Apesar da mídia internacional já ter elegido Obama, uma pesquisa do Center for Public Leadership at Harvard Kennedy School e do Merriman River Group (apresentada na quinta-feira), mostra que 62% dos entrevistados não confiam na cobertura que a mídia americana vem fazendo da campanha à Presidência. Os americanos acham que a parcialidade da imprensa tem aparecido em diversas pesquisas ao longo do ano e, na reta final da campanha. Os eleitores parecem cada vez menos crédulos da imparcialidade dos jornalistas que, para a maioria, está ajudando Barack Obama.
As divergências entre as pesquisas de intenção de voto voltaram a esquentar a corrida à Casa Branca, com a informação do Instituto Zogby de que na sondagem realizada neste sábado o candidato democrata, Barack Obama , ficou 1 ponto atrás do republicano, John McCain , embora apareça 5 pontos à frente na pesquisa divulgada diariamente, que reflete a média dos três dias anteriores. Este último resultado coloca os dois novamente em empate técnico, já que a margem de erro é de 2,9 pontos. Em seu site , o analista John Zogby, fundador do instituto de pesquisa, chega a questionar se McCain não estaria num movimento de virada a três dias da eleição.
"A média de três dias continua estável, mas McCain superou Obama na pesquisa de hoje, 48% a 47%. Ele está começando a diminuir a vantagem de Obama entre os independentes, está agora liderando entre os trabalhadores de classe baixa, fortaleceu sua liderança entre investidores e entre os homens e está destruindo Obama entre eleitores 'Nascar' (conservadores)", escreveu Zogby, atribuindo parte do efeito a "Joe, o encanador", eleitor que interpelou Obama num comício sobre sua política fiscal e passou a ser citado por McCain para criticar os programas econômicos do adversário.
Na pesquisa divulgada diariamente, Obama teve uma ligeira queda de 1 ponto, passando a ter 49% de intenções de voto contra 44% de McCain. Outros institutos de pesquisa também dão vantagem para Obama neste sábado, como o Gallup (52% a 41%) e o Real Clear Politcs (49% a 43%). Mas John Zogby aponta um movimento de queda de desempenho do democrata entre alguns segmentos do eleitorado.
"A liderança de Obama entre as mulheres caiu, e parece que isso está acontecendo porque McCain está consolidando o apoio entre as mulheres, o que é algo que nós vimos da última vez que McCain subiu nas pesquisas. Se McCain tiver um bom dia amanhã, nós vamos eliminar o dia bom de Obama há três dias atrás, e nós poderemos realmente ver uma aproximação nessa média. Por enquanto, aguardem", escreveu Zogby.
Na pesquisa que reflete a média dos últimos três dias, o respaldo a Obama caiu abaixo da marca de 50% depois de manter-se dois dias nesse nível. O pesquisador ressalta que a maior parte da sondagem foi feita depois do comercial de meia hora do democrata que se tornou o mais caro da história política americana. Para Zogby, não há, portanto, evidência de que a propaganda pela qual a campanha de Obama desembolsou até US$ 6 milhões ajudou o candidato a garantir a vitória.
