Brasil faz bonito no ranking fora-da-lei

Na cabeça do brasileiro, o segundo lugar é o primeiro dos últimos, ensinou o piloto Nelson Piquet, duas vezes campeão mundial da Fórmula-1. No país que só festeja o vitorioso, é isto ou aquilo. É a taça ou o fiasco. O aplauso ou a piada. A ovação ou a vaia. A medalha de ouro ou o nada. O topo do ranking ou as profundezas do inferno. Um vice não merece festa. E qualquer coisa abaixo disso é motivo de vergonha nacional, notícia a confinar em cantos de página, desastre a esquecer. Melhor fazer de conta que nem aconteceu.

Essa megalomania sem pé nem cabeça já não se restringe a esportes praticados em público, sugere o descaso com que foi tratado pela gente da terra um acontecimento histórico: neste começo de dezembro, o Brasil subiu para a quinta colocação no ranking dos 10 países mais corruptos entre os 22 mais ricos do mundo. A avaliação é feita pela ONG Transparência Internacional, idealizadora da competição, que atribui aos concorrentes notas de 0 a 10. Quanto menor, maior é a roubalheira. A nota 7,4 conferida à corrupção verde-amarela fez justiça a uma performance extraordinária.

Pela primeira vez, o Brasil empatou com a poderosa Itália, várias vezes campeã, e derrotou rivais do calibre de Taywan e Coréia do Sul. Só não superou as potências do G4: Rússia (5,8), China (6,5), México (6,6) e Índia (6,8). Nada disso pareceu impressionante aos olhos sempre exigentes da nação. A cobrança é a mesma, seja qual for a modalidade. O País do Futebol é tão rigoroso com a seleção de Dunga quanto com a equipe que representa a pátria em campeonatos fora-da-lei.

A corrupção nasceu com o Descobrimento, mas só neste começo de século o Brasil assimilou os fundamentos necessários a quem pretende brilhar na ladroagem de alto rendimento. Desde sempre, como no atletismo e em outros esportes olímpicos, o país dependeu do talento individual dos campeões de nascença, que seriam vencedores mesmo se viessem ao mundo pelo Haiti. A roubalheira em equipe, mais complexa e mais eficaz, também é bem mais recente. Estreou oficialmente em 1993, quando emergiram dos porões do Congresso os "Anões do Orçamento", assim batizados em homenagem à baixa estatura e alta periculosidade.

A quadrilha formada por deputados de distintos partidos mostrou como se age em grupo, e em parceria com prefeituras e empreiteiras. O tamanho do roubo e a inventividade dos álibis avisaram que a bandidagem ficara mais atrevida. O parlamentar pernambucano João Alves, por exemplo, atribuiu à sorte os milhões que lhe caíram repentinamente no colo: acertara 221 vezes na Loteria Federal.

A chegada da corrupção brasileira aos tempos modernos consumou-se em julho de 2005, com a drenagem do pântano do mensalão. Em perfeita afinação, agora jogavam juntos delinqüentes recrutados em todos os poderes e na iniciativa privada. O Executivo cedeu artilheiros em ação nos ministérios e nas estatais. O Legislativo contribuiu com dribladores veteranos ou em ascensão. O Judiciário escalou os juízes mais clementes. O presidente da República fez de conta que não viu nem a fase de treinos. Apoiada por banqueiros e publicitários, a multidão de corruptos deixou claro que podia jogar de igual para igual com os piores adversários.

O quinto lugar no ranking ficou de bom tamanho, mas a turma já pode sonhar com a liderança, informaram dois casos de polícia recentíssimos. A captura do mensaleiro com euros na cueca avisou que a turma vai voltando à rotina do pecado. A descoberta da quadrilha chefiada pelo presidente do Tribunal de Justiça capixaba provou que até desembargadores entraram em campo. É só questão de tempo. A taça vem aí. Por Augusto Nunes Gazeta Mercantil –




BRECHA PARA O TERCEIRO MANDATO?

Comissão da Câmara aprova extensão de mandatos e fim da reeleição.


