Temendo onda de pessimismo, governo fará campanha publicitária para dizer que país está preparado para crise. Por Chico de Gois, Gustavo Paul e Luiza Damé O Globo
Lula reuniu 36 de seus 37 ministros - o maior gabinete da História do país - para unificar o discurso do governo na crise. A principal decisão: fazer uma campanha publicitária.
O temor é que uma onda de pessimismo contamine os consumidores, esfriando ainda mais a economia em 2009. Nesse sentido, o governo vai lançar, a partir do dia 10, uma propaganda no rádio, TV, jornais e internet para tentar convencer a população de que não há motivos para pânico nem para deixar de consumir.
A peça publicitária - que terá como slogan "o mundo aprendeu a respeitar o Brasil, e o Brasil confia nos brasileiros" - vai mostrar o efeito dominó que traduz o consumo: ao comprar um produto, o cidadão gera emprego, movimenta a economia e faz o país crescer. A propaganda enfatizará que o governo tomou medidas consideradas acertadas ao diversificar, por exemplo, seu comércio exterior. O recado dado pelo presidente Lula, é que a atual administração não tem qualquer responsabilidade pela atual turbulência econômica:
CRESCIMENTO DO BRASIL VAI CAIR PARA 3% EM 2009, PREVÊ OCDE
O crescimento econômico do Brasil vai cair para 3% no próximo ano, quase a metade do avanço de 5,3% a ser registrado em 2008, prevê a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório divulgado nesta terça-feira, 25, em Paris. "A atividade deve perder ímpeto no primeiro semestre de 2009, devido ao atual aperto de crédito, mais vai recobrar a força perto do final do ano e em 2010", afirma o documento da entidade. Estadão
PAISES RICOS PERDERÃO 8 MILHÕES DE EMPREGOS, DIZ OCDE
A atual recessão econômica será "sem dúvida a mais grave desde o início dos anos 80 e provocará forte aumento do desemprego", afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório Perspectivas Econômicas, divulgado nesta terça-feira. Leia material completo no Globo Online
POR QUE O LULA TEM MEDO DO JOSÉ SERRA?
Porque Serra se comporta como um Presidente da República, e Lula NÃO
O maior medo de Lula é que a crise econômica tenha um impacto fulminante sob o governismo, nas eleições de 2010. Isso, sem falar que José Serra, governador de São Paulo, é o potencial candidato à presidência, a mais séria das ameaças às pretensões do lulismo.
Por isso, Lula vai começar a gastança com publicidade, tentar enganar e convencer os pobres de que a crise é mesmo uma marolinha. Mas isto, é formula vencida que já não mais produz efeito. Ficar subestimando a capacidade dos pobres, eternamente, é uma receita que tem data de validade. Vide o Chávez.
O que os brasileiros, inevitavelmente, começam a perceber é a real incompetência do governo para responder às questões urgentes; o povo começa a se dar conta do quanto as decisões de Lula penalizam os trabalhadores e aposentados, além de outros tantos descasos com a população, em geral. Portanto, de nada adiantará a campanha de Lula para tentar tirar “o seu (o dele) da reta”, tampouco conseguirá convencer os brasileiros a gastarem, diante da eminência do desemprego. Os ingênuos, finalmente, começam a deixar de sê-lo.
LULA OFERECEU UM MINUTO DE SILÊNCIO
Ontem, enquanto o Lula pedia um minuto de silêncio em respeito às vítimas das enchentes em SC, durante um evento em Brasília, os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, já tinham enviado helicópteros para resgatar as vítimas em SC. Também os Estados do PR e do Rio Grande do Sul, todos empenhados em acudir os catarinenses.
Somente hoje, terça, (25), é que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e técnicos do Ministério da Saúde deverão chegar ao Estado de Santa Catarina, praticamente já soterrado na lama e encoberto pelas águas. Mas também esperar o quê, do Lula? Quem não se lembra do acidente da TAM? O presidente levou três dias para se pronunciar a Nação, pela TV, alegando problemas com terçol.
Uma nota tímida publicada no jornal o Estado de São Paulo, de hoje, assinada pelos jornalistas Vitor Hugo Brandalise, Evandro Fadel e Mônica Cardoso, informa que o governo federal também está enviando auxílio ao Estado de Santa Catarina. Que a Força Aérea e Exército foram acionados, e que também colaboraram, enviando quatro helicópteros e equipes de resgate para o alto do Vale do Itajaí-Açu. Por Gaúcho/Gabriela
AJUDA FINANCEIRA
Os interessados em colaborar podem depositar qualquer quantia nas contas do Banco do Brasil (agência 3582-3, conta corrente 80.000-7) ou Besc (agência 068-0, conta corrente 80.000-0) – Estado de São Paulo
CHUVA MATA 63 EM SANTA CATARINA
Por Juraci Perboni O Globo
Número de vítimas pode ser ainda maior; oito cidades estão totalmente isoladas. Cerca de 42 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. Os deslizamentos de barreiras provocaram interdições em 18 rodovias, e a mais atingida é a BR-101. Oito municípios estão isolados. O abastecimento de água, luz e gás está prejudicado.
Pelo menos 63 pessoas morreram em conseqüência das chuvas que castigam Santa Catarina desde sexta-feira passada. Oito cidades estão isoladas, e dezenas vivem o caos completo, sem energia elétrica, sem fornecimento de água, sem gás, e com ruas alagadas, casas destruídas, estradas interditadas, além de desabamentos sem fim. O número de desabrigados já passa de 14,5 mil pessoas, segundo a Defesa Civil, e outras 28,5 mil pessoas estão desalojadas. Há quatro meses a chuva castiga o litoral, o Vale do Itajaí e o Norte de Santa Catarina, mas desde sexta-feira a situação se agravou. Apenas ontem, a Defesa Civil localizou 43 corpos.
Das vítimas, 62 morreram soterradas, e uma se afogou. O município que mais registrou mortes foi Ilhota (15), seguido por Blumenau (13). Os oito municípios isolados são Luiz Alves, São Bonifácio, São João Batista, Rio dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoá e Benedito Novo.
- Santa Catarina enfrenta a pior tragédia climática da história. É uma crise que precisa de união de todos - disse o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), após reunião com o secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Costa Guimarães.
Pessoas ainda ilhadas, à espera de socorro
O município com maior número de mortes é Ilhota, com 12 mil habitantes, no Vale do Itajaí, onde 15 pessoas foram soterradas. O prefeito Ademar Felisky diz que o cenário é de tragédia:
- No outro lado da margem do Rio Itajaí-Açu, as pessoas estão ilhadas, e não temos condições de chegar até lá. Antes, a travessia era feita por balsa, mas a correnteza do rio impede a chegada até lá. Muitas famílias, para enterrar seus mortos, estão fazendo caixões com pínus em casa.
Um cemitério ameaça desabar sobre casas na região central de Blumenau após as fortes chuvas registradas nos últimos dias. De acordo com o alerta feito pelo administrador do local, cerca de 70 jazigos podem descer se houver, nas próximas horas, deslizamento do morro onde ficam as sepulturas.
Um comentário:
"Ele (Lula) foi rápido e pródigo para editar uma MP mandando comida a Cuba. E agora, nem mesmo uma palavra se ouve do presidente sobre o drama de milhares de catarinenes" - deputado federal Paulo Bornhausen (DEM-SC)
Postar um comentário