A pesquisa divulgada neste sábado consultou de terça a quinta-feiras 1.201 possíveis eleitores. O apoio a McCain nunca superou a marca dos 45% por mais de três semanas nas pesquisas de Zogby. Já Obama superou a McCain em todas as pesquisas nacionais no final de setembro. O republicano também aparece atrás do democrata em estados cruciais como Ohio, Flórida e Pensilvânia - Globo
“SE OBAMA PERDE A CULPA SERÁ SUA”
Apelação a toda prova
A campanha de Barack Obama implementa estratégia na qual voluntários visitam freqüentemente eleitores, fazem ligações telefônicas e enviam mensagens de texto para pedir que os residentes de Estados-chave considerados republicanos não deixem de votar. O democrata investe milhões em anúncios para se fazer presente em todo o território nacional. Sua propaganda de 30 minutos na quarta-feira foi vista por 33,6 milhões de pessoas. A MoveOn.org - empresa que ajuda os democratas na estratégia online - tem enviado vídeos com a mensagem de que, se Obama perder, a "culpa será sua". O vídeo mostra uma falsa transmissão de TV revelando o nome de uma única pessoa cujo não comparecimento no dia da eleição levou à vitória de John McCain. Estadão
O presidente de Cuba, Raúl Castro, fará em dezembro, ao Brasil, sua primeira viagem internacional desde que assumiu a chefia do governo em julho de 2006. Ele aceitou o convite do Lula da Silva para participar da primeira reunião em que só estarão presentes países da América Latina e Caribe. Na quinta e na sexta-feira, durante os dois dias de visita de Lula a Cuba, Raúl Castro sempre acompanhou o presidente brasileiro.
Quando caminhava com Lula perto de um quartel feito por Che Guevara e se dirigiam para ver a parte velha de Havana, Castro perdeu a paciência com os jornalistas, que dificultavam a passagem. "Ô povo indisciplinado", afirmou, e jogou a mão para o ar. Acabou atingindo o olho direito de Lula. Ao perceber, Castro passou a mão na cabeça do brasileiro, enquanto Lula apertava o olho. Antes, ao ver o batalhão de repórteres e fotógrafos, Castro reivindicou: "Quero liberdade de locomoção".
Na sexta-feira, durante solenidade em que a Petrobrás assinou convênio com a Cuba Petróleo para fazer prospecção no mar, Raúl Castro esqueceu-se de seu passado de ateu. "Somos um dos três países do Golfo do México. Estados Unidos têm petróleo, México tem petróleo. Não é possível que Deus seja tão injusto que só não dê petróleo a Cuba", disse.
Na quinta-feira, no Palácio das Convenções, onde funciona o Congresso, Castro sugeriu ao brasileiro que, com ele, fizesse "cara" de parlamentar da União Européia, para que os fotógrafos registrassem a cena. Quando um fotógrafo pediu que os dois repetissem o gesto de aperto de mão, Raúl Castro tornou a resmungar: "Depois dizem que somos a ditadura do proletariado. Vivemos a ditadura do protocolo".
Ao se despedir de Lula, no aeroporto de Havana, Castro comentou que o Brasil é gigantesco, com 192 milhões de habitantes. E previu que o crescimento demográfico vai zerar logo, porque, segundo ele, "as mulheres não querem mais trabalhar, no sentido da maternidade". Lula emendou: "As brasileiras trabalham". Estadão
ANÚNCIO DA VISITA DE AMORIM AO IRÃ CRIA MAL ESTAR COM ISRAEL
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chega amanhã a Teerã, onde se reúne com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. É a primeira visita de um chanceler brasileiro ao Irã em 17 anos. Além de cumprir agenda comercial, o ministro vai acertar os detalhes da primeira visita de Estado de Ahmadinejad ao Brasil em 2009. O anúncio da viagem incomodou a diplomacia israelense.
Em reação, a Embaixada de Israel em Brasília disparou por e-mail várias notas criticando o governo iraniano. "Ahmadinejad fala e age como se fosse o novo líder do Terceiro Mundo. O Irã está se preparando para ser o líder do "Eixo do Mal" do Oriente Médio", diz uma das mensagens. Questionado, o chefe interino da embaixada israelense, Raphael Singer, admitiu o mal-estar. "Estamos um pouco incomodados com o "timing" dessa visita, pois Ahmadinejad voltou a pregar que Israel seja varrido do mapa. É um líder anti-semita", disse Singer à Folha.
O Itamaraty não quis comentar as declarações. O embaixador iraniano em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, confirmou os acertos para a visita de Ahmadinejad, que busca se aproximar de Lula para avalizar internacionalmente o seu programa nuclear, que diz ser civil e pacífico, como o do Brasil. Folha UOL
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