Diplomacia das sombras – Olavo de Carvalho

AGENDA E FACTÓIDE

A aprovação, na CCJ da Câmara, da constitucionalidade da emenda que acaba com a reeleição foi um factóide natalino.

Com o fim do recesso, em fevereiro, o governo Lula enviará proposta de reforma política com cinco projetos de lei, um projeto de lei complementar e uma emenda constitucional. Nenhum dos projetos prevê o fim da reeleição. Eles estão na Casa Civil. Prioridade para financiamento público e para o voto em lista. - Panorama Político - Por Ilimar Franco – O Globo



A frase que escolhemos: “Quem está aqui não quer sair” - Lula - sobre a confortável cadeira de presidente da República, na semana passada. Talvez, isto justifique o "chilique" da arrumação do Palácio.





DIPLOMACIA DAS SOMBRAS
Lula coordena o jogo de aparências da subversão latino-americana: seduzir os capitalistas com uma conversa suave, enquanto aumenta até o extremo limite do possível o poder político do movimento comunista. – Por Olavo de Carvalho

Monroe deve estar rolando no túmulo, comentou Julia Sweig, diretora do programa latino-americano do Concil on Foreign Relations (CFR), ao saber que os EUA tinham sido excluídos do encontro de chefes de Estado da América Latina na Costa do Sauípe, BA. A famosa doutrina de 1823, que colocava o continente fora dos limites de ação dos poderes europeus e fazia dele uma área de influência dos EUA, está morta e enterrada.

É o resultado inevitável da política adotada pelo presidente George W. Bush, de tentar seduzir a esquerda moderada latino-americana para fazer dela um muro-de-arrimo contra a avalanche do esquerdismo revolucionário.

Praticamente não houve nos altos círculos de Washington, na grande mídia americana e no próprio CFR quem não achasse essa política o cume da sabedoria diplomática universal. Os democratas só reclamavam – um pouquinho - que ela não era esquerdista o suficiente. Os republicanos reagiam com desprezo e impaciência a qualquer tentativa de apontar a sua falha fundamental.

Celebrado pela esquerda como amostra de "independência", o afastamento do continente em relação aos EUA não é nada disso: é a submissão integral e descarada à estratégia expansionista de russos, chineses e iranianos.

Nos últimos anos, o presidente chinês Hu Jintao passou mais tempo na América Latina do que George W. Bush, intensificando as relações comerciais e diplomáticas com vários países do continente. Mahmud Ahmadinejad já está convidado a visitar o Brasil e os navios russos vão fazendo alegremente manobras conjuntas com os da Venezuela, numa área onde isso seria impensável uns anos atrás.

A penetração russa e chinesa nos negócios do Brasil através de uma infinidade de testas-de-ferro é impossível de medir, mas, em geral, onde você lê Espanha deve entender Rússia. O reingresso de Cuba na comunidade latino-americana, sem oferecer em troca nenhuma concessão na área dos direitos humanos, foi celebrada pelo presidente Lula como justificativa cabal para o encontro, mesmo que ali não se resolvesse mais nada.

Lula, no qual George W. Bush apostou como um instrumento essencial da diplomacia americana para conter o avanço do comunismo continental, é ele próprio, hoje como desde a fundação do Foro de São Paulo em 1990, o grande articulador da subversão latino-americana.

Se, ao mesmo tempo, ele fomenta a economia de mercado e o livre comércio internacional, segue nisso a mesma orientação de russos, de chineses e de todo o movimento comunista internacional: adiar sine die a socialização dos meios de produção e usar o próprio crescimento capitalista como via para a construção do poder político esquerdista global. O que Lenin fez na Rússia está sendo agora aplicado em escala mundial: seduzir os capitalistas com uma conversa suave enquanto se aumenta o poder político do movimento comunista.

Acostumado a fazer as análises e previsões mais acertadas e a vê-las recebidas com sorrisinhos de desdém e afetações de superioridade olímpica – emblema clássico da imprevidência beócia -, lembro-me de que ainda em 2005, quinze anos depois da fundação do Foro de São Paulo, já então o senhor quase absoluto da política continental, a ilustradíssima assembléia do CFR se recusava a acreditar até mesmo na existência da entidade.

Um dia, daqui a trinta ou quarenta anos, saberemos se essa demonstração de cegueira foi fruto da estupidez genuína ou da ação esperta de intelectuais iluminados. A política, é certo, é um jogo de aparências. Mas ninguém pode manipular aparências se não permanece fora delas, ancorado no chão da realidade.

No fim das contas, aqueles que se acostumam a viver de aparências acabam se infectando de um horror sacrossanto à realidade: sua ostentação vaidosa de realismo, maturidade e sabedoria prática é uma pantomima grotesca que encobre a sua total incapacidade de ação eficaz, ao mesmo tempo que os investe do poder ilusório de manipular sombras dentro de sombras, transmutados em sombras eles próprios.
Diário do Comércio

7 comentários:

Herow disse...

Só tenho uma palavra a dizer: BIZARRO

Anônimo disse...

Por que será que chilique de ex-pobretão tem quer apoteótico?

Anônimo disse...

comprem, comprem, comprem!!!!!! Inadimplência dos consumidores atinge maior nível desde 2003. O negócio do Lula é transformar o país numa sucursal das Casas Bahia.

Anônimo disse...

Have a wonderful Christmas. May god bless our family.

Merry Christmas

Anônimo disse...

Jonalyn

Merry Christmas for you and all your family also

Anônimo disse...

Depois dessa porcalhada no poder, nunca mais seremos os mesmos.

Um abraço a vocês todos do Vigília.

Feliz Natal !

Anônimo disse...

Meus caros amigos!

Apesar de toda essa turbulência em que nosso país se encontra, desejo aos amigos desse blog, que continuem a luta em 2009.

Saudações democráticas!