Que crise?

Ontem um dia negro para o mercado mundial, após a rejeição pelo Congresso dos EUA do pacote de socorro de US$ 700 bilhões. A Bovespa chegou a ter uma queda de 13,20%, foi obrigada a acionar o circuit break e interromper o funcionamento para evitar perdas maiores. Fechou em menos 9,36%. Com isso, a bolsa já despencou 40% desde maio deste ano. Em outras palavras, quem tinha R$ 100 mil em ações em maio, hoje tem R$ 60 mil. O dólar teve a maior alta em 9 anos, subiu 6% e se aproximou dos R$ 2.

Com a crise, o risco Brasil, que havia caído para 190 pontos, está chegando aos 350 pontos. O comentarista Carlos Alberto Sardenberg explica que, assim, as empresas brasileiras, ao tomarem empréstimos externos, pagam a taxa de juros dos títulos americanos, mais 3,5% ao ano, contra 1,9% antes da crise. “Para um país que necessita de capitais para novos investimentos – e que não os tem no país – a crise financeira internacional afeta , e muito”.

É bom lembrar que, em março, o presidente Lula garantiu que a crise não atravessaria o Atlântico, por conta da diversificação de parceiros comerciais. E jactou-se:

- A gente não fica dependente do dono do engenho, pois fizemos parceria com várias bodegas por aí afora.

Há alguns dias, Lula voltou a dizer que a crise era
problema do Bush. Na semana passada, em discurso na ONU, Lula repetiu a frase, garantindo que o Brasil está em boas condições de resistir às turbulências e que a crise não havia atravessado o Atlântico.

Há dez dias, questionado pela imprensa, o presidente brasileiro declarou:
- Que crise? Vai perguntar para o Bush.

E agora? Bom… em março, o presidente
Lula contou ter ligado para o presidente dos EUA e dito:

- Ô Bush, o problema é o seguinte, meu filho: Nós ficamos 26 anos sem crescer. Agora que a gente está crescendo, vocês vem atrapalhar, pô? Resolve a tua crise!

Pelo jeito o Bush não entendeu o recado. Quem sabe um segundo telefonema de Lula não resolve? Publicado por
Luiz Antonio Ryff




EMPRESAS BRASILEIRAS LIDERAM QUEDA NA BOLSA DE NOVA YORK

Em um dia de baixas históricas nos Estados Unidos, os papéis de empresas brasileiras foram destaques de queda nas bolsas americanas. Os American Depositary Receipts (ADRs) - recibos listados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) que representam ações de empresas estrangeiras - do Brasil tiveram queda média de 15%, frente a 10% do mercado, segundo índices calculados pelo Bank Of New York Mellon.

O ADR da Vale foi o mais negociado ontem entre as empresas estrangeiras e tiveram queda de 20%. Em seguida vieram os papéis da Petrobras, com baixa de 15%. Mais de 400 empresas de 50 países têm papéis listados na NYSE. Os ADRs brasileiros só perderam em baixa para os papéis de bancos europeus com problemas por conta do agravamento da crise financeira. O ADR do Fortis, que no domingo foi parcialmente nacionalizado pelos governos da Bélgica, Holanda e Luxemburgo, fechou em baixa de 47%. Já o banco alemão Hypo Real, que ontem foi vendido para um consórcio de bancos com ajuda do governo, recuou 80%, segundo dados do JP Morgan.

Os papéis de bancos brasileiros também fecharam em queda em Nova York, mas as baixas foram menores quando comparadas com bancos de outros países. O papel do Bradesco cedeu 16%, seguido pelo Itaú com baixa de 10% e o Unibanco com 8,7%. Nenhum papel brasileiro fechou em alta no pregão de ontem. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ficou com a maior queda do dia, com recuo de 22%. Os papéis brasileiros acumulam queda de 32% no ano. Valor Econômico




ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS DOBRA
O grau de endividamento dos brasileiros mais do que duplicou desde o primeiro ano do governo Lula. Segundo o Banco Central, o nível de endividamento das famílias, isto é, a relação entre crédito e massa salarial, saltou de 12,2% no primeiro trimestre de 2003 para 26,5% no segundo trimestre deste ano. O crédito tem sido, diz o BC, "determinante" para a sustentação do consumo. Utilizando nesse cálculo o conceito de massa salarial apurado pelo IBGE por meio da Pesquisa Mensal de Emprego em seis capitais, o BC concluiu também que o comprometimento de renda com o pagamento de dívidas apresentou, no mesmo período, salto de 22,9% para 31,3%. Já o serviço da dívida chegou a 30,4%. Embora a massa salarial esteja crescendo de forma significativa - 9,6% em agosto, face ao mesmo mês de 2007 -, o crédito tem crescido em ritmo ainda mais forte, o que sugere elevação do endividamento. Valor Econômico




CRÉDITO MAIS CARO E ESCASSO, O 1º EFEITO DA CRISE
Empréstimos devem ficar mais caros. Crescimento menor terá impacto em emprego. Governo sofrerá menos


Os reflexos do caos nos mercados financeiros do mundo no dia-a-dia dos brasileiros devem aparecer com mais força somente no ano que vem. Efeitos nos preços, no emprego, no salário, no investimento das empresas virão, mas os especialistas são unânimes em afirmar que o crédito será o primeiro a sofrer o baque.