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou nesta terça-feira o parecer favorável do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) que propõe o fim da reeleição para titulares dos Executivos federal, estadual e municipal e a extensão de seus mandatos para cinco anos. Foram retiradas do texto três propostas de emenda constitucional que poderiam abrir brecha para reeleições sucessivas do chefe do Poder Executivo. Agora, o texto segue para uma Comissão Especial da Câmara, onde os deputados terão liberdade para apresentar emendas e sugestões ao parecer de Cunha.

"O problema do DEM e do Caiado é que eles precisam ir a um centro espírita para resolver o problema do medo, dos fantasmas. Eles têm de resolver isso em outro espaço que não é aqui", ironizou João Paulo, ao comentar a reação do DEM sobre as três emendas constitucionais que, na avaliação do partido, abriam brecha para um eventual terceiro mandato de Lula. Leia mais no
Estadão



COMENTÁRIO
O único fantasma do qual todos temos medo, sr. deputado ( até porque, infelizmente, não se trata ainda de uma alma desencarnada) é da quadrilha dos 40 mensaleiros - que não abrem mão de desfilar com as cuecas recheadas e, muito menos, de atuarem na vida política do país, advogando causas em favor de “ali babá”.

Mas concordo, sr deputado, que todos nós devemos ir urgente ao “centro espírita”. Quem sabe, com o apoio das “entidades do além”, com reza brava e muita vela, a gente não consegue despachar a canalha para o inferno? Por Gaúcho/Gabriela




ESTADO POLICIALESCO
Sindicato classifica atitude de monitorar clientes com agentes sem farda de fascista

Os donos de bares e restaurantes de Brasília reagiram à notícia de que seus estabelecimentos têm sido visitados por policiais disfarçados de clientes. A estratégia da Polícia Militar para apoiar a fiscalização da lei seca do trânsito. O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes (Sindhobar), Clayton Machado classificou de fascista e de bravata a estratégia do BPTrans. “A sociedade tem que abrir o olho. Estamos vendo o retorno da ditadura”, disse. “Já não basta a fiscalização na porta do bares, agora a polícia tem que estar dentro dos estabelecimentos?”, questionou. O presidente do Sindhobar definiu os policiais que ficam escondidos vigiando os clientes dos bares de espiões. Matéria completa no
Correio Braziliense




NO RIO, 25% DAS INDÚSTRIAS PREVÊEM CORTES
Um quarto das indústrias do Rio de Janeiro espera encerrar 2008 com redução nos quadros de funcionários, de acordo com uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com 121 indústrias que empregam mais de 85 mil trabalhadores.

O quadro deve se agravar ainda mais no começo de 2009, alerta o economista Hélio Zylberstajn, presidente do Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho (Ibret). "Desde outubro, pelo menos, o mercado de trabalho já acusa a chegada da crise. Até o fim do ano, o quadro ainda deve permanecer estável, mas a partir de janeiro, com o período de demissões sazonais, vai ser difícil recuperar as perdas", avalia Zylberstajn, que também é professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP). De acordo com a pesquisa da Firjan, 25 % das indústrias já reduziram turnos ou concedeu férias coletivas. Por Gabriel Costa assinante lê mais na
Gazeta Mercantil.




INDÚSTRIA PAULISTA DEMITE 34 MIL
A indústria de transformação paulista demitiu 34 mil pessoas em novembro, apontou levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgado ontem. Os setores que mais fecharam postos de trabalho em novembro foram o de couro, artigos de couro e calçados, com queda de 3,30%, borracha e plástico (-2,78%), veículos automotores (-2,04%).

Pessimismo
As expectativas dos empresários paulistas nunca estiveram tão deterioradas como na primeira quinzena de dezembro. O sensor Fiesp ficou em 34,2 pontos nos primeiros quinze dias deste mês, o pior resultado da série histórica da pesquisa iniciada em junho de 2006. Foi também a primeira vez que o sensor ficou abaixo dos 40 pontos - o indicador varia de 0 a 100 pontos, sendo que números acima de 50 indicam otimismo e notas abaixo desse nível demonstram expectativas negativas. Leia mais no
Portal G1

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