polícia política marcando o retorno às instituições de repressão à opinião, como um aparelho antidemocrático para garantir a perpetuação do poder governamental. A desculpa que Chávez usou em 2007, foi a de que o novo sistema previa a constituição de uma Polícia Nacional "preventiva e humanista", de acordo com o governo, que deveria substituir os corpos de segurança estatais, municipais, federais e de inteligência existentes atualmente.





FARC: EUA BLOQUEIAM CONTAS DO PADRE TERRORISTA NO BRASIL


Na lista elaborada pelo Tesouro dos Estados Unidos, está incluída Liliana López, filha de 'Manuel Marulanda', e o Olivério Medina, vulgo 'Padre Camilo', representante da guerrilha no Brasil. A esposa de Medina, Ângela Slongo, é empregada no Planalto.

O diretor da Oficina de Controle de Bens Estrangeiros dos E.U. (Ofac), Adam J. Szubin, afirmou que essas pessoas prestam ajuda material à organização narcoterrorista. De acordo com o Tesouro, o trabalho dessa gente é recrutar pessoas, buscar apoio econômico e proteção para ações dos membros do grupo guerrilheiro. Eles têm representantes das FARC na Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Brasil, Peru, Equador, Venezuela, Panamá, México e Canadá.

A informação encontrada nos computadores de 'Raúl Reyes' foi determinante, segundo as fontes da Polícia, para colocar esses membros da comissão internacional das Farc - na 'Lista Clinton'.

O Padre Camilo
Atualmente está no Brasil onde goza de liberdade condicional na categoria de refugiado. Um dos requisitos exigidos ao governo brasileiro, para manter esta figura como exilado no país, era que 'Camilo' se comprometesse a não ter mais contatos com as FARC. No entanto, alguns e-mails encontrados no PC de Reys deixam em evidência que 'Camilo' quebrou seu compromisso. Matéria do El Tiempo – você continua lendo
aqui, em espanhol





O GUERRILHEIRO DA UNASUL

O curioso currículo de Rodolfo Matarollo, presidente da comissão investigadora da UNASUR enviada ao departamento de Pando, abre legítimas dúvidas sobre a seriedade e imparcialidade sobre o informe que possa fazer esta missão.

No começo dos anos 70 Matarollo integrou na Argentina o Exército Revolucionário do Povo (ERP), uma banda terrorista que provocou dezenas de mortes violentas. O ERP foi o braço armado do trotskista Partido Revolucionário dos Trabalhadores e tinha como objetivo lograr, mediante a luta armada, a tomada do poder para fazer a revolução socialista no país e estendê-la ao resto de América Latina. Considerados os antecedentes extremistas do guerrilheiro da UNASUL, o que menos podemos esperar de seu informe é verdade e justiça. Perguntamos-nos se Matarollo voltará a cantar em Pando a marcha que entoava em seus tempos de ERP: "Por la Patria Socialista/como consigna final/la etapa capitalista/para siempre morirá". Leia matéria completa
aqui, em espanhol, no Hoybolívia





EQUADOR: GUAYAQUIL REJEITA CONSTITUIÇÃO DE CORREA
Guayaquil, a cidade mais próspera do Equador, rejeitou no referendo de domingo passado a nova Constituição promovida pelo presidente Rafael Correa, confirmando seu papel de oposição e de resistência às reformas socialistas, informou nesta terça-feira a AFP. O prefeito de Guayaquil, Jaime Nebot, criticou Correa por proclamar sua vitória no referendo antes dos resultados oficiais, e destacou que se a Constituição for rejeitada na cidade, "será preciso respeitar seu modelo autonomista". Nebot anunciou na véspera sua disposição de conversar com Correa, mas destacou que não cederá em relação à autonomia.
Portal Terra

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