O crédito tanto para as pessoas físicas como para empresas ficará mais escasso e caro. Nessa cadeia, o próximo efeito será nos investimentos das empresas. Com menos dinheiro disponível e com a desaceleração da economia mundial, os ânimos para aumentar a capacidade de produção esfriam. Assim, criam-se menos empregos e o salário vai nessa onda.

CRÉDITO PARA PESSOAS JURÍDICAS: O primeiro sinal da crise vem pelo crédito. E, antes das pessoas físicas, as empresas sofrerão o primeiro impacto. Paulo Levy, do Ipea, lembra que cerca de 18% do dinheiro que é emprestado para as empresas são captados pelos bancos no exterior. O enxugamento do crédito começará por aí, diante do medo de emprestar que tomou conta do mercado financeiro mundial.

CRÉDITO PARA PESSOAS FÍSICAS: O crédito interno está crescendo menos, em conseqüência da alta desde abril da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 13,75%. No início do ano, crescia 25%, agora esse avanço está em 19%. Os bancos devem encarecer as linhas para o consumidor e tornar os empréstimos mais difíceis.

PIB ABAIXO DE 4%: Com o mundo crescendo menos, a economia brasileira sentirá. O avanço de 6% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) no primeiro semestre não vai se repetir. Mas, entre os analistas, esse efeito surgirá somente no ano que vem. Para 2008, o crescimento acima de 5% está garantido. Para 2009, analistas estão revendo suas projeções de 3,5% em média para 3% diante do agravamento da crise.

INVESTIMENTO: O principal impulso do PIB no primeiro semestre será o mais afetado pela crise. Sem o crédito externo, as empresas serão obrigadas a abrir mão de bens para manter as operações, o que antes era garantido pelos empréstimos. Ativos, como dólares e ações, que seriam para ampliar fábricas e comprar máquinas ficarão mais escassos. Além disso, o mercado financeiro, que tem sido o instrumento para aumentar o capital das empresas e financiar o investimento, está inviável. Sem contar o ânimo dos empresários. Com o país e o mundo crescendo menos, por que investir mais?

EMPREGO E SALÁRIO: Quanto mais as empresas investem, mais empregos criam. Assim, o mercado de trabalho que tem se mostrado forte, com desemprego em baixa e salário em alta, deve encolher, mas só em 2009. Com menos oferta de vagas, haverá mais trabalhadores desempregados e o salário tende a crescer menos.

DÚVIDA NA INFLAÇÃO: O avanço do dólar tende a ter reflexos rápidos nos preços dos produtos brasileiros. Outros acontecimentos, porém, jogam para baixo os preços. As cotações de produtos agrícolas e minerais tendem a cair com o mundo crescendo menos e, assim, os preços no Brasil caem também. Os juros em alta são outro fator a limitar a inflação. Segundo especialistas, ainda não dá para saber qual efeito terá mais força.

CONTAS PÚBLICAS: Para o governo, a situação tende até a melhorar. Como o dólar disparou e o Brasil é credor nessa moeda, tanto nas reservas internacionais como nas operações cambiais, o efeito será até benéfico. Já o déficit nas contas externas ficará mais difícil de ser financiado com os investimentos estrangeiros diretos, que têm bancado o buraco no balanço de comércio de bens e serviços do Brasil com o resto do mundo. Cássia Almeida – O Globo




IMPOSTO EMBUTIDO EM PRESENTE DO “DIA DAS CRIANÇAS” CHEGA A 72%
O imposto embutido nos presentes mais procurados para o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, pode chegar a 72% do valor do produto, revela estudo divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Os videogames lideram a lista. Quem compra um Playstation, por exemplo, paga 72,18% de imposto. No caso do MP3 iPod, quase metade do valor é destinado ao pagamento de tributos (49,45%). Uma bola de futebol carrega 46,49% em impostos. Segundo o tributarista e diretor técnico do IBPT, João Eloi Olenike, "não importa a época do ano ou o motivo da comemoração, quem sempre festeja é o governo, devido à enorme carga tributária". Matéria completa aqui, no Portal RPC

2 comentários:

osátiro disse...

AH! AH! Esta mania de deitarem as culpas todas para o "capitalismo" faz da esquerda um bando de dementes.
(Cheguei aqui via Martha Colmenares).

Anônimo disse...

Oi, Osátiro

Sejas bem vindo ao MOVCC.A esquerda, meu amigo, além de demente é cansativa. A inveja deles é demolidora.