Incra fez entrega da Estância do Céu e de outras áreas na Campanha, que servirão para assentar 590 famílias
Em um golpe simbólico de foice, o MST abriu a porteira da Estância do Céu, em São Gabriel, e tomou posse da área considerada um símbolo da resistência ruralista contra as invasões.
Sob o sol impiedoso da manhã pampeana de ontem, os assentados comemoravam a conquista de quatro áreas em São Gabriel e uma em Santa Margarida do Sul com foguetes, bandeiras e rituais, como a lavragem e a semeadura de um pedaço de terra. Só na Estância do Céu, que será chamada de assentamento Conquista do Caiboaté, ficarão cerca de 300 famílias. Desde 2003, a terra era motivo de embate entre os sem-terra e fazendeiros da região.
– Hoje é a nossa primeira colheita – comemorava Jane Fontoura, uma das lideranças do MST.
No total, o Incra fez ontem a entrega oficial de 9,2 mil hectares em São Gabriel e Santa Margarida do Sul para 590 famílias. A área equivale a 18,5% do território de Porto Alegre.
O dia ainda reservaria mais surpresas para os sem-terra. Na cerimônia, o ministro do Desenvolvimento Agrário, o gaúcho Guilherme Cassel, anunciou que, nas próximas semanas, mais seis áreas serão compradas pelo governo. Serão cerca de 10 mil hectares em São Gabriel e outros municípios da Campanha, onde devem ser assentadas mais 720 famílias.
PREFEITO SE PREOCUPA COM INCHAÇO DE POPULAÇÃO
O presidente do Sindicato Rural de São Gabriel e vice-presidente da Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul (Farsul), Tarso Teixeira, lamentou a notícia dada por Guilherme Cassel e descartou qualquer manifestação dos produtores rurais.
– Não podemos impedir os donos de terra de vendê-las ao Incra. Muita gente faz isso porque (a terra) agora está valorizada, mas, daqui um tempo, as áreas de São Gabriel perderão valor. Haverá só um comprador, o Incra. Ninguém quer ser vizinho de assentamento – disse.
O anúncio do ministro pegou de surpresa o prefeito eleito de São Gabriel, Rossano Gonçalves (PDT), conhecido desafeto do MST. Apesar de garantir que, na condição prefeito da cidade, fará sua parte para assegurar o acesso dos assentados aos recursos federais, ele se mostrou preocupado.
– Sabíamos, pelo presidente do Incra, que seria um total de 612 famílias assentadas em São Gabriel. O que não pode é ocorrer um inchaço da população de uma hora para a outra. Isso comprometeria o bom funcionamento dos serviços públicos. Vamos cobrar os recursos do governo, sim, porque o orçamento de São Gabriel já é pequeno para a atual população – destacou. Por Bruna Porciúncula – Jornal Zero Hora
OS DESAFIOS DO MST
A instalação de assentamentos pelo INCRA na região de São Gabriel transformou o MST de estilingue em vidraça.
Até então, os líderes do movimento usaram como argumento político para avançar sobre as terras dos pecuaristas a afirmação de que eles eram improdutivos. Os fazendeiros tiveram de provar que não eram, principalmente um deles, Alfredo William Southall, 69 anos, dono da Estância do Céu, que vendeu parte da propriedade para o Incra. A pressão dos sem-terra, aliada à crise financeira global que provocou paralisação dos projetos de florestamento em São Gabriel, transformou o Incra no grande comprador de terras o que resultou na consolidação dos assentamentos nas área.
Mas a disputa política entre o MST e os fazendeiros está longe de terminar. Agora são os pecuaristas que irão ficar de olho nos índices de produtividade dos assentados e irão usá-los como munição na disputa pelas terras da fronteira. Chegou a vez do MST provar que a reforma agrária gera produção, empregos e estabilidade econômica na região, como afirmavam na época em que disputavam as terras com os pecuaristas de São Gabriel. Por Carlos Wagner do Jornal Zero Hora
COMENTÁRIO
E desde quando existe algum plano de meta de produtividade para assentamentos do MST? Como cobrar dessa gente, se o governo que promove a conjuração contra o campo não estabelece que plantem um pé de couve sequer?
Essa gente é desobrigada de qualquer coisa. A função deles é apenas invadir e ameaçar. Depois, entra o governo desapropriando e encampando as propriedades para o Estado. O Fidel fez a mesma coisa em Cuba.
Meta de produtividade, inclusive, cada vez mais severa e impossível de ser cumprida, só para os que trabalham e produzem na terra. Aliás, ela não passa de um instrumento para sustentar a expropriação de terra. Ela (a meta de produtividade) serve de argumento para o MST, que adquiriu poderes de polícia, julgar ao seu bel prazer se uma fazenda é ou não produtiva. E invadir!
São Gabriel, infelizmente, se tornará cada vez mais insegura, lotada de bandidos e vagabundos desocupados perambulando pela cidade e infernizando a vida da população. Basta ver o que acontece nos demais acampamentos do MST, pelo Brasil. Nenhum deles funciona. Mas a gente sabe que a intenção do governo é outra.
Como eu gostaria de ver o Lula, o Stédile, Zé Rainha, os petistas em geral, e todos os líderes do INCRA e demais órgãos do desgoverno, recebendo como castigo a sentença de se alimentarem, única e exclusivamente, com o alimento produzido pelos assentados do MST. Estaríamos livres de todos eles em pouquíssimo espaço de tempo. Por Gaúcho/Gabriela
FAZENDEIRO E AGRÔNOMO SÃO ASSASSINADOS NO PARAGUAI
O empresário agrícola argentino Esteban Andreoli, dedicado ao cultivo de soja e à criação de gado, foi assassinado por desconhecidos dentro da sua propriedade “Marangatu” ao noroeste de Assunção, capital do Paraguai. Um engenheiro agrônomo paraguaio que trabalhava na fazenda também foi morto. O assassinato de Andreoli e do agrônomo ocorreu dias após uma marcha de protesto dos empresários agrícolas paraguaios, que exigem maior segurança do governo. “Estamos cansados deste cenário de violência”, reclamou Héctor Cristaldo, presidente da União dos Grêmios para a Produção. Portal RPC
PICHADORES VAGABUNDOS!
Nem íamos perder tempo falando dessa criatura estúpida que foi presa por emporcalhar o espaço público, e que ontem conseguiu um habbeas corpus para responder ao processo em liberdade. Mas ao vermos esta foto publicada na UOL, impossível não lamentar pela equivocada decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Ao recorrer às notícias do dia, eis que nos deparamos com uma informação publicada na Folha, dando conta de que seu caso provocou reações inclusive em Paulo Vannuchi (o ministro dos “direitos dos manus”), o famoso defensor da delinquencia. E que isto teria repercutido no governo de São Paulo, infelizmente.
Na matéria da FSP (para assinantes): “Caroline Pivetta (já na casa dos trinta), fazia parte de um grupo que, no dia 26 de outubro, durante a 28ª Bienal de São Paulo, pichou as paredes do chamado "andar vazio" do prédio projetado por Oscar Niemeyer, no parque Ibirapuera. O grupo de pichadores também quebrou uma vidraça. Na denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo, Caroline é acusada de se associar a "milicianos" com fins de "destruir as dependências do prédio". Dependendo do julgamento, ela pode ficar atrás das grades até 2010. Sua audiência pública está marcada para 17 de fevereiro de 2009”.
E assim esperamos que seja. Que se faça a justiça contra essas milícias de pichadores que têm causado grandes estragos em São Paulo. Quem não se lembra do caso da Galeria de Arte, recentemente?
Enquanto esses depredadores do espaço público não tiverem um exemplo concreto de punição, para este tipo de crime, continuarão agindo confiantes de que não existe lei. Basta ver o afrontamento da pichação no muro (foto), e o conteúdo da mensagem mandando o "governador se mexer". Pois o Serra devia mandar prender essa piveta de novo! Por Gaúcho/Gabriela
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